Capítulo 18

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Cheguei em casa exausta e acreditem minha conversa com Nicolas foi a pior parte de tudo.

Acordo e decido não deixar mais o tempo passar, então é hoje que eu vou conversar com meu pai e é hoje que eu vou entender tudo que se passa. Levanto, faço minhas higienes e vou pro quarto. Não estou nem um pouco disposta pra sair de casa, então visto uma calça de moletom cinza, meu chinelo e uma regata branca.  

Olho no relógio e vejo que são 10hrs, antes do fim da tarde eu tenho que pegar o ônibus e voltar pra universidade. To morrendo de saudade de Maya, Jully, até daquele Pedro eu to. Desde o nosso encontro continuo trocando mensagens com ele, estamos nos dando muito bem, e mesmo eu tendo ficado com Nicolas aquele dia não quero descartar a hipótese de me dar bem com Pedro.

- Pai? - Digo batendo na porta do escritório. Já tomei um rápido café da manhã pra poder ter a conversa que preciso. 

- Entra. - Ouço e sinto um frio na barriga de outro mundo. 

- Oi pai. - Sorrio carinhosamente, mas acho que deixo transparecer meu nervosismo. 

- Aconteceu algo Bia? - Diz largando as planilhas que antes estavam em sua mão sobre a mesa do escritório. - Você está branca.- Diz em tom provocativo. Melhore coroa. 

Sento na cadeira em frente. - Pai eu preciso saber uma coisa, mas espero que você realmente me responda sem fugir do assunto. - Digo e sua expressão fica séria. Ok Bianca, agora ou nunca. - Pai, qual é a nossa relação com a família Funger? - Pergunto e vejo ele tossir compulsivamente. Meu Deus.

- QUE? - Diz em tom mais alto do que eu acredito que ele queria falar. - Bia, o que você sabe sobre essa gente?- Diz sério.  - BIANCA EU NÃO QUERO VOCÊ PERTO DESSA GENTE, NÃO QUERO QUE VOCÊ TENHA NENHUMA RELAÇÃO COM ELES E TUDO QUE VOCÊ SABE É MENTIRA. TUDO QUE VOCÊ SOUBER É MENTIRA, TUDO BIANCA. - Diz gritando e se apoiando na mesa e me olhando sério. 

- Mas pai eu..- Sou interrompida. 

- PAI NADA, EU NÃO QUERO QUE VOCÊ SE RELACIONE COM NINGUÉM COM ESSE SOBRENOME BIANCA. - Diz entre gritos ainda. Eu realmente não to entendendo nada. - Agora saia Bia. - QUE? Esse homem é louco. 

- Pai eu nem pude...- 

- SAIA BIANCA, SAIA AGORA! - Diz e antes de repedir já estou batendo a porta e saindo com os olhos cheios de lágrimas. Meu Deus eu não descobri nada, ele só gritou. Porque ele ficou tao nervoso assim? Vi que assim que bati na porta ele usou o telefone, mas pra que? Eu vou descobrir o que houve, eu vou!

Entro no meu quarto com os olhos cheios de lágrimas. Sim sou chorona, tudo me faz chorar, desculpa mas sou assim. Todos falam que isso era da minha mãe, diziam que ela chorava por tudo também. Lembro dela as vezes, mas são apenas devaneios, não me recordo de muita coisa.

Ponho minha mala sobre a cama e começo a colocar todas minhas roupas dentro da mesma. Estamos começando a chegar ao fim desse quase inverno então eu já posso colocar mais umas roupas de verão. Ainda sinto algumas lágrimas caírem sobre meu rosto. Acho que to frustrada com o fato deu não saber o que realmente ta acontecendo, frustrada por saber que o que sinto por Nicolas não é só uma simples atração, por ter dado um ponto final na minhaquase relação com Nicolas. Deus! Desde que conheci Nicolas minha vida se tornou uma grande novela mexicana, minha melhor amiga vive ocupada, ainda mais agora que está com Caio eu acho. Maya some com a mesma intensidade da luz nunca sei quando ela vai aparecer ou vai sumir. Estou só eu nessa porcaria de mundo mais uma vez.

Termino de arrumar as minhas roupas e entro direto no banho. Ninguém aguenta eu com essa cara de choro. Saio do banho com uma toalha enrolada na cabeça e de sutiã e calcinha. Vou pro guarda roupa e procuro a roupa que vou usar hoje. Como já está quase anoitecendo vou usar algo mais pro frio, afinal sentir frio também não é minha praia. 

Ponho uma leggin preta, e uma blusa regata preta também. Visto por cima um"blusão" de lã branco, e um cachecol cinza também. Calço minhas botas cano longo marrom escuro. Passo um pouco de rímel, blush e um batom nude. Seco meu cabelo e faço alguns cachos no mesmo, me olho no espelho, pronto. Pego minha bolsa e desço as escadas junto com minhas malas. 

Deixo minhas coisas na sala e encontro Mattew e Josh sentados na mesma jogando. Ótimo, posso ver se eles sabem de algo  que eu não saiba. 

- Oi guris. - Digo me aproximando e sentando na borda do sofá. 

- Oi Bia - Diz Mattew sem olhar pra mim. Droga, eles não vão parar de jogar. 

- E aí mana. - Diz Josh sem nem olhar pra mim também, isso ta me irritando. 

- To de partida já. - Digo amigavelmente vendo se um dos dois vai olhar pra minha cara e olha  que legal nenhum dos dois repara em mim. Bosta. 

- Boa viagem. - Diz Josh. Mattew nem olhar pra minha cara olhou.

- Gente hoje conversei com papai sobre algo  que acho  que importa pra vocês também. - Digo e eles nem olham pra minha cara. - Nossa família tem tipo uma relação nada amigável com a família Funger e papai sabe disso mas não nos contou nada. - Digo e pela primeira vez os dois olham pra mim.  Ué. 

- VOCÊ? HÃN - Solta Josh  que leva uma cutucada de Mattew na hora. 

- Vocês sabem de algo não sabem? - Digo cruzando os braços. Porque eu sou a única que não sei de nada? - Me contem agora! - Falo em tom sério.

- Bia o que você sabe sobre isso? - Diz Mattew. Josh continua me olhando pasmo. Sim, eu vou descobrir.

- O suficiente pra saber que você estão mentindo pra mim! Eu preciso da verdade mano, por favor! - Digo quase implorando. Meus olhos estão cheios de lágrimas. Agora não Bianca!

- Bianca, fique longe dessa história! Papai não ia gostar de saber que está envolvida nisso, até porque tudo já foi resolvido! - Diz Josh agora.

- Isso tem mais haver comigo do que qualquer outra coisa. - Solto com a voz embriagada do choro. - O homem que eu amo, ou pelo menos acho que amo não quer se envolver comigo por esse motivo! A mulher e garotinha linda que conheci esses dias ficaram absolutamente pasmas em saber que eu sou a merda de uma Bachn, então eu preciso saber o que tem por trás disso! - Despejo gritando e chorando. Olho pra porta e encontro meu pai parado e dona Ana com as mãos na boca.

Quase ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora