Acordar sorrindo atoa é normal?
Pra mim é um pouco inusitado, apenas por ouvir o som das ondas quebrando na areia, mas é extremamente energizante, não nego.
Não me demoro muito para levantar, afinal esse fusca é tão apertado que depois da noite de ontem percebo que amassei muitos processos. Tento não pensar muito, não me estressar. Simplesmente absorvo a energia da natureza.
O som baixo, quase como um sussurro da música, embala o meu bom humor nesse domingo ensolarado. Confesso que estou agindo feito adolescente, dormindo em beira de estrada, com um surfista em um fusca, ah, e seminua. Espanto o último vestígio de sono e preguiça e saio, me deparo com uma vista impagável. O sol brilha na água cristalina e vejo um cara lindo em posição de buda apreciando a mesma. Ficaria por horas analisando tal efeito da natureza, mas não me contenho e vou em sua direção.
- Bom dia guri... – O agarro por trás, sussurrando em seu ouvido.
- Bom dia guria. – Imóvel estava, imóvel ficou, talvez inebriado com a vista. Resolvo acompanhar seu olhar. – Tá vendo...? – Ele aponta para o horizonte.
- O que exatamente?
- Onde o céu e o mar se encontram...
- Muito poético... – E parecendo um sinal divino, a música do "Filosofia Reggae" toca, canto. – No mar, um banho pra comemorar...
- Um banho pra purificar... – Ele retruca. Nos encaramos e finalmente ele me beija, flutuo.
- Teremos aulas práticas hoje? – Sorrio, ainda saboreando seu gosto.
- Gosto assim guria, disposta e topando tudo.
- Vivendo e aprendendo. – E levanto-me. Já de biquíni e short, só preciso de uma prancha.
- Só um louco que não te ensinaria. – Ele deixa ainda mais desgrenhado os cabelos amanhecidos e amassados, com a mão. Talvez, tentando não pensar besteira.
- Vou tomar isso como um elogio, mas vamos primeiro tomar um café da manhã reforçado, afinal não quero tomar caldo. – Ele ri.
- Tudo e um pouco mais ali nas sacolas.
- Uau. Mas que homem mais prestativo.
- Tem chimarrão, já experimentou?
- Não, mas também não ouvi coisas boas sobre. Melhor manter meu estômago com coisas leves.
- A seu gosto. – Sorrindo, ele desata o nós que prendiam sua prancha na parte superior do fusca.
- Mas me responde uma coisa, como esses pães ainda quentes veio parar aqui? – E dou a primeira mordida. – Não o ouvi ligar o carro.
- Nada que uma corridinha não faça. – Ele dá uma piscadela.
- Pera aí, você correu pela estrada até a cidade só pra comprar estes pães? – Ele para o seu trabalho de limpar a prancha, cheia de parafina. Sim eu pesquisei quais materiais necessários para praticar o surf. E me encara.
- Sim, e faria novamente, faz bem para o corpo e alma. Você iria adorar. – Para completar sua frase motivadora, o sorriso que acompanha engrandece todo o resto ao nosso redor.
- Quando acho que você já fez de tudo, me surpreendo.
- Já praticou yôga?
- Só as corridinhas de 10 minutos, quando estou atrasada para o serviço.
- Mulheres modernas... – Por fim me dá um selinho.
- Homens... – Desdenho. – Mas prometo fazer exercícios.
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Escolha (LIVRO UM) - EM REVISÃO
RomancePLÁGIO É CRIME CONFORME A LEI DE Nº 9.610/98 Três amigas inseparáveis e completamente diferentes em suas personalidades se vêem juntas em um encontro inusitado e surpreendente: Manuela com seu jeito doce e espontâneo, buscando sempre algo que seja d...