Capítulo 9

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Ter beijado Bianca me pareceu um erro minutos depois, porém foi o melhor erro que cometi. Vocês devem pensar que sou um idiota. Sim, eu sou. Mas não podia ter beijado ela, não podia ter ido procurar ela. Nossas vidas são mais cruzadas do que vocês imaginam. O problema é que ela não saí da minha cabeça, cada vez penso mais nela, cada vez quero te-la mais, cada vez quero mais poder me aproximar e cuidar dela. Eu não sei o que está acontecendo. 

Fui ontem atrás dela, pois queria me redimir e pedir desculpa por absolutamente tudo que eu falei. As vezes nossas bocas dizem coisas totalmente contrária do que nosso coração manda e posso dizer que essa foi uma das vezes. Quando cheguei lá e a vi, meu Deus! Ela estava linda, como nunca havia visto antes. Ela era uma mulher! Sim ela tem mais de 18 anos, ela é uma mulher, mas realmente a vi como tal. Como queria que aquela produção toda fosse pra mim, pra eu te-la em meus braços, porém quando a ouvi dizer que ia para um "encontro" com aquele bebezão quis joga-la em meus ombros e leva-la para longe. Etâ menina pra me irritar e acho que ela percebeu que estava irritado e sabem o que ela fez? Subiu no carro e foi com ele, sabe-se lá pra onde. Foi ai que meu lado racional começou a brigar com o irracional, e sim o lado irracional venceu pois fiquei sentado em frente ao dormitório esperando ela voltar. Não quero Bianca saindo com esse moleque. 

Nos beijamos de novo. Saiu da boca dela "não". O que diz que meu beijo é melhor que o dele e isso diz muito não é? CLARO QUE DIZ. Diz que ela sente o mesmo que eu, diz que nossos corpos tem a mesma atração, diz que funcionamos bem juntos, que sim, temos uma ligação a mais. 

Que merda Nicolas! Você deve estar louco pensando nessa menina desse jeito. Você precisa de alguém, urgente. 

Pego o celular e ligo pra Melinda. Digamos que ela é meu famoso "pente certo".

*Inicio de ligação*

- Quem é vivo sempre liga não é mesmo? - Diz Melinda. 

- Pois é, o que tem pra hoje? - 

- Ainda nada, mas talvez possa me arranjar agora. - 

- Vem pra cá. - 

- Isso foi um pedido? - 

- Não! - Desligo. 

Levanto da cama rumo ao chuveiro. Cheguei a pouco da rua, tenho que manter meu padrão de homem galanteador. Tomo meu banho pensando em como seria Bianca aqui comigo, e isso realmente ta me assustando pois não posso pensar nela como algo além do que realmente é. Saio do banho apenas uma toalha enrolada na cintura. Não vou me dar ao trabalho de por a cueca sendo que pretendo tira-la logo mais. Me olho no espelho do banheiro. Passo a mão no cabelo, apoiando a outra na pia, preciso afastar Bianca. Não posso me aproximar. 

Saio do banheiro, sigo o caminho da cozinha, bebo um copo d'água e ouço o barulho da campainha. Ótimo. Abro a porta e encontro Melinda com apenas um vestido vermelho tubinho. A olho de cima a baixo. Bianca ficaria tão sexy nesse vestido. Não Nicolas, agora não. A puxo pra mim e inicio um beijo quente. Fecho a porta e a encosto na mesma. A beijo com necessidade, preciso disso mais do que nunca. Sinto enroscar suas pernas em minha cintura e não demora muito pra meu amiguinho dar sinal de vida. A prenso mais contra meu corpo e ouço seu gemido. Aliso seu corpo apertando tudo que minha mão sentia pela frente. Enquanto nos beijamos fui caminhando rumo ao sofá, a deitei e fitei a mesma me encarar. Melinda já tem seus 28 anos, sabe que a vida é mais do que conto de fadas e principalmente que eu não sou nenhum príncipe. Deixo a toalha cair e vou pra cima dela. 

Digamos que o resto da noite foi muito agradável, me acordo com ela em meu lado. Dormimos no sofá mesmo. 

- Bom dia - Diz seca. 

- Bom dia - Respondo. - Não tinha percebido que você estava acordada. - 

- Quem é Bianca? - Pergunta e sinto meu coração gelar. - Oi? Quer dizer, porque?- Gaguejo, estou mais nervoso do que tinha que estar. 

- Você disse o nome dela a alguns minutos antes de acordar. - Concluí levantando e vestindo sua calcinha. 

- Me desculpa. - Falo meio sem ter o que dizer. 

- Não tem o porque se desculpar Nicolas, mas não sou objeto de uso. - Coloca o vestido. Uau, ela me acertou com um soco inesperado. 

- Deixa eu te levar. - Falo. 

- Não precisa me ressarcir Nicolas, eu pego um ônibus. - Diz indo em direção a porta. 

- Melinda, eu quero fazer isso, me espera só um minuto, vou só tomar um banho. - Digo segurando em seu braço. - Você tem dez minutos. - Diz cruzando os braços. 

Vou para o banheiro e tomo o banho mais rápido da minha vida. Hoje é domingo provavelmente não terão muitos carros na rua, as pessoas não gostam de sair no domingo. O resto da semana será feriado na universidade, não sei muito bem o porque mas faz parte do regimento então melhor pra mim que vou passar uma semana em casa. Termino o banho e faço minhas higienes. Vou pro quarto já vestindo uma box preta. Ponho uma calça jeans surrada e uma camisa preta, visto uma jaqueta de couro pois hoje está bastante frio. Não pretendo dar muitas voltas, só vou passar na universidade pra pegar alguns papéis importantes e depois voltarei pra casa. Calço um tênis e vou pra sala, Melinda está sentada no sofá. 

- Vamos. - Digo abrindo a porta para a mesma passar. Estou me sentindo um pouco culpado, dormir com uma mulher e falar o nome é outra é um pouco desesperador não é mesmo. 

Chego na universidade e meu pensamento automaticamente vai até Bianca. Essa mulher mexe com meu coração.  Ou melhor, com minha cabeça. Melinda continuo o resto do caminho com a cara fechada pra mim, acho que ela realmente ficou sentida com o fato deu ter falado o nome de Bianca enquanto dormíamos, sei que isso não é legal, mas nossa relação sempre foi isso: transas. Entro na universidade e  dou de cara com quem? Isto mesmo, Bianca. Acho que o destino ta começando a gostar dessa proximidade e isso me assusta. Ela esta linda. Veste um vestido preto, botas marrons escuro, um sobretudo vermelho e toca preta. Meu Deus que felicidade pros meus olhos. 

- Virou rotina nos encontrarmos sempre em. - Digo na tentativa frustrada de puxar assunto. 

- Verdade, que infelicidade em. - Responde me imitando e de maneira seca. Ok, mais uma brava comigo. Passa por mim com sua mala. 

-  Vai pra casa nesse feriado também? - Tento puxar assunto mais uma vez. 

- Sim, tchau. - Diz indo embora. 

Olho a mesma seguir para garagem e continuo caminhando pra minha sala.

 Após meia hora pegando documentos e arrumando minha mesa, volto pra garagem. Essa visita foi mais longa do que imaginei. 

Quase ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora