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Minha mãe foi deitar comigo. Sei lá, passar a última noite comigo talvez a deixaria um pouco mais confortável com a situação.
No outro dia de manhã minha campanha não parava de tocar e aquele barulho já estava me deixando maluca. Senti minha mãe levantando para ver quem era, nem me preocupei , provavelmente ia ser alguma coisa do trabalho dela. Ainda faltavam 3h horas pro meu vôo, não poderia ser pra mim.
Mas, infelizmente me enganei! Senti minha cama ficando pesada e uma voz que eu conhecia muito bem;
- Vamos preguiça, acorda! - Era o Vini.
- Vinicius, ainda faltam TRÊS HORAS PARA O NOSSO VÔO GAROTO!
- Eu sei, mas meu pai contratou um caminhão de mudança e eles vieram buscar as coisas agora..
- Fala sério. - Resmunguei.
- É sério, você acha que eu queria estar aqui tendo que te acordar? Dãa, eu sou o homem dessa "relação", acredite em mim, eu também queria estar dormindo! - Ele disse com raiva.
- Tá bem. - Eu respondi rindo. - As suas coisas já estão no caminhão?
- Claro, vamos encaixotar as suas, tem mais ou menos umas 50 caixas na sala.
- Pra que tudo isso?
- Sei lá, só por precaução... - Ele disse em um tom engraçado.
Normalmente eu dormia de pijama - minúsculo - mas pijama , é pijama. Nesse dia eu tinha resolvido dormir de calcinha para que caso eu me atrasasse eu não ia ter o trabalho de tirar o pijama todo. Me levantei da cama, normalmente, joguei todos os edredons pra fora da cama. Só achei esquisito a forma com que o Vini ficou me observando até eu entrar no banheiro, me olhei no espelho com uma cara de desconfiança mas mesmo assim gritei:
- VINI, DOBRA OS EDREDONS E COLOCA NA CAIXA TAMBÉM!
Ele não respondeu, mas pude ouvir ele fazendo. Só penteei o cabelo e escovei os dentes rapidinho, coloquei um short jeans que estava pendurado no banheiro e fiquei com a blusinha que eu estava dormindo, era de estampa floral e apertadinha.
Calcei o chinelo da minha mãe e desci com Vini para ir colocando as caixas no caminhão.
Estava tão cedo que o céu ainda estava escuro, mas o calor continuava o mesmo de sempre, inferno de cidade. O caminhão estava parado na frente do condomínio e não havia nenhum carro na rua, apenas as lâmpadas iluminando cada uma o seu cantinho.
Eu estava distraída e com uma pequena caixa na mão - o Vini e minha mãe haviam colocado nomes nas caixas para que nós não perdêssemos nada durante a viagem, então ela colocou títulos, como cobertores, roupas da Sabrina e etc. - Com o pequeno titulo: calcinhas da Nina. Eu e Vinicius conversávamos na frente do condomínio enquanto minha mãe e o pai dele pegavam caixa por caixa e colocavam no caminhão. Haviam também dois homens que trabalhavam com o caminhão, de uniforme azul ele ajeitavam as caixas lá dentro para nenhuma amassar a outra.
- Nina, vamos subir para colocar o resto nas caixas.. Fique de olho! -Mminha mãe disse enquanto subia com o pai do Vini.
- Tá bom.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora