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Depois ele me chupava, ele sabia mesmo o que tava fazendo. ÓTIMO PROFESSOR! Com o tempo a nossa "relação" desgastou e terminamos, atualmente eu não sei onde ele está. Depois do ano que passamos juntos, bem no finzinho do ano letivo ele se mudou pra Campinas (interior de SP) e não tive mais noticias. Conversamos por msn algumas vezes, mas foi só isso. O Vinicius tinha alguma coisa que me lembrava ele, os olhos, o jeito.
Quando fomos até o quarto de hospedes ele sentou na cama e me chamou pra junto dele, mas ele tinha um sorriso bobo no rosto. Nenhuma afeição de malícia.
- É aqui! Tem esse cobertor, mas se quiser outro..
- Tudo bem Vi, esse tá bom..
- Tá, já vai dormir? - Ele me perguntou enquanto levantava, ele parecia sem jeito.
- Já sim... Tenho que pensar no que vou fazer amanhã de manhã.
- Você é um rolo Nina! - Ele me disse enquanto ia saindo.
- Ah, valeu! Algum conselho? - Perguntei antes que a porta se fechasse.
- Se afaste do que não te faz bem, esse é meu conselho! - Ele disse e a porta se fechou.
Aquilo pegou fundo em mim.
Ele sabia dos acontecidos, e naquele momento parecia que ele era meu único amigo. Por mais que eu não o conhecesse tempo suficiente para diferencia-lo dos demais. Eu queria sumir daquele lugar!
De tanto pensar acabei pegando no sono.
No dia seguinte Vinicius veio me acordar. Tomamos café na padaria que havia perto do condomínio, claro que eu sai que nem uma fugitiva, olhando para os lados caso Diego ou Diogo estivessem por ali. No café eu e meu mais novo vizinho tivemos um papo sério sobre o que eu devia fazer com os irmãos e com o Guilherme. Por mais que fosse difícil o que ele tinha me pedido para fazer, era a coisa certa. Resolvi contar a verdade, mas como eu encararia os fatos e as reações depois disso? Como me olharia no espelho sem me achar uma prostituta? A resposta de Vinicius foi clara e objetiva: você não pode julgar-se uma coisa que você não é! Ele era todo crianção e brincava bastante, mas ele era tão sério e inteligente. Mesmo eu querendo ser forte e enfrentar tudo ali mesmo, eu não conseguia.
A minha saída era obvia mas eu não queria encara-la de frente, fazia um tempo que eu não ia São Paulo e a idéia de estar encurralada me deixava arisca e com muita vontade de voltar.
Até comentei com Vinicius sobre voltar para lá, mas ele negou e acabou com qualquer esperança infundada que eu ainda tinha, dizendo que era uma má idéia voltar em um momento como este, eu primeiro tinha que resolver a minha vida, tentar seguir mesmo cheia de problemas.
Eu ficava mesmo com medo da reação de Diego, lembrando que ele era meio Lindemberg, tinha receio dele fazer algo contra mim, ou sei lá.
Depois do café eu passei rapidamente na casa de Vinicius para pegar as minhas coisas que estavam lá, e finalmente conheci o pai dele. Um homem muito vistoso. O nome era Paulo, muito bonito por falar nisso.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora