A Namorada do Luan Santana

Capítulo 8-Pela Ultima Vez

A minha decisão já estava totalmente tomada. Talvez aquela ideia fosse absurda, mas naquele momento eu achava que era a única maneira de salvar a vida do Ramon. Ele iria começar um tratamento com um psicólogo, mas nada assegurava que aquilo iria adiantar ou resolver. Eu tinha certeza que comigo do lado, quem ele sempre sonhou em ter, ele iria ter mais força de vontade para lutar e vencer as drogas.

Podia ser loucura, mas eu estava disposta a tentar e levar todo aquele possível sacrifício a diante. Não seria nada fácil falar sobre aquilo com o Luan, terminar assim com ele, talvez fosse a grande derrota do meu coração, mas era necessário, porque de qualquer forma ele não pararia de bater, assim, garantia que o coração do Ramon também continuasse batendo.

Eu sabia que frustraria o Luan. Depois de tudo que a gente passou e viveu, tudo o que mais queríamos era pode desfrutar do nosso amor em paz. Só que eu nunca mais poderia viver com tranquilidade se algo de ruim acontecesse ao Ramon, sendo que eu sabia que podia ter mudado toda a sua vida. O Luan podia até ficar mal, mas logo ele acharia um modo de me esquecer. Achar distração para ele nunca foi difícil.

Agora, o meu pesadelo fazia todo sentido. Eu tinha que tomar uma decisão: o Luan ou o Ramon. Existem milhares de pessoas que dariam a vida pelo Luan, ele tem o apoio de quem ele quiser e nunca ficará sozinho. O Ramon não. Ele só tem a mim.

Na terça, não consegui nem levantar para ir à faculdade. Estava totalmente deprimida e insegura. Não fazia ideia de como iria terminar. Logo mais o Luan chegaria, achando que está tudo bem com a gente, e de repente eu vou dizer que quero terminar. Eu queria pelo menos ter uma despedida dele, mas não seria nada lógico de minha parte ficar com ele o dia todo e no fim do dia dizer que está tudo acabado. Eu precisava agir com senso. Eu terminaria com a aflição assim que ele chegasse.

Luan: Oi meu amoooooor! - falou quando eu abri a porta de casa.

Giuly: Oi, amor. - abraçou-me do jeito mais apertado que fazia com que meu mundo estivesse totalmente sendo apenas nosso, beijou-me. Eu quis aproveitar aquele momento único e talvez último. Beijei com anseio, expressando toda a minha vontade e felicidade que era ter o Luan. Apesar do beijo não ter sido muito longo, foi muito intenso.

Luan: Que bom estar aqui com você! - sorriu e pude ver o brilho dos seus olhinhos de jabuticabas.

Eu respirava fundo. Sentia todo um desespero. Lutava para conseguir ficar de pé e não desabar. Eu não queria fazer aquilo, mas era necessário. Sentia que meu peito explodia de tristeza, e com certeza meu coração já sangrava só de pensar que eu ia despedaçar de uma hora para outra o amor do Luan.

Luan: Você está bem Giuly? - tentei puxar o oxigênio do ar, que parecia não vir.

Giuly: Sim. - respirei mais uma vez fundo - É que...

Luan: Calma, meu amor - ele me abraçou de novo, fazendo-me quase chorar - Estou sentindo daqui que está querendo dizer algo. Desde ontem no telefone te achei tristinha. Aconteceu algo de ruim que queira me falar? Algum problema? Fala, o que está te deixando tão nervosa.

Giuly: Eu queria te dizer umas coisas.

Luan: Pode falar. Vou te ouvir, meu amor. Ah, sua mãe está aí?

Giuly: Não, está no trabalho.

Luan: Estou com saudades dela. Mas então, me fala - segurou a minha mão.

Giuly: Luan, é que os últimos acontecidos... Eu andei pensando muito... Acabei chagando a uma conclusão... Na verdade, eu queria te dizer que você foi a melhor coisa que me aconteceu.

Luan: Giu, Giu. Não estou gostando desse papo não. - já me olhava com ar de desconfiança.

Giuly: Eu sei que pode ser difícil, e complicado para você entender agora... Hum... Que nesse momento eu não me sinto muito bem... E acho melhor... - engoli em seco - Acho melhor nós terminarmos.