9 - Um bom amigo

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A clareira está cercada por árvores, paliçadas, rochas enormes; todo tipo de obstáculos e barreiras para torná-la segura. Morris e Tyke ficam de guarda, enquanto meu pai me leva ao "interior" do local. Um prédio de dois andares, que por incrível que pareça também é feito de pedra dura, está no canto oposto à entrada; e inúmeras estandes e tendas cobrem o perímetro. Parece haver um pouco de tudo aqui.

– Pegue qualquer arma de sua preferência. – Observo um pouco as armas, ainda confuso e em choque com toda a situação. Finalmente algo atrai a minha atenção, e estendo minha mão para pegar uma espada longa. Ela é meio pesada, e não acho que poderia manejá-la com facilidade. Eu ia colocá-la de volta, mas o meu pai me impede.

– Veja bem, independente da arma que você escolheu, toda arma tem seu modo de uso. Você deve aproveitar o peso e o alcance de uma espada de duas mãos para suprir pela sua lentidão. Você deve usar uma lança tanto para estocadas como para cortes de grandes arcos. E saber a postura correta para defender com um escudo. – Ele começa a lecionar. – Agora, quanto à sua arma específica. Não se preocupe, com o tempo tudo se resolve: Se você gostou essa, eu te ensinarei a usá-la. Uma espada bastarda, ou, como alguns chamam, uma espada de uma mão e meia. Como o nome indica, você pode usar tanto uma quanto duas mãos. Você pode estar segurando algo de importância, mirar melhor um feitiço, usar um escudo ou ainda outra espada. – Sorri involuntariamente, mesmo que um pouco injuriado com o tom dele.

Fico a encarar a espada, segurando–a com uma palma debaixo da lâmina e outra debaixo do punho. Depois eu a empunho com ambas as mãos e a balanço no ar, testando–a. Meu pai continua sua explicação:

– Primeiro iremos treinar com a arma que você escolheu, mas depois também aprenderá a usar outras. – Passo um dedo pela lâmina, e ela deixa uma marca nele. O gume dela está afiado, até demais. Eu não treinaria usando ela... Certo?

– Vamos passar para a melhor parte? – Olho de volta para Alec, que segura duas espadas tão longas quanto a bastarda. Ele joga uma delas para mim, e eu consigo pegá-la pela lâmina, o que não é muito inteligente, mas não sinto nada. Essas estão completamente cegas, se não completamente amaciadas.

– Que tal uma rodada para começar? – E meu pai começa a avançar. E entendo o que eu devo fazer. Quando ele chega mais perto eu tento dar uma estocada, mas Alec se desvia, e começa a segurar a espada com uma mão. Eu avanço, e testo alguns golpes, mas ele defende todos. Sua guarda está um pouco para o lado, então tento cortar de cima para baixo, tentando acertar o ombro do lado oposto à guarda. No entanto, ele desvia para o outro lado. Avanço, a espada para trás, preparando para acertar seu ombro com outro golpe de cima para baixo. Mas meu pai é mais rápido que eu, e antes mesmo de começar o movimento, a ponta de sua lâmina estava debaixo do meu queixo, apontando para minha garganta. Deixo minha espada escorregar de minhas mãos suadas.

– Agora você estaria morto. – Ele abaixa sua arma e pego a minha do chão. Tyke e Morris apenas observam. Alec chega perto de mim e aproxima a mão que segura o punho da espada para perto do meu rosto.

– Espero que não tenha se esquecido da pegada firme. – Juntar o polegar e o indicador, botar mais força no mínimo e no anular. Eu lembro.

– Você nunca deve brandir uma espada sem a intenção de acertar o seu oponente, caso contrário vira um movimento desperdiçado. A não ser que seja proposital, como uma finta, ou para testar a guarda de seu oponente.

Canção de Ouroboros: A inocência do DescendenteOnde histórias criam vida. Descubra agora