Cap. 34

5.2K 490 2
                                    

Nina

Tomamos café e me retirei para fazer alguns serviços domésticos. A Júlia foi ao mercado fazer algumas compras. E o Rafael está na varanda conversando com a mãe. Pelo menos é o que eu acho! Deve ser alguma fulana querendo sair com ele esse final de semana.

E porque estou tão nervosa? Estou com ciúmes de uma coisa que não é minha! Mas é como se fosse! Eu quero ele pra mim! Mas a Manuela me disse que o irmão só não pega quem já tá morto, ou seria morta?! Entro no quarto da Júlia para arrumar a cama, mas ela já está feita. Levo um susto ao tombar em um paredão de músculos. Olho para cima e encontro seus lábios entreabertos e os olhos procurando os meus. Aperta a minha cintura e se aproxima do meu rosto, me afasto envergonhada.

- Desculpe. - passo por ele.

- Nina... - me chama, mas finjo que não ouvi e entro para o banheiro trancando a porta.

Me escoro nela com a mão no coração. O que raios esse homem está fazendo comigo? Passamos algumas semanas na casa de seus pais, transamos algumas vezes mas foi só isso! Meu coração não pensa igual a mim! Estou apaixonada pelo capitão! Eu acho que eu tenho dedo podre para homem só pode?

O Saulo é gay! O Luís é um maníaco apaixonado pela Júlia que não lhe quer, ficamos uma vez e já me pediu em namoro para tentar esquece - la! Ele não esquece! E agora o Rafael, o irmão da minha amiga! O gostoso e irresistível capitão! Eu fui perdidamente apaixonada pelo Saulo, até ele me dizer que era gay e me trocar pelo Victor Hugo! Que é outro gato!

Eu tenho medo de me feri outra vez! Me entregar para ele de corpo e alma e sair de mãos abanando e com o coração em pedaços. Mas eu estou apaixonada por ele e isso é mal. Muito mal! Ele quer mais um troféu! Eu não sei o que fazer?

Estou ficando careca, encucada com tantos pensamentos e sensações daquelas noites de muito sexo, que pra mim não foi apenas isso! Foi amor. Acho que não sente o mesmo. Daqui a pouco ele vai embora e vai ficar tudo bem. Como se nada tivesse acontecido! Agora o difícil é convencer a porra do meu coração de que eu não sinto nada por ele! Há um batida na porta.

- Nina? Você está aí? - Júlia volta a bater, e eu abro relutantemente. Ela sorri ao meu ver, desenho um sorriso no rosto.

- Está tudo bem? - pergunta preocupada.

- Sim. Vamos brincar de panelinhas? - lhe dou o braço divertida ela ri.

- Aquela cozinha também é minha! Não vou deixar você brincar com as minhas panelinhas hoje! - diz e caminhamos para a cozinha rindo.

- Vai me deixar ajudar? - pergunto me sentando no banco. Ele aparece ao meu lado e bate na mesa.

- Eu vou dá um mergulho na praia, Júlia. Preciso esfriar a cabeça. - diz e olha para mim, chateado. Pega as chaves da Júlia e se encaminha para a porta. Olho para as suas costas atordoada, veste uma bermuda verde militar e uma camiseta apertada preta e de chinelos. Fecha a porta e encaro ela por um tempo. Viro o rosto para olhar para Júlia, que me encara como um ponto de interrogação ou está preocupada? Difícil dizer!

- Porque não conversa com ele, Nina? Não quero te pressionar, mas se não tentar, não vai conseguir se livrar dos fantasmas do passado! Ele gosta de você, Nina! Se ele te machucar eu mato ele! - pega uma faca e me mostra rindo divertida.

Não digo nada e começamos a cozinhar o nosso almoço light!

Ele chegou só no fim da tarde, quase noite e passou para o banheiro sério demais. Quando saiu só de toalha, eu não pude conter um suspiro. A Júlia disse que estava com dor de cabeça e foi tomar um remédio e ficou por lá mesmo. Ele volta com um short preto e sem camisa, o seu cheiro me deixa excitada. Senta no sofá e olha para a TV, não diz nada.

Você e nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora