Dia 6.057

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Conversamos com a mãe do Nicolas e ela nos deu uma agenda com os possíveis números da filha, ela disse que a filha era uma pessoa ocupada já que estudava e trabalhava muito e só mantia contato com Nicolas.

Testamos uns cinco, todos de Minas Gerais,mas nenhum era dela.

-Por quê o Nicolas e a irmã mantém em segredo o contato deles?

-Provavelmente pra mãe dele não ficar azuclinando ela.

-Faz sentido.

-Alô? Oi, tudo bem? Eu sou o Matheus, amigo do Nicolas, você por acaso se chama ou conhece alguma Marcela? Não...Ah,obrigado.

Todos diziam a mesma coisa e ao desligar o telefone demonstravamos decepção uns pro outros.

-Assim, sei que a mãe dele deve ter desistido de procurar a filha com tantos números, mas já pensaram na possibilidade do número estar na casa dele?

Fomos até a casa de Nicolas, Dona Bárbara pediu pra que não fizéssemos bagunça. No quarto dele, tudo completamente impecavel, como se uma boneca morasse naquele lugar.

-Uau, todos os video-games arrumados em ordem alfabética.

Disse Plutão.

-Nicolas só é extramente organizado porque o pai dele é rígido. Impressionada com tanta organização?

-Não. Meninos tem que ser organizados sim, é como uma obrigação, estou achando maneiro tantos jogos. Poderiam me convidar pra jogar algo.

-Que menina maneira!

-Se concentra gente. Logo vou ter que voltar pra casa e tomar meu remédio, se minha mãe me vir e perceber que estou machucado ela vai me comer vivo.

Plutão encostou no meu ombro.

-Você vai melhorar, tenho certeza. O acidente não foi tão grave assim.

Nos concentramos. Procuramos em locais principais do quarto como debaixo da cama, perto dos jogos ou livros e nada.

-Garotos, precisamos pensar como o Nicolas.

-Como?

-Vou precisar da ajuda de vocês. Vamos lá, eu sou o Nicolas e preciso guardar muito algo da minha mãe, qual seria o lugar mais óbvio pra se guardar?

-Na agenda, mochila, gavetas, coisas onde tem papéis.

-Qual é o lugar menos óbvio?

Lucas perguntou e eu fui até a porta, nela pude visualizar o quarto. Paredes brancas, cama de canto, armário de cadernos, fotos, agendas e guarda-roupa.

Lembrei da única noite em que fomos dormir na casa de Nicolas, ele disse que odiava que mexessem em seu guarda-roupa e sua mãe não encostava ali.

Abri o guarda-roupa, roupas separadas por estilo, marca e cor. Nas marrons, uma pequena agenda. Abri. Três números.

Testamos o primeiro e o número não existia.

Testamos o segundo, coloquei no viva-voz:

-Alô? Quem fala?

-Sou amigo do Nicolas, tudo bem?Você por acaso conhece alguma Marcela?

-Marcela? Minha cunhada, irmã do Nic, querem o número dela?

Pedimos o número. Sem perguntas. Sem respostas de perguntas não dadas. Desligamos e o número condizia com o terceiro número da agenda.

-Somos burros. Olha só, se prestassemos atenção veríamos que esse número aqui é de São Paulo.

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