117 e 118

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Nos recompomos e saímos de trás dos arbustos olhando para os lados, os gemidos e os barulhos devem ter chamado a atenção. Felizmente, não havia ninguém perto. Continuamos andando normalmente.
Estava quente ainda e aquele sol estava me fazendo derreter. Apesar do calor e da fome que eu estava sentido eu disse a ele que tudo bem se nos fôssemos ao cristo antes de comermos.
Subimos no bondinho e meu estômago virou, mas nada que me surpreendesse. Sempre tive um tipo de fobia de altura e eu sempre sentia isso.. Continuei o passeio sem dar muita importância. Gui já tinha ido no Cristo umas 3 vezes ele me contou, mas ele parecia fascinado quando olhava de lá de cima. Eu preferi ficar no meu cantinho, quieta até que o meu enjoo passasse.
Nós descemos e fomos andando até a escada rolante.
Sentia minha janta, e meu café roçando na minha garganta, soava frio, quando coloquei meu pé no primeiro degrau pedi a Guilherme pra voltar.
- Vamos pra casa. - Ele disse me apoiando nos ombros dele. - Não quero que você piore..
- Eu to bem amor, só preciso comer.
- Não Nina, melhor irmos pra casa.
Não respondi apenas assenti com a cabeça enquanto recostava a mesma sobre o vidro do bondinho. Fechei os olhos, e tudo de ruim naquela semana me veio na mente como um flash. Meu estômago embrulhou mais uma vez , pude sentir o vômito chegando, mas felizmente a mão de Guilherme me ajudou, me levantando e me colocando em um táxi que já estava a nossa espera.
- Você tá bem amor? - Ele me perguntou enquanto sentávamos.
- Melhorando..- Me sentia fraca.
Nós fomos direto pra minha casa.
Gui estava sendo um anjo, cuidando e me amparando em todos os momentos. Tinha no mínimo umas 6 mensagens na minha caixa postal do Diego, me fiz de boba para que Guilherme não visse e fui me sentar no sofá.
- Amor, vou sair comprar alguma coisa pra comer, tudo bem? Eu não demoro.
- Tá bom, não demora mesmo. - Ordenei.
- Relaxa.- Fechei os olhos novamente e ouvi o barulho da porta batendo.
Em questão de alguns minutos a minha campanhia tocou.
- Esqueceu algo amor? - Gritei para pessoa que estava lá fora.
Caminhei até a porta e a abri.
Não tive tempo de respirar, de piscar e MUITO menos de ver quem era. Recebi o maior beijo que alguém já recebeu, um grande beijo porém ele durou no máximo uns 5 segundos até eu ver realmente quem era.
- IDIOTA! - Gritei.
Olhava pra ele perplexa de raiva, enquanto aquele babaca não tirava os olhos verdes do chão.
- Que foi? Veio aqui só pra isso? - Eu disse.
A cada palavra minha eu me sentia mais zonza, mas me fiz de forte, respirei fundo e me apoiei na porta com medo de cair.
- Não..- Finalmente ouvi a resposta.
- O que é que quer então Diego? Seja breve, meu namorado já vai voltar.
- Namorado? - Ele se expressou com nojo.
- Sim, meu namorado. Um cara lindo e alto que acabou de sair do meu apê!
- As vezes acho que perco meu tempo contigo.. - Resmungou.
- Ah é? Então porque está aqui, choramingando na minha porta? - Eu disse.
Nesse momento ele me olhou, parecia indignado, uma única lagrima escorreu no rosto dele. E a minha sutil arrogância nasceu brevemente no sorriso, brevemente , até fui para trás com a rude resposta.
- Porque pensei que você merecesse o que eu sinto, mas vi que não! - Ele me olhava.
Nossos olhos nem piscavam, a face dele não tinha nenhuma expressão. E da minha boca não saiam palavras, suspiros e nem ao menos ar.
- Amor? - Ouvi a voz de Guilherme e despertei. - Tem algo acontecendo aqui?
Ele estava parado exatamente atrás de Diego.
- Não, já estava de saída. Só vim dar um recado da mãe dela! - Foram as palavras de Diego, que em seguida entrou em seu apartamento. Eu continuava intacta, parada e pasma.
- Que foi Nina? Ele falou alguma coisa? - Rosnou Guilherme.
- Não amor, tudo bem.- Descontrai.
Tentei focar meu pensamento em outra coisa, mas Diego não saia da minha cabeça, comi pensando nele, deitei pensando nele, transei com Guilherme pensando nele... Ah, eu não tinha nenhuma reação e o incrível era que eu sentia a incrível sensação de culpa, de derrota,mal sabia eu, a grande tola!

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora