CAP 29

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REVISADO.

THOMAS.

Acordei um pouco mais cedo que a Dakota para poder ver se já estava todo mundo indo embora, eu irei mais tarde com a Dakota porque precisamos pegar o que ela precisa em casa.

- não sei onde eles arrumam ânimo para fazer tudo tão cedo. Kamila fica do meu lado. - você está bem?.
- estou melhor que nunca e você ?.
- estou ótima também. Ela assente sorridente.

Ela não disse mais nada e também não insistiu em me perguntar algo, na verdade eu nem sei porque ela ainda conversa comigo depois de tudo que eu fiz. Era para ela me odiar.

- você vem depois ?. Sofia pergunta assim que o pessoal foi embora.
- sim, preciso resolver algumas coisas.
- toma cuidado. Ela disse entrando no carro do Robert.

Voltei para o quarto e a Dakota ainda dormia, não quis acordá-la então sentei no chão de frente a cama e fiquei a observando.

Quanta coisa aconteceu desde que ela apareceu na minha vida, eu nem me lembro mais como era minha vida antes dela.

Por que o pai dela não quis pagar a dívida? Por que ele não levou a família daqui ?

Ele tinha tanto dinheiro, poderia ter se livrado e ter recomeçado em outro lugar, ter uma nova vida, mas preferiu ficar e colocar todos em perigo.

Eu nunca imaginei que a filha dele seria essa mulher incrível, eu queria muito ter visto ela antes, eu teria negado o trabalho na hora... Não ia ser capaz de fazer aquilo se eu soubesse quem era ela.

Depois de tanto tempo, acabei me convencendo de quem eu realmente sou... Já ouvi tanta coisa sobre mim e não digo que é mentira, já fiz coisas horríveis.

Lembro de quando minha mãe acordava no meio da noite para ver se eu estava bem, se meu pai não tinha feito nada comigo ou melhor, com a gente!!

Eu cresci vendo minha mãe sofrer e lutar pelo pouco de esperança que ela tinha, de que um dia o meu pai iria mudar...as vezes ela até se convencia disso porque ele ficava semanas sem beber mas ela mal sabia que era por minha causa, eu ia em todos os bares que o meu pai frequentava e dizia que se eles vendesse uma gota de álcool para o meu pai, eu iria matá-los e eu era frio demais para isso. Mas ele sempre dava um jeito de conseguir mais, quando minha mãe se contentava achando que ele tinha mudado, ele voltava tarde da noite pronto para fazê-la sofrer.

Aquilo me matava, eu queria ter sido homem o suficiente para poder enfrentá-lo naquela época mas eu só entrava no meu quarto e socava as paredes até não aguentar mais, no fundo eu sabia que aquela tinha sido a escolha da minha mãe e que se eu fizesse algo, era capaz dela me odiar e ficar do lado dele.

Quando eu peguei aquela arma e apontei para ele, eu sabia que ela ia sofrer muito sem ele pois ela preferia apanhar todas as noites mas com a certeza de que ele continuará ali do que se livrar dele. Eu não tinha mais sentimentos nenhum quando fiz aquilo, eu tinha desgosto e raiva por tudo que ele tinha feito a gente passar, era pra mim estar preso ou sei lá, morto.

Mas mesmo sofrendo minha mãe pediu para que eu fugisse e desde então ninguém nunca mais me viu naquela cidade.

Quando me tornei mafioso pensei em voltar para saber como estava as coisas mas já era tarde demais.

Fecho o caderno assim que vejo Dakota se mexer na cama.

DAKOTA.

Eu Amo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora