Chego na rodoviária e rumo ao táxi.
Passei o resto da viagem pensando sobre o que Jully me falou, e pra ser sincera não sei o que fazer, não sei se ela está certa ou errada, ou se eu estou errada ou certa. Ai é muita confusão! Me sinto arrependida agora, pois talvez se eu tivesse dito que na verdade eu gosto de Nicolas, ele teria me falado isso também. Não levei muito em consideração aquela declaração que ele me fez, se é que pode ser considerado declaração. Acho que no fundo mesmo, ele só queria se redimir por ter transado comigo, ou melhor, por ter sido meu primeiro. Não, disso eu não me arrependo até porque foi a melhor noite da minha vida. Conheço Nicolas tão pouco e já sinto que quero estar com ele, isso é tudo novo pra mim! Ai, socorro!
Chego em casa e desço do táxi com todas as minhas malas (uma). Passo pelo portão e sinto um frio na barriga tão gostoso, acho que estava com mais saudade do que eu imaginava. Bato na porta e sorrio assim que a mesma é aberta. Meus olhos se enchem de lágrimas e agora sinto que estou em casa.
- Mãe que saudade! - Digo abraçando dona Ana.
- Minha menina - Diz me abraçando na mesma intensidade. - Que saudade de você também! Como você está magrinha, não está se alimentando direito porque em? - Diz e sorrio.
- Que saudade desse sermão também. - Digo entrando casa a dentro.
- Minha filha porque você não falou que viria? Teria feito um almoço maravilhoso pra você! - Diz subindo as escadas comigo, rumando ao meu quarto.
- Ah mãe foi tudo muito em cima da hora. - Digo. - Era pra eu ter vindo ontem, mas aconteceu alguns probleminhas e não deu pra vir. - Concluo sentando na cama.
Vejo dona Ana sentar do meu lado, a mesma alisa meu cabelo assim como a madrasta da Rapunzel faz quando pentea seus cabelos. A diferença é que toda Ana não tem nada de ruim, sempre gostei quando ela fazia isso. Sempre acaba com uma trança linda em meus fios. - E esses probleminhas tem haver com essa carinha? - Ouço ela falar e meu olhos me trem pois começam a se encherem de lágrimas. Sinto escorrer e vejo que não tem por que eu esconder nada, ela é a única pessoa que realmente pode me ajudar.
Conto tudo pra dona Ana, desde o dia da festa, até a nossa noite maravilhosa ontem e por fim nossa conversa de hoje de manhã. Vejo ela me observar e fico apreensiva.
- Então minha filha porque essas lágrimas? - Pergunta.
- Porque eu não sei mãe, eu não sei o que eu to sentindo. - Digo.
- Acho que saber você sabe minha filha, mas a verdade é que você não quer sentir, porque Bia? O que mais tem envolvendo vocês? -
- Mãe antes eu preciso saber de uma coisa.. - Digo.
- Diga meu bem. -
- Qual o problema da minha família com os Funger? - Pergunto e vejo que sua expressão muda. Agora sim eu estou com a certa que tem algo por trás disso tudo.
- Minha filha, porque a pergunta? - Disfarça e não responde a minha pergunta.
- Porque ele é um deles mãe, o nome dele é Nicolas Funger. - Digo e sua boca toma um formato de "o".
- Nicolas Bia? - Pergunta ainda sem acreditar.
- Sim mãe, porque? -
- Minha filha, sua família já teve bastante problemas relacionados aos Funger, mas não me acho digna de falar sobre isso pra você, então converse com ele Bia. - Diz terminando de fazer uma trança em meu cabelo e se levantando. - Vou fazer um bolo de chocolate com morango pra você filha, tome um banho e vá se arrumar! Logo mais seus irmãos vão chegar.
Sai do meu quarto e me deixa sentada na mesa. Respiro fundo e vou direto pro banho. Me perco por tempos embaixo no chuveiro, meu corpo está relaxado mas minha cabeça está cheia. Agora mais do que nunca tenho certeza que meu pai conhece Nicolas, ou melhor, a família dele, porém eu não sei ainda o porque eles não se dão bem e isso me assusta demais porque embora eu tenha dito que não eu sei que gosto bastante de Nicolas, ou melhor, que talvez eu esteja me apaixonando por Nicolas, do jeito que todo mundo diz.
Saio do banho só de langerie. Abro meu guarda roupa e opto por vestir algo simples, então ponho um vestido de alças florido, e não ele não é preto! Hoje o dia está meio nublado, mas não chega estar frio, então ponho minha bota sem salto e mantenho a trança que minha mãe fez. Sorrio sozinha ao lembrar da noite de ontem, me pego lembrando mais uma vez e sinto meu corpo estremecer só de pensar no prazer que ele me proporcionou.
Pego meu celular em cima da cama e vou pra cozinha ao encontro de dona Ana.
- Que cheirinho ótimo. - Digo me encostando no balcão da cozinha.
- Obrigada filha, você está linda. - Diz me olhando e lançando um sorriso carinhoso. Continua a lavar a louça e abro a geladeira. Pego uma cerveja e bebo um gole da mesma.
- Desde quando criança bebe? - Ouço e sorrio.
Me viro e dou de cara com Mattew (meu irmão mais velho), Killy (sua mulher), Josh (irmão do meio) e Luke ( amigo de infância). Sorrindo abraço um por um. Bebo mais um gole. - A parem de encher, tenho 21 não sou mais tão criança assim. -
- Você é sim, um bebezinho - Diz Mattew apertando meu rosto.
- Deixa ela amor - Diz Killy pegando a cerveja da minha mão e bebendo um gole também.
- Olha ai a defensora - Diz Josh sorrindo.
- Calem a boca vocês dois, euem - Digo.
- Parem já com a briga crianças. - Diz dona Ana e sorrio. - Venham, já coloquei a mesa. Tem de tudo um pouco, espero que vocês gostem. - Diz.
Vamos todos pra mesa e tem lugares pra nós todo, Mattew e Killy sentam em um lado da mesa, eu e Luke sentamos do outro lado e Josh como sempre em uma das pontas. Sempre foi assim. Luke sempre almoçava, jantava, tomava café aqui em casa, ele é apenas um ano mais velho que eu. Ele foi uma das pessoas que mais me apoiou quando decidi cursar artes, porém se mudou daqui alguns meses antes de minha mãe morrer, sempre mantivemos contato, teve uma época que eramos até casalzinho, mas vimos que somos melhores sendo amigos, e então esquecemos essa história.
Cada um de nós nos servimos com uma das inúmeras guloseimas que dona Ana fez. Conversamos várias bobagens e estava com saudade de sentir a casa cheia assim, fazia tanto tempo que não me sentia assim, preenchida.
- Olá - Ouço uma voz grave e sei que é de meu pai. - Bia? - Diz.
- Oi papai. - Digo indo a seu encontro, e lhe abraçando. Embora termos passado muito tempo afastados, eu o amo acima de todos, ele é meu pai independente de qualquer coisa.
- Desistiu mais cedo do que eu pensava. - Diz. Sabia que estava muito bom pra ser verdade.
- Errado papai, é que essa semana é feriado na universidade, acho digno voltar pra minha casa nesse caso. - Digo com o mesmo tom de deboche e reparo que todos estão a nos observar. Volto para meu lugar e volto a comer. - Então Josh, nenhuma menina ainda quis te levar a sério? - Digo na esperança de mudar o clima e graças a Deus consigo. Continuamos nossa conversa animada e meu pai sobe as escadas, provavelmente vai tomar banho e voltar pro trabalho. Afinal é só isso que ele faz.
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Quase Proibido
RomancePrazer, meu nome é Bianca Bachn, ou só Bianca de preferencia. Nasci, vivi e cresci em meio a luxos e riquezas, porém, decidi cursar Artes na faculdade, então sim, sou o desgosto da família e não, eu não me arrependo disso! Tenho apenas 21 anos, nun...