Capítulo 3

196 14 0
                                    

Saio de dentro do alojamento usando apenas uma calça jeans escura, uma bota marrom por cima, blusa branca e jaqueta de couro por cima de tudo só pra não ficar tão simples assim.

Na verdade nunca gostei muito de todos os vestidos que era obrigada a usar nas festas, reuniões e coisas do tipo. Claro que gosto de usar roupas assim, mas prefiro a boa e velha calça jeans, me sinto muito mais confortável.

- Olha Jully, sinceramente já to cansada. Andamos todo o campus e nada de chegar nessa porcaria de festa! - Falo enquanto continuamos a caminhada em direção ao pátio da universidade.

- Nossa você é tão exagerada, acabamos de sair - Diz agarrando meu braço e caminhando comigo.

- Exagerada é você toda cheia de charme, enquanto eu to só com uma calça e blusa. - Sorrio, caminhando juto com ela.

- Olha lá, chegamos! - Diz enquanto começo a ouvir o a música alta.

- Uau, total de nada interessante, podemos voltar! - Falo parando e me encostando em uma das arvores.

- Para de ser chata garota, só eu já me encontrei várias vezes aqui. -Diz mandando um sorriso e uma piscada para um cara que está vindo em nossa direção.

- Hum, pelo visto já cheguei sobrando, fica ai com sua paquera até amanhã - Digo saindo de perto dela e caminhando em busca de bebida.

Chego perto de um barman e peço um whisky. Olho em volta e só consigo ver um monte de adultos/adolescentes dançando de maneira engraçada e enchendo a cara de vários tipos de bebidas diferentes.

Já perdi Jully de vista a muito tempo como de costume, desde o ensino médio ela sempre faz isso comigo, na maioria das vezes eu acabava voltando pra casa sozinha.

Pego minha bebida, pago e saio a procura de um lugar pra sentar, de preferência longe de todo esse barulho que tava acabando com meus ouvidos. Vejo um banco em meio a algumas arvores, estava um pouco escuro o lugar entretanto, acho que não tem ninguém por ali. Sento no banco, bebo mais um gole e fico observando a festa de longe.

Sinto algo perto do meu pescoço e só consigo sentir um arrepio de medo. Me viro e sinto alguma coisa tampar minha boca, olho e vejo um homem bêbado que sorri de maneira porca pra mim. Tento levantar e sinto sua outra mão em meu cabelo. Empurrando ele sou cada vez mais agarrada pelo mesmo. Sinto ele me encostar em uma das arvores e mordo sua mão o empurrando pra longe. Saio correndo rumo as outras árvores.

- Filha de uma mãe. - Ouço enquanto continuo correndo, sinto as lágrimas descerem sobre meu rosto e só consigo sentir nojo de todos aqueles beijos que aquele infeliz tentou me dar. Vou correndo sem perceber pra onde até bater em algo. Olho pra cima e vejo o homem mais lindo da minha vida, meu Deus achei que homens assim estavam em falta.

Acho que ele percebeu minha cara de boba porque ele ta sorrindo em minha direção e até agora não consegui dar nem oi.

- Você ta bem moça? - Escuto ele falar enquanto tenta se aproximar, me afasto dele como instinto.

- Fica longe, não toca em mim se não eu grito, e olha que posso começar agora, quer ver? SOCORROOOOO! - Sinto ele colocar a mão em minha boca de novo. Meu Deus hoje não é meu dia em, deve estar dando mel colocarem a mão na minha boca.

- Sua louca, o que você ta fazendo? Porque eu ia querer tocar em uma criança como você, com essa cara vermelha inchada? - Olha pra mim com deboche e tira a mão da minha boca. Se antes eu tava chorando por quase ter sido estuprada, agora quero chorar porque estou me sentido uma verdadeira criança humilhada.

- Pra sua informação eu tava chorando por quase ter sido estuprada, mas é claro que um babaca como você não se importa com nenhum tipo de mulher não é mesmo? - O empurro e continuo minha caminhada em direção ao meu dormitório, minha noite tava arruinada já.

- Desculpa moça, volta aqui por favor! - Ouço enquanto já estou longe dele, nem olho pra trás e continuo minha caminhada, quero só meu quarto e de preferência um banho.

Aquele infeliz, velho de uma figa, trouxa, pedaço de lixo grande. Como assim ele me chama de criança? Eu tenho 21 anos, me chama de adolescente ou adulta, mas criança? Não acredito, malditos olhos, e cara de bebê. Pensando bem que homem lindo meu deus, que pedaço de mal caminho. Ele é babaca? Claro que é babaca, mas é o babaca mais lindo que eu já vi na minha. A mulher dele deve ser sortuda. Maldita, aposto que nem valoriza esse homem. Droga, droga, droga, pare já com isso Bianca. Ele é só um dos babacas que você encontrou hoje, mas é tão bonito o rosto, chega.

Entro no meu quarto e vejo alguém sentada. - Oi! - Ela cumprimenta enquanto arruma os óculos e vem em minha direção.

- Oi prazer, Bachn! - Olha a sua cara de surpresa dela. Mais uma que sabe quem sou e como minha família é um tédio, quebro o silêncio quando pergunto - E o seu nome qual é? -

- Maya Delluca, sou sua colega de quarto Bianca né? Bianca Bachn. -

- Só Bianca - digo, pegando meu pijama e indo pro banheiro.

- Ok, só Bianca - Ouço ela repetir e sorrio.

Quase ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora