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Já tinha terminado de me vestir, foi quando deixei o dinheiro em cima do colchão e sai as pressas de volta ao condomínio.
Eram 4h da manhã e eu estava exalando o cheiro de outro cara! Eu queria muito conversar com Diego mas não podia naquele estado. Tomei o banho mais rápido que já tomei na minha vida.
Tudo acontecia tão depressa, tanto na minha mente como em prática. Parecia que eu estava correndo a cento e vinte quilômetros por hora e nada me faria parar. Coloquei a roupa mais simplória que eu tinha e fui ver Diego.
- Que foi? - Era Diogo, todo machucado pela surra no final da tarde.
- Seu irmão está aí? - Perguntei.
- Mesmo que estivesse, você acha mesmo que eu diria depois de tudo que você fez?
Foi dolorido, mas eu mereci.
- Então ele não está?
- Não, passou a noite fora..
Um lado meu queria muito perguntar com quem, onde e porque ele havia saído, mas meu outro lado sabia que eu não podia.
- Tá, valeu.
Saí e fui pro meu apartamento. Minha mãe estava dormindo e eu agonizando.
Peguei meu celular e comecei a ligar pro dele, sem nenhuma razão. Eu sabia que ele não me atenderia nem em um milhao de anos.
Considerando as hipóteses dele estar com outra, dele estar com outras, dele estar com milhares de outras!
Já tinha tentado pelo menos umas 15 vezes, e as 15 na caixa postal. A décima sexta vez não faria mal a ninguém. Até que...
- Oi Nina.. - Era a voz dele.
Ótimo, era a voz dele mas e a minha que não saía por nada!
- Oi Dii..
- Fala, são 5h30 da manhã.. - Ele parecia cansado.
- Preciso te ver! - Disse como se eu estivesse em posição de fazer alguma exigência.
Ele deu um bocejo que durou mais ou menos uns 20 segundos e depois me respondeu.
- Ok, sai no corredor.. - E desligou o telefone.
COMO ASSIM SAI NO CORREDOR? ELE TAVA EM CASA?
Passei antes no meu espelho pra ver a minha cara de derrotada, tudo bem que a dele estaria pior considerando que ele estava dormindo.
Quando eu sai ele já estava lá fora, sentado na frente do apartamento dele com um copo de café na mão.
Eu dei exatamente, três passos e parei na frente dele. Nós ficamos nos olhando por alguns instantes, nada saía da minha boca e da dele também não. Era como se nós nos comunicássemos de uma maneira estranha, apenas com o olhar um entendia o outro.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora