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- Oi, é a Nina! - Eu disse ofegante.
- Oi? Tudo bem? - Ele estranhou minha afobação, é claro!
- Tá sozinho? - Eu disse apressada.
- To sim, porque?
- Posso passar essa noite aí? - Mais estranho ainda.
- Pode, porque não? - Ele deu uma risada mórbida.
- Nem pense nisso, me dê 5 minutos. To descendo!
Nem esperei ele responder. Catei umas roupas no meu guarda-roupas e desci com a maior pressa até chegar no terceiro andar. Dei graças a Deus mil vezes porque não trombei com Diego na minha saída apressada do meu apartamento.
Cheguei no apartamento e finalmente me deparei com Vinicius, a primeira vez que reparei nele de verdade. Ele parecia estar malhando, a casa dele era bem masculina MESMO. Cheia de coisas de musculação, e passava um vídeo de HIP-HOP gringo atrás, por falar nele estranhíssimo. O sofá dele era de coro preto, e a tv de plasma era seguida por um estéreo moderníssimo, a parede de trás era vermelha e a luminária da sala era de muito bom gosto.
A sala de jantar era perfeita, a mesa de madeira escura bem moderna mas tinha um toque pequeno de antigo. As cadeiras eram estofadas com almofadas brancas, e no centro havia uma fruteira de cristal. Foi quando Vinicius me acordou.
- Não liga pra decoração, minha mãe é decoradora. Ela fez questão de montar tudo antes de nos mudarmos! - Ele me disse enquanto puxava uma cadeira.
- Mas você não disse que sua mãe e seu pai era separados?
- E são! Mas ela pega tanto no pé dele, que fez questão de vir aqui antes pra ver o apartamento antes dele! - MEU PAI TAMBEM FEZ ISSO!
- Ah tá.. Obrigada por me deixar ficar aqui esta noite. - Sorri em agradecimento.
- Imagina, tudo bem. Mas.. pensei que você se desse bem com seu vizinho. - Irônico.
- Engraçadinho. Me dou otimamente bem com ele, mas... isso não é papo pra hoje!
- O quê? Você vai dormir na minha casa e eu não tenho nem o direito de saber PORQUE? -Ri da dramatização dele.
- Não, não tem..
- Ótimo saber o tipo de vizinhas estranhas que eu tenho...- Ele fez uma pausa e levantou. - Primeiro ela me derruba da escada, depois eu derrubo ela em um banco, depois ela é gentil, e em seguida pede abrigo na minha casa. - Ele andava de um lado para o outro contando nos dedos.
- Se acostume. Nesse condomínio só tem gente maluca! - Tentei me defender.
- Ah é? Me de um exemplo então, sra. Normal! - Ele esperou, cruzando os braços e se apoiando na parede.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora