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Ele sorriu de canto e descansou o copo de café no chão, aquele jeito largado dele que me conquistava. Eu disfarcei um sorriso me esquivando e olhando para baixo.
Ele se levantou e veio até mim andando lentamente, parou a alguns centímetros de mim e juro que podia ouvir os batimentos do seu coração. O corredor estava vazio, havia nós e os nossos sentimentos e ressentimentos, trancados a sete chave. Uma frase que ecoou meus pensamentos e o corredor como um eco sem fim..
- Não fala nada, só me beija..
Foi o que ele disse antes de eu consumar o ato!
O beijo foi demorado, lento e carinhoso. Não havia mágoa nem raiva, apenas nós dois sem se importar com tudo que já tínhamos passado. Ficamos ali nos beijando um tempo, depois disso sentamos do lado de fora do apartamento e nos abraçamos. Na frente da porta do apto dele, ficamos em silêncio, apenas abraçados. Os primeiros raios de sol entravam pela janela.
- O que nós vamos fazer agora? - Ele quebrou o silêncio.
- Com o que? - O que ele esperava? Tinha seguido um impulso!
- Com nós!
- Não faço ideia, ainda mais considerando o fato que você agora tem um filho.
- Como você sabe disso? - Ele tirou o braço rodeavam os meus ombros.
- A Millena tava praticamente gritando e a gente é vizinho! - Me fingi de tonta.
- Tu tava escutando atrás da porta né? - Tava!
- Não! - Ele me encarava de uma forma que fui obrigada a confessar. - Ok, estava. Mas foi sem querer!
- Aham.. - Ele riu. - Mas duvido que o filho seja meu, ela ficou transando o tempo todo com o Marcelo e eu sei que antes de mim eles tiveram um tipo de "caso". Ela quer empurrar isso pra mim porque o Marcelo não tem as mesmas condições financeiras que eu. É isso que ela quer: dinheiro! Vou fazer o teste de DNA, quero ter certeza que é meu. - Eu estava prestando super atenção.
- E se for? - Fiquei com medo da resposta.
- Vou assumir, Nina. É uma responsabilidade muito grande e disso não da pra fugir né..
- Hum, verdade..
Ficamos em silêncio novamente, mas de novo ele acabou quebrando.
- E você e o Guilherme?
- Descobri que homens não prestam!
Ele ficou me olhando um bom tempo.
- Não, Diego, você também não presta! - Respondi.
Ele riu da minha cara e depois aconchegou seus braços novamente em meus ombros.
Fiquei pensando como seria daqui pra frente, o que eu faria.. Diogo me detestava e por mais que eu agora tivesse o amor incondicional de Diego (era o que ele dizia) eu não sabia, ainda, se era real mesmo ou se iria apenas ser passageiro.
Ficamos ali até as 10h, entre beijos e brincadeiras.
Foi a hora que minha mãe saiu pra trabalhar.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora