Capítulo Três

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- Enfim, vamos embora docinho! - o Guilherme diz sentando em uma cadeira exausto, não diferente de mim e de todos os funcionários.

- Hoje todo mundo resolveu sair de casa pra comer aqui! Esse povo não tem comida em casa não?! - ele diz alto e eu e a Rebecca caímos na gargalhada. Ele é maluco!

- Do que você está reclamando criatura? Se essa gente não vem comer aqui, você é um homem desempregado! Agora levanta essa bunda magra daí e vamos! - ela diz ainda rindo e ele revira os olhos.

- Vocês podem parar com esse blá blá blá? Vamos embora! - digo me encaminhando para o vestiário para me trocar e encontrar a Nina.

Depois de cinco minutos saímos para o estacionamento todos juntos. Peguei o Guilherme dando uma conferida na bunda da Nina!

- Você é gay mesmo ou o quê? - pergunto no seu ouvido enquanto a Nina e a Rebecca vão conversando mais a frente. Ele é um tarado!

- Eu acho que vou desisti disso. - diz e me dá um selinho na boca. Olho horrorizada para ele que sorri. Tarado! - dou um tapa no seu braço de tamanho considerável! Era magrelo mas garotas perguntam se é gay para poder ataca - lo na minha frente!

- Só com você docinho. E com aquela belezinha ali. - entorta a cabeça para um lado e olha pra bunda da Nina novamente.

- Deixa de ser besta, Guilherme. - digo e ele me olha com sarcasmo!

- Vocês podem andar mais rápido? Está tarde e eu quero dormir! - Rebecca gritou irritada.

- Porque a pressa? Se sou eu que vou te levar pra casa! - ele grita de volta também se estressando!

- Não interessa! - ela diz e se escora no carro dele.

- Você veja como é a intimidade não é? É assim Júlia Raabe! - ele diz afetado, eu só faço ri.

- Liga não, Nina. Eles são assim mesmo. Depois você passa a tomar remédio também! - digo rindo e ela me acompanha. Acho que ela gostou dos meus amigos.

- Vamos no carro dele? - ela olha com interesse para o Guilherme que levanta as sombrancelhas pra mim. Ele está diferente hoje. Ou talvez seja eu que acordei para ver outro mundo. Tudo muito?

- Não. Eu tenho um carro. Velho, mais tenho! - digo rindo.

- Se quiser posso levar a Rebecca primeiro e depois levar vocês em casa, e quem sabe dormir por lá mesmo! - ele diz como quem não quer nada. Dormir com a gente?

- E vou deixar o meu carro aqui? E como vou pra a faculdade como, gênio? Sem essa Guilherme. - dou um tapa nele, que faz biquinho.

- Vamos, Nina. Tchau Guilherme. Tchau Rebecca. - digo apressada e abro a porta do carro e a Nina entra primeiro. O Guilherme vem até mim todo cabisbaixo.

- Eu estava louco para dormir com você e essa coisinha hoje, sua estraga prazeres! - diz chateado e me dá dois beijinhos nas bochechas e entra em seu carro.

Em uma hora chegamos no prédio. Meu corpo quer cama. Abro a porta ela entra com a sua mala, que eu achei ser muito grande. - Bem, este é o nosso apartamento. Vem, vou te mostrar o seu quarto. - digo e me encaminho para o seu quarto. Ela entra e olha ao redor.

- Esse quarto era de uma amiga minha que fugiu com um namorado. Deixou a cama e o guarda - roupa. Você já sabe onde fica o banheiro e a cozinha. Fique a vontade, agora vou tomar banho e dormir. Se tiver fome tem comida na geladeira e no armário. Já acertamos o dia do aluguel, então isso é tudo! Você vai para a faculdade amanhã? - pergunto a ela que abre a mala para tirar suas coisas sem pressa.

- Sim. Já sei onde fica minha sala, o meu amigo faz o mesmo curso que eu. Jornalismo. Você está namorando com o Guilherme? - ela pergunta e se senta na cama pra tirar a calça jeans. O que?

- Não. Ele é gay! - digo horrorizada e olho para o lado. Ela fica de calcinha e sutiã na minha frente. Tem um belo corpo.

- Hum... Pensei que não fosse! Ele é um gato! - ela diz e tira o sutiã e veste uma camiseta e fica de calcinha rosa sem cerimônia.

- Ele é. Agora eu vou deixar você dormir. Tchau. Boa noite, Nina. - digo acenando, cansada.

- Boa noite, Juju. - diz divertida e se deita na cama sonolenta.

Entro no meu quarto com os pés doendo. Eu preciso fazer uma dieta urgente! Pareço uma bolota nesses vestidos e calças. Me sinto fadigada! Baixou não levantou! Começo a fazer dieta uma semana e esqueço o resto do ano! Assim nunca vou ficar gostosa! Ok. Ok. Gostosa é uma palavra muito forte!

Perder vinte quilos pra mim já está bom! Tiro minhas roupas e tomo um banho para tirar o cheiro de cebola e alho de cima de mim. Me enrolo na toalha e volto para o quarto. Visto minha camisola curta de bichinho sem sutiã, apesar de ser gordinha tenho pouco seio. Coloco uma calcinha preta e me preparo para dormir quando escuto o interfone tocar. Maldição! Quem em sã consciência veio me perturbar a essa hora, Jesus?

- Oi seu João. - chamo o porteiro que é surdo caindo de sono.

- Tem um tal de Guilherme querendo subir. Deixo subir Dona Júlia? - ele pergunta. O que ele veio fazer aqui? Desobediente!

- Pode deixar. - olho para a minha roupa e os cabelos molhados. Aff. Eu sou feia mesmo! Não faz diferença nenhuma. Enquanto aquele peste está subindo vou até o quarto da Nina e vejo que ela já está no sétimo sono. Se ele quiser alguma coisa com ela vai ter que deixar para amanhã! Fecho a porta de seu quarto devagar para não acorda - la e vou para a sala e me jogo no sofá, querendo minha cama macia e grande! A campanhia toca e eu suspiro exasperada. O que ele quer a essa hora? Meu Deus!

Você e nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora