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- Nina? - Vinicius me perguntou enquanto me entregava uma xícara rosa pink, com leite e nescau.
- Oi! - Meio tonta.
- O que foi? - Mais uma pergunta, puxou a cadeira do meu lado e sentou e olhando. Ele era lindo de manhã.
- Nada, estava pensando..
- Em quem?
Eu até poderia dizer que era nele, mas engoli, disse mais uma vez que não era nada e que eu queria tomar um banho. Hoje nós teríamos que ir até o apartamento do meu pai conversar com ele, afinal estaríamos empregados... na empresa dele.
Comecei a tomar meu banho sossegada. Havia apenas um banheiro no ap, era grande e tal. Mas não tinha nenhuma extravagância. Enquanto eu massageava meus cabelos com o shampoo eu ouvi a campainha tocar. Eram apenas dois apartamentos por andar. Não podia ser outra pessoa a não ser a nossa vizinha da frente.
Nem me preocupei. Afinal, do jeito "critico" que Vinicius era, era meio improvável de rolar alguma coisa, ainda mais por que me parecia que ela era casada. Continuei meu banho tranquila, ouvia as vozes dos dois conversando. Aparentemente na sala, talvez na cozinha.
Eu já estava quase saindo quando aquelas vozes pararam, praticamente tudo cessou. Fiquei parada uns instantes esperando ouvir uma voz novamente, mas nada, nem se quer um barulhinho.
Sai do banheiro procurando escutar mais alguma coisa. Uma gargalhada, uma respiração. Ouvi mesmo foi um gemido abafado pela mão de Vinicius. Tá surpresa? Imagine você na minha situação, meu melhor amigo estava literalmente comendo uma mulher no meu, nosso sofá!
Ela estava com o joelhos apoiados no carpete de madeira, que eu ele tínhamos limpado uma noite antes, com os cotovelos aparados na macia almofada do sofá. Vini estava em uma posição engraçada, mais que a penetrava fundo e pelo o que eu via muito rápido também. Ele a segurava pelos cabelos e hora ou outra ela olhava para trás com a maior cara de safada que eu já vi; Isso dava mais animo a ele que a estocava com ainda mais força. Fiquei excitada, lógico. Mas ao mesmo tempo algo doeu, doeu e não foi uma dor comum. Sai dali, eu podia muito bem continuar olhando e me deliciando com as cenas, mas simplesmente me retirei da sala, me deu nojo.
Me troquei e fiquei no quarto tentando me concentrar em uma vogue que estava jogada no chão, peguei-a e tentei lê-la tentando afastar imagens na minha cabeça. Pensei no Diego, veio como uma tonelada de rochas. Pensei no que eu tinha passado no ano, que terrível. O que estava se passando comigo, o que eu havia me tornado. Não que eu me arrependa das coisas que eu fiz, mas que se fosse pra me arrepender que fosse de alguma coisa que eu não havia feito. Então pensei e me arrependi, me arrependi de verdade. De nunca ter me levado a sério.
- Oi Nina! - Vinicius entrou no quarto atrás de uma toalha.
- Hum.. - Resmunguei.
Ele pegou a toalha e já ia saindo quando deu dois passos e voltou a porta.
- O que foi?
- Nada. - Fui seca.
Ele franziu a testa, mas saiu.
Minutos depois ele voltou ainda com isso, as mesmas perguntas.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora