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- Nina.. Aconteceu. Não vou negar. Ela veio aqui, queria emprestar algo, claro que era desculpa, mas sei lá. Eu não resisti. Foram duas vezes. Depois, eu me arrependi, Nina. Porque eu pensei no quanto você mudou por mim. Você se entregou como nunca havia feito antes, e eu fui e vacilei. Me perdoa..- Eu comecei a chorar e me sentei no sofá com as mãos no rosto. Eu mudei muito por ele. Eu dava fora em todos os caras gatos da faculdade, por causa dele. E sinceramente, eu nem me importava. Porque era ele quem eu queria. - Nina, não chora. Pelo amor de Deus, cara. É horrível te ver assim.
- Pensasse nisso antes de cair em tentação! - Eu disse. Me levantei e fui seguindo pro quarto. Ele segurou novamente meu braço.
- Nina, por favor!
- Me deixa, por favor. - Ele me soltou. Eu entrei no quarto e bati a porta, de um jeito que quase arrebentou a mesma. Me joguei na cama e desabei a chorar. Chorava de soluçar. Acabei adormecendo.
Alguns dias se passaram. Eu e Vinicius só conversamos o necessário. Ele até ia pra faculdade e trabalho comigo, mas a gente não se falava direito. Percebia de longe que ele estava triste e arrependido. Sei que não dava pra viver naquela situação pra sempre. Chegamos em casa na sexta feira a tarde depois do trabalho, subimos e como de costume cada um foi pro seu quarto. Depois de um tempo eu tomei um banho e coloquei um pijaminha leve. Um shortinho e uma blusinha de alcinha. Fui até a cozinha e Vinicius estava sentado comendo.
- Tem lasanha, Nina. - Eu sorri e me servi. Me sentei na frente dele e comecei a comer.
- Vini... Acho que a gente precisa conversar, né? - Eu disse. Ele me olhou e assentiu. - Olha, não dá pra gente viver assim pra sempre. Ficar sem se falar, só trocando algumas palavras não vai resolver nosso problema.
- Nina, eu to arrependido. - Ele disse me interrompendo.
- Vini, deixa eu falar. Se acalma! - Eu sinto sua falta. Sinto muita! De como a gente era antes. Podia até rolar aquela atração e tal, mas nós éramos amigos. A gente brincava, ria, contava segredos um ao outro, dava conselhos, a gente se confiava.. Coisas que melhores amigos fazem. E a gente sabia que envolvendo um sentimento a mais, que se envolvendo, tudo isso ia acabar. E foi o que aconteceu. Vini, não vou falar que não gosto de você, que não o amo, o amo sim! Você mexeu comigo, você me mudou, me amadureceu, me mostrou como é ser uma mulher de verdade. E tudo que eu menos esperava de você era traição. - Suspirei. - Eu confesso que eu não sei o que fazer... Não sei se nascemos pra ser só amigos ou pra ficarmos juntos. - Finalizei. Tomei um gole de coca e uma garfada de lasanha.
- Nina, eu amo você. Amo seu jeito, seu mal jeito.. Quando nos conhecemos eu sentia de longe que você precisava de cuidado, de atenção, de carinho. E foi tudo que eu quis te dar, sem maldade. Sabe quando irmão quer cuidar da irmã? Então, era isso que eu sentia. ... Queria te proteger de todos os caras, proteger que te machucassem. Eu acho que nossos sentimentos se misturaram, a carência falou mais alto e chegamos nesse ponto. Sei que você não merecia traição, ninguém merece isso, mas aconteceu. Eu me arrependo sim. Mas já foi.. Já passou. E hoje temos que decidir juntos o nosso futuro. - Ficamos nos olhando. Eu não sabia o que fazer, estava confusa. Não sei se continuar com o nosso romance iria dar alguma coisa ou se somos melhores sendo só amigos.
- Vamos deixar as coisas rolarem. Se for pra ser, vai ser. As coisas vão acontecer naturalmente. Mas se não rolar, se for pra gente ser só amigos, ótimo também. Eu gosto de você, Vi e só de estar ao teu lado já vale.
- Eu senti sua falta, Nina! - Ele levantou e veio até mim me abraçando. Eu sorri e uma lágrima caiu do meu rosto. Nós terminamos de comer e ficamos vendo filme. Mais tarde fomos dormir.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora