Capítulo 4- Abrindo Mão De Você

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Giuly: Não... – pedia para não ser verdade.

Médica1: É, infelizmente isso acontece com algumas mulheres.

Giuly: Mas por quê? – A doutora estava me dando nos nervos. Não sei se eu já estava muito chocada, mas achei que ela poderia ter sido um pouco mais sutil ao me dar aquela notícia. O meu maior medo foi confirmado, e eu não me sentia nada bem.

Médica1: As trompas uterinas são dois tubos que é ligado a partir dos ovários até o útero, sendo órgãos muito importante no sistema reprodutivo das mulheres. Isto é porque o óvulo passa pelas trompas de falópio para o útero para se unir com o esperma do homem. Como tal, o estado das trompa é muito importante para determinar se uma mulher será capaz de engravidar ou não. No entanto, existem alguns casos em que uma mulher pode ter alguns problemas com suas trompas que afetam sua capacidade de se reproduzir.

Giuly: Aham. – Ouvia com uma vontade enorme de chorar.

Médica1: Assim, as tubas têm um papel essencial na fertilização, pois são o canal por onde o óvulo segue ao encontro do espermatozoide e, após se unir a esse, leva o ovo fecundado rumo ao útero. Quando obstruídas, que é como no seu caso Giuly, esse processo não acontece e nem a gravidez. Isso porque você já nasceu com elas um pouco comprometidas, na verdade, um pouco danificadas, e você possui uma incapacidade de empurrar o óvulo até o útero, não tendo como engravidar.

Giuly: E não tem como eu tratar disso?

Médica1: Infelizmente não há tratamento para o conserto das suas trompas. Mas se você...

Eu não conseguia ouvir mais nada, nem prestar atenção no que ela dizia. Uma mágoa muito grande subiu dentro de mim, pesando meu coração. Eu respirava fundo para não chorar em frente a médica, querendo sair dali o mais breve possível.

Houve uma hora em que ela parou de falar e ficou olhando para mim. Ela devia ter acabado de dizer tudo o que pretendia, talvez a consulta já havia acabado, então eu forcei um sorriso para ela, junto ao um suspiro profundo.

Giuly: Uhum.

Médica: Então, qualquer outras dúvidas que você tiver, estarei a disposição. Isso é muito comum entre as mulheres, Giuly. Mais do que todos imaginam.

Giuly: Ok.

Médica: Está tudo bem com você? – com certeza percebera meu olhar longe.

Giuly: Sim, sim.

Médica: Não sou de indicar outros médicos, mas posso te ajudar.

Giuly: Ta bom. Obrigada. – fui levantando-me. – Boa tarde, até mais – saí.

Abri a porta de meu carro, entrei, sentei e desabafei em lágrimas. Eu era estéril por causa de um problema de nascimento! Por quê?! Por quê?! Não dava para entender aquilo! Não era justo comigo!

Desde pequena eu me imaginava casando, e tendo filhos. Filhos... É sempre o sonho de toda mulher, sempre foi o meu sonho. Um casal? Menininhos? Menininhas? Ter dois ou quem sabe três. Sempre tive isso em minha mente. E como agora, com 22 anos de idade eu poderei cancelar isso de meus pensamentos? Arrancar da minha realidade? Saber que nunca poderei ver minha barriga crescer e se desenvolver? Olhar uma sonografia e ver seu bebê? Ou até mesmo não sentir desejos de grávidas? E o pior... Nunca sentir um filho meu mexer dentro de mim. Como sobreviver a isso...?

E o Luan... Foi o primeiro a demonstrar o desejo de ser pai, que agora vai ficar intensamente frustrado. Eu não poderei lhe dar filhos, nem um se quer. Nada. Não queria nem contar, mas sabia que era preciso.

A Namorada do Luan SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora