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Por mais que o sono estivesse querendo me derrubar, a minha curiosidade era bem maior que ele.
Eu estava bem perto da portaria, que ficava de esquina com duas ruas paralelas. Ali naquelas ruas haviam muitos terrenos, mas quase nenhum estava ocupado ainda, então algumas prostitutas usavam aquilo como um meio mais rápido de programa; ficavam ali e exerciam o trabalho ali mesmo.
Eu me aproximei do primeiro terreno de onde vinham as sombras. Era o que eu imaginava, mais um programa. Fiquei pra observar..
A mulher se apoiava no portão de cobre, novinho em folha. Ela estendia as costas numa medida em que eu conseguiria tocar meus tornozelos.. Ela gemia que nem uma louca, o cara não era o mais maravilhoso, é claro. Puxava os cabelos vermelhos dela com vontade e metia nela com a mesma veemência. Ela rebolava e sentava no pau dele quando tinha um espaço, relembrei cenas com Guilherme e depois com Diego e tudo aquilo começou a me excitar. Minha calcinha molhou, instantaneamente. Eu continuava observando enquanto ele metia. Então ele tirou o pau da bct dela e fez ela agachar para chupa-lo, talvez pra terminar o serviço.. sei lá.
Desviei a minha atenção e subi entre risadas pro meu apartamento, quando já estava em casa e pronta pra ir pra cama me peguei pensando como seria se eu fosse mesmo uma prostituta. Claro que na situação deplorável de espírito que eu me encontrava agora eu me sentia uma, mas eu não era. Mas e se eu fosse? Se eu parasse pra pensar bem, não era uma profissão TÃO desprezível! Eu gosto de sexo, quem não gosta de sexo? E eu estaria ganhando para isso ainda e eu também poderia fazer apenas os programas que eu quisesse, afinal, eu não estou em uma condição financeira tão ruim para isso, com tudo isso me veio na cabeça que eu podia pensar de um ângulo melhor, de tudo que Diogo fazia, talvez fosse só pra manter o luxo ou porque ele gostava mesmo.
Naquela mesma madrugada ouvi minha mãe chegando, mas não quis levantar pra vê-la. Peguei no sono quando já eram 3h00 e o meu sonho não podia ter sido mais divertido.
Não sou muito de sonhar, mas desses meses que eu tenho morado no Rio o meu sub- consciente parece estar afloradíssimo.
Neste sonho eu era mesmo uma puta. Pensar em coisas antes de dormir, não é bom! Eu estava com aquelas botas de dreg, pretas e elas iam até meus joelhos. Um vestido apertadíssimo preto e vermelho e os meus seios ficavam bem a mostra e eu andava na mesma rua aonde aquela prostituta estava. Ventava bastante por isso meus cabelos não paravam quietos e a rua estava mais vazia do que nunca; não era noite ainda, ela estava caindo aos poucos, eu estava naquele cenário de luz perfeita. Quando não se é noite ainda mas não é mais tarde também.
Naquele mesmo momento lá longe eu escutei uma buzina, aqueles carros antigos sabe? Um cadilac preto e amarelo, todo detalhado em dourado e bronze. Me senti como se em um filme antigo, de repente as ruas haviam mudado e o cenário todo parecia uma cena da tv americana.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora