Escolha (LIVRO UM) - EM REVISÃO

Manuela

- Meninas, topam almoçar fora hoje? – Chego à mesa da Amanda que está rodeada de um grupo de cinco mulheres no qual três delas me contaram a experiência inusitada de ir à uma casa de Swing. Onde o Noah trabalha.

- Seria uma boa. – Gabi e a Rafa topam de cara. – Não aguento mais ficar na frente desse computador. – Todas riem.

- Onde vocês querem ir? – Pergunto.

- Quero comer algo natureba hoje... – Diz a Amanda.

- Ah para Amanda, hoje é quinta, depois sexta. Quem faz regime quase perto do final de semana? Começa na segunda. – A Lu zomba dela. – Manu, vamos de massa... Ai que delícia, posso até sentir o cheiro do molho... – Todas caem na gargalhada de novo.

- Manu tem um cara na sua sala, e ele quer falar com você agora. – A Anne me chama e acaba chamando a atenção de todas.

- Hm... Manu, cuidado com o chefe hein... – A Lu, como sempre a mais brincalhona. Agora sou eu que sou seu alvo.

- Quem é Anne? – Pergunto.

- Não faço ideia, ele só pediu pra te chamar... – Ela faz uma cara de "sinto muito", mas eu tenho certeza que ela sabe quem é.

- Ta bom né. – Dou de ombros e olho para as meninas.

- Depois volte aqui e nos conte quem é esse cara... – A Gabi diz curiosa.

- Pode deixar. – Pisco e vou para minha sala.

Já um pouco distante das meninas, insisto em saber quem é.

- Fala logo quem é Anne...

- Não sei quem é Manu... Tchau!!! – Ela praticamente sai correndo.

Entro na minha sala e dou de cara com o Noah sentado no sofá, e seu capacete ao lado. Já vi essa cena antes.

- Ual, que visita repentina de um stripper ocupado... – Fecho a porta atrás de mim e ele vem em minha direção.

Dando-me um beijo doce e calmo, ele me diz "Oi" da forma mais amável.

- Achei que tinha deixado a ironia de lado... – Ele ri.

- Nunca. – Toco seu nariz com a ponta do meu dedo indicador.

- Sei que perto desse horário você almoça, resolvi arriscar e trazer algo para comermos aqui. Tem algum problema? – Ele arqueia as duas sobrancelhas.

Encaro seus olhos azuis vívidos e respondo.

- De forma alguma. Mas o que você trouxe? – Pergunto indo me sentar quando ele me puxa pelo braço e me encara. A luz que bate em minha sala bate também na metade de seu rosto, fazendo com que um de seus olhos fique de um azul cristalino, e não consigo mais desviar a atenção. Ele me beija, como se nunca nos conhecêssemos.

Quando me solta, falo.

- Ei, o que foi isso? – Encaro perdida, será que têm algo acontecendo?

- Saudade. – Ele diz sério. Sorrio em resposta.

- Eu também estava com saudades. Posso ir me sentar agora? – Aponto para a cadeira.

- Claro... Na verdade – Ele diz e se senta à minha frente. – Queria conversar com você... – E a seriedade toma conta do seu rosto.

- Devo me preocupar? – Pego as sacolas e abro a embalagem térmica. Spaghetti... Hm.

- Não. – Ele diz ainda me encarando.