Manuela Parte 1

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- Que demora. - Ele liga o carro e saímos.

- Desculpa, minha mãe estava na cozinha, quando fui beber água.

- Sua mãe?

- Sim...

- Você nunca me disse sobre seus pais.

- Você nunca perguntou.

Ele balança a cabeça discordando da minha resposta.

- Quanta mal criação... - Insinua.

- Devo temer? - E a Manuela desafiadora entra em ação.

- Sim. - Melhor não desafiar. Tento fugir do assunto.

- Então o que você quer saber sobre os meus pais? - Eu pergunto.

- Como eles são, o que eles fazem, essas coisas.

- Meu pai é psicólogo, tem uma clínica. A minha mãe também é, mas parou de exercer a profissão.

- Por quê?

- Ela preferiu se dedicar à nós.

- E como eles são?

- Meu pai é bem alto de cabelos grisalhos já na casa dos 57 anos, lindo de morrer. Minha mãe tão linda quanto, cabelos castanhos e o corpo ideal para sua idade, 53.

- Puxa saco. - Ele ri.

- Nada, esses dois são puro amor. Como ser humano, como pais. Eu os amo demais. - Ele sorri, um sorriso reconfortante.

- Pais que te dão apoio, creio eu. - Seu olhar se volta para estrada, mas sua voz falha um pouco.

- Muito... - O Noah está tão misterioso, que se eu perguntar algo é bem capaz que ele me dê uma charada para desvendar suas aflições. E novamente ficamos em silêncio. - E você?

- Eu o que?

- Seus pais.

- Bom meu pai faleceu faz alguns anos. Minha mãe se chama Antonella têm 59 anos, mora agora com os meus avós na Itália. E meu irmão Oliver tem 31 anos e está morando na Austrália.

- Uau, vamos por parte. Sua mãe... é italiana mesmo? Ou é só descendente?

- Bom minha mãe é italiana, mas cresceu no Brasil. Quando ela se casou meus avós voltaram para a Itália. E depois do falecimento do meu pai ela foi para lá, já que eu e meu irmão estávamos fora.

- E seu irmão?

- Então lembra que te falei que ele mora sozinho? Ele curte a vida dele, vive namorando, mas não se apega a nenhuma. Ainda está na Austrália.

- Então ele conhece seu filho, sua ex...?

- Sim, o Tyler amava o Oli.

- Eles sabem o que você faz aqui?

- Não.

- Ainda bem. - Eu dou risada.

- Qual a graça? - Ele fica sem jeito.

- Venhamos e convenhamos, seria um choque pra eles. Você tinha uma família, uma vida estável, tinha seu próprio negócio. Qualquer pessoa estranharia.

- Eu sei. Mas é temporário.

- Sério?

- Estou pensando. Mas acho que sim.

Quando cogitei em lhe entupir de perguntas de como e quando, percebo que entramos em uma estrada de terra, e ainda um pouco distante uma cabana.

- Já chegamos?

Escolha (LIVRO UM) - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora