Capítulo 6

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Poucas pessoas me conhecem como "Nicolas" a real é que eu sempre sou o senhor "Funger", gosto de todo esse respeito, mas por favor, tenho apenas 30 anos. Sei que muitos desses alunos tem no máximo 22, mas sou garotão ainda "pô". 

Não tem muito o que saber sobre mim, nasci, vivi e cresci em Gramado (RS - Brasil)  mas depois de alguns problemas com aquele infeliz do Vitor Bachn, passei a morar aqui em Porto Alegre, pois assim evito problemas e me distancio de gente tão podre quanto esses Bachn. 

A muito tempo não sei o que é relacionamento sério pra ser sincero, a muito tempo fui casado e hoje não me imagino com alguém querendo pegar no meu pé ou encher meu saco. Sei que sou professor que tenho que ser um exemplo, mas fora da universidade não devo nada pra ninguém e é la fora que faço a festa. Passar fim de semana sozinho? Hahaha, isso realmente não faz parte de mim. Não sou metido mas confesso que sou um partido e tanto. Sou bonito, tenho porte modelo (sou gaúcho afinal) e tenho lábia, sim as mulheres sempre aparecem. 

Comecei a dar aulas a exatos um mês e um dia, mas diferente de todos os outros anos, esse ano entrou uma aluna nova que mexe com a minha cabeça. Não em algum sentido além do comum, embora ela seja linda, uma porcelana de tão delicada, fora que não consigo me controlar quando vejo ela, o que tem de delicada (por fora, porque por dentro é uma grossa) tem de gostosa. Meu Deus que mulher. Se controla Nicolas ela é só uma menina. 

Respiro fundo enquanto termino meu banho, enrolo a toalha na cintura e saio em direção ao meu quarto. Não sou rico mas o dinheiro que ganho dando aula na universidade cobre meu apartamento que por sinal é bem perto do campus posso ir apé, mas prefiro ir de moto gasto menos tempo. Visto uma cueca box e me deito, fecho os olhos e volto a imaginar a cena que se passou ontem. Não era pra ter me importado em ver Bianca chorando, mas meu coração partiu de uma maneira que nem eu sei explicar. Quando vi aqueles olhos azuis cheios de lágrimas e aquele rosto com uma expressão tão decepcionada não sei ao certo, queria lhe abraçar e pedir desculpas por ter sido tão rude. Mas não posso, não posso me dar ao luxo de me aproximar dessa menina, é um relacionamento impossível. Ahhh Nicolas porque você está pensando em relacionamento, você tem a mulher que quer todos os fins de semana, ou melhor, todos os dias se quiser, então pare de pensar nessa menina!

Faz um mês que conheci essa menina na festa de boas vindas do campus e a um mês penso nela e em como seria bom tela por perto, mas a um mês estou me relacionando com mulheres diferentes pra esquecer qualquer pensamento de ter Bianca pra mim. Mas meu instinto masculino não me deixa mentir, toda vez que penso como seria bom poder beija-lá, toca-lá, ahhh não controlo a emoção, se é que me entendem. 

Acordo com o despertador do celular e com muita luta levanto da cama, vou direto pra cozinha e ponho um café a passar, sou tradicional café passado é a melhor coisa que eu tomo pra poder ter um dia daqueles, principalmente em uma sexta-feira hoje começam os trabalhos! Entro no banho, lavo meu cabelo, e em poucos minutos já estou fora. Não sei o que vocês mulheres tem pra ficar tanto tempo no banho. Termino minhas higienes e vou pra cozinha só de cueca mesmo, pego meu café e vou bebendo até o quarto novamente. Não tenho muita frescura quando se trata de roupa, mas gosto de estar bem vestido, principalmente pra poder passar um certo respeito para meus alunos. Deixo o café na comoda, e visto um terno preto grafitado, visto meus sapatos, passo a mão pelo cabelo e acho que estou pronto. 

Chego na faculdade em poucos minutos, vou direto pra sala de aula pois falta pouco pros sinais tocarem, entro e vejo alguns alunos sentados enquanto outros estão em pé conversando. Percebo que diferentemente dos outros dias Jully não está com cara de muitos amigos. Reconheço ela facilmente não só por ser amiga de Bianca, mas também por ser uma das minha melhores alunas. Ouço os sinais tocarem, organizo meus papéis e tudo que será necessário para a aula de hoje e vejo o resto dos alunos chegando e se acomodando. Em poucos minutos a sala está um silêncio só. 

- Bom dia pessoal! - Digo enquanto termino de escrever no quadro o planejamento da aula. Vejo que todos me respondem exceto Jully. Sim, alguma coisa está bastante errada hoje. Sigo o restante da aula sentindo a sua indiferença, conforme vou explicando e dando procedimento a aula nem percebo a hora passar, me dou de conta apenas quando o sinal bate para as próximas aulas e vejo todos se levantando e indo em direção a porta. 

- Senhorita Beker fique por favor. - Digo enquanto termino de arrumar minhas coisas. 

- Sim senhor! - Ouço sua voz ríspida e sei do que essa indiferença se trata, mas vou continuar na minha.  - Apague o quadro por favor! - Digo terminando de arrumar minhas coisas e me sentando em minha cadeira. Vejo ela revirar os olhos e sinto vontade de rir pois todos as conversas que tive com Bianca até agora ela faz essa mesma coisa, de um jeito fofo mas engraçado. Termina de aparar, põe o apagador em minha mesa e me olha esperando algo a mais. 

- Beker eu senti uma certa indiferença sua durante toda minha aula e gostaria de saber se fiz algo que você não gostou ou falei? - Pergunto. 

- Capaz, você não fez nada - Responder de maneira debochada e continuo lhe encarando. 

-Não é o que seu tom de voz está dizendo - Tento lhe arrancar algo. 

- Pois bem o senhor fez! O senhor conseguiu ser o bruto que Bianca diz que você é e eu não percebia! Ontem encontrei ela na saída do corredor com os olhos cheios de lágrimas, isso você você senhor Funger disse que ela deve ser como toda a família dela coisa que ela mais detesta nesse mundo! A Bianca pode ser um poço de grosseria quando quer, mas é a pessoa que mais admiro nesse mundo pois depois de ter passado tantos problemas veio atrás de seus sonhos, coisa que o senhor tirou sarro ontem! - Ouço tudo como se estivesse levando tapas na cara, fico calado por alguns segundos e por fim digo. - Não era minha intenção Beker..- Sou interrompido quando ela continua. - Não Nicolas, eu não quero suas desculpas pois não foi a mim que você destratou então faça o favor de ir pedir desculpas para Bianca pois foi a ele que o você feriu com as palavras e não, isso não me desrespeito! Com toda sua licença, p r o f e s s o r. - Termina a ultima palavra com tom de deboche e sai porta a fora junto com Caio que ouvia tudo da porta. 

Termino todas as aulas do dia. Hoje foi turno integral ou seja dei aula de manhã, tarde e noite. São quase 22hrs e to em duvida se devo ou não ir até o dormitório de Bianca. Já vi ela indo pra lá algumas vezes de longe então sei aonde fica, meu medo é ir lá e ela não estar. Se bem que hoje é sexta e uma das bandas do campus está se apresentando no campus então é provável que a maioria dos alunos estejam lá enchendo a cara. Ótima oportunidade de ir até Bianca. Respiro fundo e entro no saguão de artes que por sorte está vazio, subo as escadas, e paro em frente ao dormitório de Bianca, estou com medo pois isso pode ser considerado anti ético, mas está fora dos meus valores magoar qualquer mulher ou melhor, magoar Bianca. Ouço uma música baixinha vindo de dentro do dormitório e concluo que tem alguém, fecho os olhos e bato na porta. 

Quase ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora