Capítulo 22

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- NAMORANDO?- Grita Jully no meio do dock's. Que vergonha.

- Miga porque você não contou antes? - Diz Maya sorrindo e com a mesma empolgação que Jully.

- Falem mais baixo! - Repreendo as mesmas e reviro os olhos.

Cheguei a poucos minutos. Eu e o Nic resolvemos nosso estado cívil, até então estamos "namorando" isso é tão engraçado porque nunca tive um namorado sério, embora tivesse uns meninos em que eu ficava nunca era sério! Mas com ele eu sinto que posso arriscar sabe? Eu sei que tem esse tal segredo entre nossas famílias, mas ele me disse que não importa, que não é nada importante e me pediu pra esquecer. Algo em mim está tentado a continuar indo fundo nessa história só que outra parte está exausta por ter que dar continuidade nessa bola de neve.

Estamos almoçando aqui no Dock's. Eu tomei café na casa de Nicolas e em seguida ele me trouxe pro campus. Perdi duas aulas de manhã e agora de tarde tenho mais algumas aulas, mas eu e Nic já marcamos de nos encontrar hoje de noite.

- Ai amiga eu sabia que vocês tinham algo muito além e é atração! - Diz Jully caminhando comigo pro meu dormitório. Já almoçamos. Maya foi pra biblioteca e eu vou dormir um pouco, afinal tenho tempo até a próxima aula, já Ju tem aula com Nicolas agora. Quer dizer, meu namorado! Não, Nic! Aff esquece.
- Eu to com medo amiga, vou ser sincera.. - Digo e continuo caminhando. - Tem todo esse lance de segredo, todo esse mistério desnecessário, fora que eu não sei se devo contar pro meu pai sobre isso, ele não aceitaria muito bem.

- Amiga você não pode deixar isso te atormentar o resto da vida, deixa isso pra lá, se fosse algo sério ele contaria pra você, deve ser algo relacionado com negócios mal feitos. - Diz tentando me acalmar. Talvez seja isso mesmo, eu posso estar colocando lenha na fogueira. - Se permita ser feliz! - Diz se despedindo de mim e indo pra suas aulas.

Chego no quarto e me deito, quero dormir, preciso dormir. Fecho os olhos e me perco em pensamentos.

*Anos atrás*

- Mãe o que houve? - Digo me aproximando dela devagar. Nunca vi minha mãe tão desesperada assim, ela está chorando e eu não sei o motivo.

- Filha só me deixe sozinha, por favor! - Diz sentada em sua cama chorando.

- Não mãe, eu quero ficar com você, você precisa de mim agora!- Digo batendo o pé.

- Filha, aconteça o que acontecer eu só quero que você saiba que o amor que eu sinto por você é maior do que qualquer coisa desse mundo! E independente de qualquer coisa seu pai também te ama! - Diz se levantando e pegando a chave do carro. Ela tinha em mãos um envelope desses do qual guardamos coisas importantes e depois de me dar um beijo na testa saiu porta a fora.

Minha mãe descobriu a quase oito meses que tem câncer, e desde então ela vive através de remédios. Suas lágrimas são constantes, e eu sempre fico do lado dela, pois mesmo nova sei que ela precisa de mim.

Meu pai vive em seu escritório e meus irmãos quase nunca estão, desde que eles descobriram que minha mãe estava doente eles não reagem muito bem. Mas é como o psicólogo da mamãe diz, cada um sente a dor de modo diferente. Ele tem nos ajudado bastante e desde que ela começou a frequentar as seções três vezes na semana ela vem reagindo bem melhor ao tratamento. Seus cabelos estão caindo aos poucos, e cada vez que vejo ela chorar meu coração se aperta de um jeito único. Ela disse que eu nunca devo cortar meu cabelo porque o meu cabelo era nosso agora, já que ela não poderia ter mais o dela.

Faz quase uma hora que minha mãe saiu de casa e meu coração ta apertado demais, ela nem ao menos me disse pra onde iria.

- Oi, quem fala? - Pergunto atendendo o telefone. Se passaram duas horas que mamãe saiu, provavelmente deve estar por aí. Estou com medo.

- Quem fala? - Pergunta a pessoa do outro lado da linha.

- Sou Bianca, prazer. - Respondo sutilmente.

- É da casa da senhorita Bachn? -

- Sim, porque? - Pergunto.

- Ela sofreu um acidente e não sobreviveu, desculpe. - Diz a voz e desliga o telefone. Não consigo ver mais nada, nem ouvir. Só quero chorar.

* Dias atuais *

Acordo, lavo o rosto e faço minhas higienes. Odeio ter esses sonhos com minha mãe, na verdade esse são os pesadelos, é como se a voz dela ficasse ecoando na minha cabeça...

" Filha, aconteça o que acontecer eu só quero que você saiba que o amor que eu sinto por você é maior do que qualquer coisa desse mundo! E independente de qualquer coisa seu pai também te ama! "

Saio do quarto e vou para o Dock's. Preciso de café. Entro no Dock's e encontro Pedro. Droga vou ter que me explicar.

- Oi moço. - Digo me sentando e esperando ele me atender.

- O que vai querer? - Diz ríspido.

- Um café e conversar com meu amigo. - Digo tentando ter atenção dele, mas a última coisa que ele quer é olhar pra mim.

- To em horário de serviço, não da..- Diz e me entrega o café.

Seguro sua mão e ele me encara. -Vamos conversar? - Ele me olha e balança a cabeça pra que eu dê continuidade. - Olha não era minha intenção te deixar lá sozinho, é que me aconteceram imprevistos..-

- Imprevisto é você agarrada com aquele professorzinho Bianca? - Droga!- Não quero saber, por favor me deixe! -

O encaro e ele vira o rosto.

- Pedro não foi..- Sou interrompida novamente.

- Deu 10! - O encaro e ele continua. - 10 reais! - Diz.

Deixo o dinheiro na bancada e saio do Dock's.

(Gente a partir de agora vou começar a postar apenas segundas e quartas, não sei até quando pois estou viajando! Mas quando puder postar mesmo sem ser estes dias postarei!!! Obrigada, beijo!!! Continuem votando!!! obs: Não sei se postarei amanhã pois estou postando hoje, mas espero que sim!! )

Quase ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora