Acordei um pouco cansado e fui tomad café, logo de manhã e quando me sentei não havia ninguém na cozinha fora minha mãe que lia um livro de receitas velho e Giovana que lavava louça a ouvindo;
-Algum dos meninos poderia ir pegar jabuticaba perto do rio. Aí eu faria uma torta.
-Seria legal.
Coloquei um pão na boca.
-Eu vou mãe, vou com o Nicolas.
Saí, precisava espairescer de todos os pensamentos ruins. Meu amigo drogado achava que a culpa era minha e que eu simplesmente era um bosta.
Nicolas apareceu do meu lado comendo uma maçã;
-E aí Aif, está melhor?
-Não, mas minha mãe pediu para que fossemos pegar algumas jabuticabas.
-Beleza então, é no mercado?
-Não, perto do rio. Aquele da ponte de madeira, lá tem muitas jabuticabas.
-Sabe o caminho?
-Sei, venho aqui faz tempo e acha que não conheço?
-Acho, você é esquecido.
-Vou me trocar.
Coloquei a blusa do iron-man, meu jeans, tênis e saímos.
Pegamos a bicicleta e um vasilha com tampa, Nicolas foi pedalando até a ponte enquanto eu olhava o caminho, nele havia, como sempre;o vasto campo, bois, vacas e até bebês cachorrinhos brincando.
-Nossa, a água daqui é tão limpa, espera aí vou beber um pouco, estou com sede.
-Beleza.
Olhei em volta, tudo era calmo e simplório. Nem parecia que o campo estava recebendo o enredo de uma história de horror. Porque era exatamente isso que eu imaginava da minha vida agora.
-Aí, eles eram tão fofos. Tentando pegar a borboleta.
-Para cara de se grudar em mim, cê tá com bafo.
-Eu tô com saudade, isso sim.
-De quê? Da sua amiguinha Nicolas?
-Não, da minha mochila.
Olhei pra trás, Matheus e Lucas vinham andando lentamente, rindo. Lucas certamente estava doido, por não poder se drogar.
Escutei os passos de Nicolas voltando a subir a ponte, pisando as gramas, gravetos e lentamente a madeira que rangia.
Estavámos de lados opostos. Nicolas hesitou um passo pra trás. Olhei de canto e fiz um sinal pra que viesse do meu lado.
Se alguém visse a cena, iam achar que éramos adolescentes arranjando briga, estou rindo disso agora, por quê é exatamente o quê somos.
-Vocês por aqui?
-Pergunto o mesmo.
Matheus tirou uma vasilha do bolso e saiu andando. Segurei no braço dele quando ele passava.
-Me solta, seu traidor.
Me solta, seu traidor.
Minha Vó uma vez me disse que tudo que a gente diz, algum dia na vida vai ser dito pra gente. Se a gente diz que ama alguém, alguém vai dizer que nos ama, se a gente diz que odeia alguém, alguém vai revidar palavras de ódio. E as palavras de ódio voltaram exatamente como foram.
Matheus, seu canalha.
-Beleza, Aif, solta ele. Vamos logo lá, sabe onde é?
-Sei, é ali.
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Aif
Teen FictionEM HIATUS Eu sou Antônio Ícaro Fernandes, mas me chamam de Aif. Na verdade só me chamam assim porque meu irmão também era Aif. Bem isso que leu, ele era. Você sabia que Plutão voltou a ser um planeta recentemente?