Sexta Parte (VI)

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Acho que fiquei aborrecido por causa da bebida. No dia seguinte ao roubo, com um colar e dois pares de brincos nas mãos, esqueci completamente de John Pequeno, e até senti ódio dele por ter deixado meu olho com uma marca vermelha. Dei um par de brincos para Suzanne e outro para Jenny. O colar dei a minha mãe. Matilda olhou-me com desprezo quando não lhe dei nada. Fiz questão de presenteá-las na frente dela, para que ficasse com raiva e inveja. Depois disso, fui para a espelunca do Steve, onde me encontrei com Abigail Hayes.

Eu e ela continuamos nos encontrando ás vezes, mesmo nós dois sendo casados. Acontece que cerca de uns dois anos antes, Abigail tinha se mudado para um vilarejo miserável a oeste de Oldhill, e assim sendo, não nos víamos mais. Sim, eu sentia alguma falta dela no começo, embora um tempo depois nem mesmo me lembrasse que ela existia. No entanto, Abigail retornou à Green Rock, e voltamos a nos ver. Era uma porra de vício que tinha nessa mulher desde a juventude! O namoro seguido de casamento com Jenny não me ajudou em nada nesse assunto; e nem mesmo o nascimento de Vival aplacou aquele terrível desejo que sentia. Era como se fosse escravo de suas carnes apetitosas, escravo de seu sorriso provocante, escravo de sua atitude lasciva... Escravo de sua boceta, para ser mais exato. A verdade mesmo era que não queria mais ser. Isso não era amor, era apenas um idiota desejo incontrolável, e não queria mais que acontecesse. O problema era que após dois dias longe dela, as recordações de nosso tempo juntos começava a povoar meus miolos. Uma coisa que passei a pensar era que, quando ela estava longe, eu não sentia falta, o problema era ter aquela criatura por perto.

Portanto lá estava eu, pela segunda vez desde que Abigail tinha retornado a cidade, na cama com ela. Cama essa que se encontrava em um dos quartos da querida espelunca. O aposento era bastante simples, com apenas uma cama cujo colchão era cheio de piolhos, e um baú velho e carcomido ao pé da cama. A janela estava fechada e já passava das sete da noite.

Nós estávamos pelados, dividindo uma coberta de lã. Abigail estava abraçada a mim, e eu já queria me ver livre dela. Senti uma pontada de arrependimento por ter mandando-lhe um bilhete pedindo que me encontrasse ali. Abigail, para não provocar mexericos, entrava pelos fundos do saloon. Eu já tinha deixado tudo conversado com Steve. Abigail e eu éramos casados, e não poderíamos levantar suspeitas.

- Sabe, estou feliz por ter voltado para Green Rock – ela disse de repente, e se apertou ainda mais a mim.

Abigail havia melhorado com o tempo. Tinha ficado ainda mais linda. Suas feições, se é que é possível, ficaram ainda mais libidinosas. Eu sei que falo que todas as mulheres ficaram mais belas com o passar daqueles sete anos, mas é justamente assim que vejo a coisa, o que posso fazer? Para não dizer que só digo isso, tenho uma pequena reclamação sobre o efeito da passagem do tempo sobre ela. Seus seios. Suas tão apetitosas tetas ficaram um pouco murchas. Não que eu esteja reclamando, porque nem o peito de Jenny e nem de nenhuma outra puta que eu tinha comido se igualavam aquelas coisas preciosas que estavam ao alcance de minhas mãos. Estou apenas dizendo que aos seus dezoito anos, suas tetas eram um pouco mais firmes e mais vivas. Faz algum sentido dizer isso? Que suas tetas eram mais vivas? Acho que não. Bom, para encerrar o assunto, gostaria de ressaltar que, apesar de um pouco mais murchos, aqueles ainda eram meus seios preferidos.

- Estou feliz por ter voltado para você – ela comentou de novo, já que eu não tinha dito nada.

- Seu marido ficou pobre? – perguntei para mudar de assunto.

Ela fungou e se apertou ainda mais a mim. Sentia seu corpo junto do meu, e seu cheiro de lavanda.

- Pobre?

- Sim. As novas que correm na cidade são essas – expliquei a afastando de mim e me sentando na cama.

- Ele não está pobre, apenas teve seus rendimentos diminuídos. Aonde você vai?

Um Caminho Para o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora