Quase Proibido

Capítulo 2

Assim que botei os pés no portão da universidade senti muito mais do que borboletas no estômago, na verdade pareceria que tinha uma cavalaria brincando de carrossel na minha barriga. Acredite, é muito difícil lidar com tantos sentimentos em poucos segundos.

Entro com devagar devido a quantidade de malas que estou carregando (Duas e uma bolsa), de qualquer maneira estão pesadas.

Conforme vou adentrando na universidade vou ficando cada vez mais pasma com o tamanho do lugar, é como se tivesse uma cidade dentro de outra, e realmente to em duvida se estou amando ou ficando assustada.

Caminho um pouco mais que a metade da universidade afim de achar a ala de artes, infelizmente os alunos são proibidos de andar de carro dentro do campus ou seja, temos que deixar na garagem do mesmo.

Vou caminhando com um pouco de dificuldade pois não aguento mais carregar esses troços, sorte minha que estou a alguns passos do meu dormitório. Prestes a subir o primeiro degrau, sinto alguém me tocar nas costas e com o susto me viro apreçada achando que é um desses muitos babacas que ainda vou encontrar por aqui, mas para minha felicidade esse babaca é loiro, com cabelos grandes e para minha sorte é Jully.

Ela me disse que iria chegar de manhã no campus porque segundo ela tinha que arrumar tudo para de noite poder ir na festa de boas vindas que o campus oferece. Festa essa que não estou nem um pouco afim de ir. Me virando pra ela dou um abraço forte, precisava mesmo ver alguém ou de preferência minha melhor amiga.

- Até que enfim a Branca de Neve deu as cara, nossa Bia você demorou em, meu Deus. - Diz enquanto me aperta em um abraço muito mais que apertado.

- Ai Jully ! - Digo enquanto tento me separar do seu abraço de mãe ursa desesperada. - Você ainda vai me matar com esses abraços, mas admito senti sua falta. - Lhe abraço rapidamente. - Digamos que minha saída de casa foi um pouco pior do que pensávamos, sim meu pai surtou como o esperado e não eu não estou surpresa! - Termino de dizer enquanto levanto minhas malas que caíram no chão enquanto Jully me agarrava.

- Meu deus Bia, não sabia que iria ser assim, acreditei que ele iria mudar de opinião ou algo do tipo! - Diz enquanto me ajuda com as malas e entra comigo no saguão do dormitório. - Claro, até porque o senhor Vitor costuma me apoiar em qualquer outra coisa que faça que não seja seguir suas próprias regras... - Faço uma cara de nojo em direção a ela, e me viro pra observar a sala.

Nossa realmente esse lugar é incrível, cores vivas, lindas enfeitando cada detalhe do saguão. Fora isso só tinha dois sofás, e uma mesa de centro pra enfeitar. Em seguida tinha a escada que dava direto para os dormitórios.

Após alguns minutos subindo as escadas com Jully, ou melhor eu carregando tudo sozinha porque ela não conseguia parar de falar (Ela costuma dizer que isso é por causa do signo "gêmeos", mas descordo porque também sou e não falo metade do que ela fala, mas ai ela vem dizendo que é culpa do ascendente ou lua, enfim...).

Paro na frente do dormitório e olho pra cara da Jully que parece bem mais animada do que eu, na verdade eu to com um pouco de medo de ter uma companheira de quarto chata. Antes deu pensar duas vezes Jully ja está dentro do quarto dando pulinhos como se tivesse 6 anos, olho pra cara dela e não consigo controlar o sorriso. Entrando no quarto, fecho a porta e vejo que minha companheira já se instalou então fiquei com o que restou do quarto.

- Isso é tão incrível Bia! - Ouço Jully enquanto começo a arrumar as minhas coisas, sorrio e olho pra ela.

- Quem diria que você iria conseguir passar de ano depois que colou em todas as provas de matemática! - Solto uma risada em recordação, e continuo arrumado as coisas.

- Ei, não sou obrigada a ser boa em tudo, fora que você sabe os meus métodos para ter conseguido. - Ela me olha e levanta as sobrancelhas, dando um sorriso debochado.

-Você não deveria se orgulhar disso! - Sorrio de volta e termino de arrumas as coisas, deixando as malas em um lugar apropriado. Me jogo na cama e fecho os olhos, se pudesse ter uma coisa agora seria alguém pra me dar um banho e fazer uma massagem divina.

- Olha eu não sei você, mas minha melhor amiga vai comigo pra festa de confraternização do campus, e olha que coincidência, minha melhor amiga é você, vamos Bianca vai logo tomar um banho pois temos uma hora até a festa começar e sim você vai. - Ouço ela dizer enquanto sou arrastada para o chão, olho pra ela com uma cara de poucos amigos e bufo.

- Olha eu não sei você, mas sou maior de idade, vacinada, e não eu não irei pra festa nenhuma. Alias foi um prazer ver você mas pode voltar pra sua ala de engomadinhos. - Digo enquanto empurro ela pra porta e me viro pra voltar pra cama. Sim sou as vezes um poço de grosseria, mas pera lá, ela me tirou da cama.

Jully faz parte do curso de direito, e por isso já tenho ideia não só do tédio que deve ser a ala dela do campus, mas os professores, imagino já aqueles homens de um pouco mais de meia idade (Sem preconceito nenhum é claro) com aquelas caras fechadas, ensinando tédio, respirando tédio e transformando diversas pessoas em tediosos seres humanos. Dou risada do meu próprio pensamento quando sinto algo me acertar.

Olho pro chão e vejo que ela me jogou um salto, a proposito eu nem tinha percebido que ela estava de salto (Que era muito lindo por sinal, pois era um scarpin preto) e com um vestido preto de alças colado no corpo, também estava um pouco maquiada, mas nada muito forte. - Você deve estar louca mesmo não é? - Digo enquanto devolvo seu sapato.

- Hoje é o nosso primeiro dia Bia, por favor vamos. - Diz quase chorando ou fingindo estar. Ela desde de sempre usa isso pra me fazer concordar com ela, e olha que engraçado eu sempre acabo fazendo o que ela quer.

- Tudo bem Jully, mas se eu achar a festa chata eu volto, mesmo que sozinha ouviu?

Vejo ela colocando o sapato novamente e vindo em minha direção me abraçar. - Ai obrigada amiga, fico te devendo uma! -

- Na verdade se for parar pra pensar você me deve várias Jully, mas por sorte não lhe cobro nem um terço do que deveria! - Digo pegando minha toalha e indo em direção ao banheiro.