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- Porra, não sabe andar...- Olhei bem. - Você de novo?! - Era o tal de...Vinicius.
- Vejo que é você que tem a estúpida mania de parar em lugares onde as pessoas passam.
- Agora pronto, eu paro onde eu quiser e aliás, isso é um banco, ninguém se movimenta encima de um banco! - Continuei andando.
- Não seja mal agradecida, te fiz um favor, o banco foi feito pra se sentar eu apenas te dei um empurrãozinho a mais! - Olhei para ele com um sorriso, e ele também sorria.
- Ok, ok..- Dei um risinho. - Obrigada.
- Ai, Pronto. De nada! - Ele disse.
- Quer me acompanhar? - Eu disse.
- Eu ficaria mais a vontade se soubesse o seu nome, já que você sabe o meu!
- O meu é Sabrina. - Fomos andando.
No caminho descobri que Vinicius era paulista, assim como eu. Tinha acabado de se mudar para cá com o pai, que tinha se separado da mãe. Nós andamos por volta de 20 minutos a mais do que eu tinha previsto, depois de um tempo conversando no quiosque resolvemos subir. Foi quando eu dei de cara com Diego na portaria do prédio me encarando, me fuzilando com os olhos. Andei até ele , mas ele não me disse nada apenas me deu as costas e saiu andando.
EU TINHA FERRADO TUDO? Corri atrás dele o mais rápido que eu pude, deixando o coitadinho do Vinicius lá sozinho, sem entender nada.
- Diego! - Exclamei para que ele parasse. Foi em vão. - Diego, me escuta.. - Dessa vez ele me deu ouvidos.
- O que você quer Sabrina? - Ele parou .
Ficou me fitando com raiva, não parecia nenhum pouco apaixonado muito menos amigável.
O encarei com receio por alguns minutos, quando finalmente ele parou com aquela agonia e continuou andando sem me dar atenção. Dei passos largos novamente e paramos na frente da escada de emergência.
- O que é, hein? Em um dia você me manda cartões, me liga 500 vezes, flores e no outro me esnoba, me trata mal? Qual é a sua? - Nos olhávamos e por alguns instantes até me perdi.
- Não vou nem perder meu tempo contigo Sabrina, mal voltei e tu já tem outro.. - Mal sabe ele.
- Ele não é meu outro, ele é só nosso vizinho de andar, seu burro. Ele acabou de se mudar e...
- E ta ajudando ele se ambientar? Tá dando que tipo de tratamento pra esse vizinho? O que você dava pra mim? - Ele gesticulava incessantemente com as mãos.
- O quê? Quer saber, agora quem não quer falar com você sou eu. - Nesse instante eu fiz a coisa mais sensata.
Dei de ombros e sai andando. Que ódio, precisava mesmo falar com ele e tinha acontecido isso, não queria que ele descobrisse da pior maneira. Mas antes que eu pudesse chegar perto da portaria novamente ele me agarrou pelo braço, me apertando contra o corpo dele. Pude sentir o coração dele batendo forte nas minhas costas.
- Não faz isso...- Ele sussurrou no meu ouvido e eu arrepiei. - Não sai de perto de mim. - Engoli a seco.
- Diego.. - Eu disse com a voz fraca.
- Vem comigo.. - Ele me puxou pro estacionamento.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora