Capítulo Seis

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Depois de vestido, levei ele até a porta, mas antes fui ver se a Nina estava dormindo. Ainda é cedo.

- Tchau, Guilherme. Até mais tarde. - digo da porta.

- Tchau, docinho. - diz e finge que vai mas volta para me beijar. Desgrudo minha boca e lhe abraço.

- Agora vai! - lhe empurro e ele me beija. - Até mais tarde docinho. - pisca me dando as costas.

- E para de olhar para a minha bunda, hein? - ele diz e entra no elevador, entro rindo e fecho a porta. Aperto as coxas e sinto um puxão na minha intimidade. Vai ser difícil sentar e não fazer uma careta de dor, mas tenho que admitir que foi gostoso.

Entro no quarto e durmo mais um pouquinho antes do alarme tocar. Me levanto relutantemente e tomo um banho gelado. Coloco uma calça jeans e uma blusa com estampa de banda de rock. Olho para o espelho e me analiso. - Você precisa fazer uma dieta, mudar o seu guarda - roupa e dá um jeito nesse cabelo, docinho. - rio me olhando no espelho e vejo a Nina entrando no quarto e sentando na minha cama.

- Se quiser posso te ajudar. - ela diz já pronta. Olho para ela sem graça por ela ter me pego falando sozinha e por querer me ajudar.

- Eu só estava pensando alto. Nem perca seu tempo! - digo e faço um rabo de cavalo nos meus cabelos.

- Pra mim não será incomodo nenhum, docinho. - ela diz e ri. Olho para ela sem entender.

- Como você sabe o meu apelido? Quer dizer, só o Guilherme me chama assim... - digo sem confusa.

- Eu vi as roupas dele ontem no banheiro e ouvi ele te chamar assim algumas vezes. Você não tem que me esconder nada, Júlia. Aqui é sua casa. - ela pisca e eu não sei onde enfiar a minha cabeça!

- Você vai querer minha ajuda? - pergunta se levantando.

- Eu não sei por onde começar!- digo confusa, porque já tentei milhares de dietas e tenho um pouco de vergonha de salão de beleza, e o meu estilo é calça jeans e camisetas. Como eu sou gordinha, não gosto de saias e nem de vestidos. Pareço uma bola!

- Eu sei. A gente pode conversar no intervalo ou quando você chegar do seu trabalho! Agora vamos tomar café? - ela bate palminhas e me leva para a cozinha.

Tomamos nosso café e saímos para pegar o elevador. - O Guilherme é o seu namorado? - ela pergunta e ajeita a bolsa no ombro.

- Somos amigos. Ele dormiu ontem aqui porque esqueceu a chave em casa e a mãe foi dormir na casa do namorado. Então ele se infiltrou na minha cama. - digo apressadamente, nervosa.

- Mas vocês transaram? Ele é gay ou não é? - pergunta interessada.

- Sim, nós transamos. Ele disse que ia desistir de ser gay. O Guilherme é muito louco! - solto uma risada e ela acompanha.

Meia hora depois estaciono na frente da faculdade. - Podemos conversar no intervalo? - ela pergunta enquanto andamos pelos corredores movimentados.

- Claro. Me encontra na cantina. Tchau Nina. - aceno com a mão, ela faz o mesmo para mim.

- Tchau. - diz e segue em direção contrária. Entro na minha sala que ainda está vazia. Meu telefone toca e olho para o visor e sorrio. Guilherme. Vou deixar tocar, eu sei que ele odeia quando demoro a atender. É que eu amo o toque do meu celular e ele toca sem parar.

- Alô. - digo e seguro o riso.

- Porque demora tanto para atender esse bendito hein? - pergunta chateado.

- Que humor é esse? Onde você está seu chatonildo? - pergunto divertida e ele riu alto.

- Chatonildo não, docinho! - diz e solta uma gargalhada.

- Eu cheguei agora. Vou passar na sua sala, antes de ir para a minha. Vou desligar agora, tchau. - diz apressada e desliga. As pessoas vão entrando e me cumprimentando. Cinco minutos depois o Guilherme aparece sorridente. Se inclina e me dá um selinho. Olho nervosamente para o Luís, que está com cara de poucos amigos não tão longe de nós.

O Guilherme quer fazer ciúmes no Luís? Corta essa né?

- O que você está fazendo aqui Guilherme? Vai pra sua sala. - digo baixinho e irritada.

- Eu vim ver você docinho. - diz e enrola o meu rabo de cavalo no pulso e puxa levemente.

- Já viu agora vai, daqui a pouco o professor vai chegar. - digo nervosa e ele olha para a minha boca, faço que não com a cabeça, ele levanta a sombrancelha em desafio. Se inclina e me beija.

Merda! Lhe empurro de leve e nossos lábios se soltam num beijo estalado. - Você não devia ter feito isso Guilherme. - olho feio para ele que me olha confuso.

- Mas eu pensei... - ele fala confuso. Tudo é confuso!

- Depois a gente conversa. - lhe corto e ele acente, beijando minha bochecha demoradamente.

- Tchau docinho. - ele diz e posso dizer que está bastante chateado.

- Tchau. - digo e ele se vai. O que foi isso? Não me diga que ele está apaixonado por mim? Fala sério!

Você e nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora