A Namorada do Luan Santana

Capítulo 5- Nada Sem Você: Luan Narrando

Eu lia aquela carta com uma enorme dor no coração. Percebia que cada palavra escrita foi expressa com muito sofrimento, e aquilo acabava comigo. A minha Giuly estava sofrendo muito.

Não consegui ser forte o suficiente e todo aquele aperto dentro de mim se transformou em lágrimas. A Giu tinha me deixado por um motivo de força maior, o que fazia dela, a mulher ainda mais sensacional. Sentei na cama e fiquei olhando para o nada durante alguns minutos.

Nenhum problema para mim é maior do que ficar sem a Giuly. Ela é o amor da minha vida, e nada se compara a tristeza de pensar que ela ficará longe de mim. Eu não podia admitir aquilo. Ela tinha que voltar para mim. Confesso que sofri sim com a notícia de não poder ser pai, mas acho que para tudo há uma solução, nós podemos fazer algo para contornar essa situação. Se o estéril fosse eu, eu esperaria, de verdade, que a Giuly não se frustrasse por isso, assim como eu não posso me frustrar com ela... Consigo pôr-me em seu lugar tranquilamente, e nada me tira da cabeça que essa atitude foi impulsivamente errônea. A felicidade que ela me traz é muito maior do que qualquer problema que possa existir.

A vontade que eu tinha era de pegar o telefone e dar uns belos puxões de orelha por ela sempre ter essa maninha de decidir coisas erradas sem antes falar comigo. Mas sabia que ela não merecia briga. Com certeza está doendo muito dentro dela, e ela não pode receber mais peso sobre si. Eu acho que a entendia, e queria o mais rápido possível resolver logo essa horrível situação. A Giuly é minha para sempre, será que era difícil de ela enxergar que a minha felicidade completa é só com ela?!

Pensei em me arrumar e correr para a casa de sua mãe encontrar logo com ela, só que olhei no relógio e percebi que não dava mais tempo. Eu faria um show dali a poucas horas, e não podia sacrificar meus fãs naquele momento, por mais que meu coração pedia. Arrumei-me com toda aquela agitação e segui para pegar o Bicuçu e ir para a cidade do show. De qualquer forma, acabando meus afazeres eu iria atrás dela logo. Aquela tensão não poderia se prolongar. Eu nunca iria abrir mão dela, nunca. Por nada.

Atendi os fãs no local do show, tentei sorri o máximo que pude no camarim, pois ninguém merecia perceber o meu sofrimento. Uns ainda tentavam dizer que eu estava um pouco menos entusiasmado, perguntavam pela Giuly, e eu fazia o possível para manter a calma emocional e disfarçar o meu sufoco. Foi difícil manter a aparência, havia fãs que me conheciam como a mim mesmo, e mesmo eu dizendo que estava tudo bem, eles rebatiam dizendo que logo as coisas se ajeitariam, independendo do que fosse. Só eles mesmo para me darem força, indiretamente, neste momento delicado.

Fiz minha rotina de antes de subir ao palco, respirei fundo e subi com toda energia que conseguia retirar de mim. Logo, consegui me soltar um pouco mais e interagi com o público. Mas infelizmente, na hora de cantar "Te vivo" foi difícil de segurar a emoção, e então não tentei mais lutar para esconder... Cantei emocionado, fazendo com que todos se emocionasse também, e no fim da canção, soltei uma declaração:

Luan: Quando o amor verdadeiro chega até nós, nada mais sem a pessoa tem graça. O amor é para ser vivido intensamente, sem nenhum temor, sem nenhum medo. Nunca desperdice a sua chance de amar e ser feliz. Fale com quem você ama. Converse. A maior alegria é poder ter quem a gente ama com a gente. Não se preocupe com as tribulações que possam surgir, porque se o amor for mesmo verdadeiro, ele rompe barreiras, ele resulta em felicidade e vitória. Só quem realmente já encontrou a felicidade na outra pessoa vai entender o que eu estou dizendo. Aaah, – suspirei – como é bom poder te amar! – e acabei improvisando "Meteoro" de repente, mesmo ainda não sendo a hora, mas me senti bem com aquilo, foi como um desabafo. A Giuly tinha que voltar para mim imediatamente. Não podia esperar, porque, de outras vezes, o tempo só foi fazendo com que a gente se perdesse um do outro, e isso eu não vou permitir nunca mais.