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CHEGAMOS EM SÃO PAULO!
Meu pai estava esperando no portão de embarque. Estava super animada, meu coração palpitava de alegria, eu não conseguia nem esconder o quanto eu estava aliviada de ter saído daquele inferno.
O estranho era que eu e o Vini continuávamos de mãos dadas. A gente até se soltou por um ou dois minutos para sair do avião, mas depois nossas mãos voltavam a se juntar como se houvesse um tipo de ímã. Estranho, muito estranho.
- Vai falar com seu pai, eu pego as malas! - Ele disse.
- Tá bem..
Claro que eu fui correndo abraçar meu pai. Nossa, não via ele há um ano, ele nem imaginava a saudade e a felicidade que eu estava de revê-lo.
- Oi Nina! - Ele disse enquanto me abraçava.
- Ai pai, que saudade!
- Também estava.
Avistei Vinicius vindo todo atrapalhado com o carrinho de malas, e mais algumas na mão. Corri pra ajudá-lo.
- Esse é seu namorado, Nina? - Meu pai perguntou.
Nos entreolhamos e caímos na risada.
- Não pai! Esse é meu amigo Vinicius. Vou morar com ele mas a gente não tem nenhum tipo de relacionamento a não ser amizade..
- Prazer. - Vini disse estendendo a mão.
- Hum, o prazer é meu.
Depois de apresentações e aquele blá blá meu pai, finalmente, resolveu levar a gente pro nosso apê. Eu estava super feliz até que eu abri a porta.. ESTAVA UM CAOS!
- seu pai não disse que tinha gente que arrumava aqui? - Eu perguntei pro Vi.
- Não! Ele disse que havia contratado gente que ia vir arrumar, mas não que eles tinham vindo. Depois ligo pra ele ligar pra agência e chamar eles de inúteis.. Acho que a gente que vai ter que arrumar.
- Você acha?
Fiz a maior cara de piedade. Não queria mexer em nada, queria dormir!
Estava cheio de caixas de papelão, plástico bolha e uns papeis jogados no chão. De fato, não havia sujeira. Mas estava muito bagunçado e cheio de coisas espalhadas.
Nos despedimos do meu pai. Que nem se ofereceu pra dar uma ajudinha, veríamos ele a noite novamente.
- Você começa pelo quarto! - Vinicius deu a ordem.
- Porque? Vamos limpar a sala e depois vamos juntos pra lá...
- Tá bom, Nina, tá bom..
Começamos a limpar tudo. Havia um sofá que me convidava cordialmente para deitar nele e tirar um cochilo, mas Vinicius não deixou. Ele parecia querer acabar logo, também estava cansado. A maioria dos móveis estavam cobertos com panos ou com plásticos totalmente empoeirados, cada vez que puxávamos um era como um furacão, uma tonelada de poeira voava. Foi um tormento, comecei a tossir como uma vaca velha. E o Vini também não estava lá aquelas coisas.
- Nina, tive uma idéia mais saudável! - Ele disse. - Pede um aspirador pro vizinho?
- Nossa, porque razão a gente não pensou nisso antes?
Ele me olhou com uma cara de bravo que eu achei melhor sair, nem fiquei pensando muito.
- Tá, já volto chatonildo!.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora