P.O.V Annie
Eu estava em casa, no meu quarto em minha casa, mas de fato não era a minha casa. Não era a casa que eu dividia com meus pais, também não era a casa em que morei com Milla e Amanda, mas ainda assim eu sentia que era minha casa.
A decoração denunciava meu jeito em todo canto, com fotos minhas e de Milla em porta-retratos em cima dos móveis, alguns vasos de plantas com flores brancas e também a organização exemplar que eu sempre tive.
Mas esse lugar ainda era estranho, ao mesmo tempo que há um pouco de mim por todo lugar, também me sinto deslocada, não conheço este lugar.
- Papai! - Ouvi a voz de Milla de outro cômodo, claro, era a sala aonde minha pequena assistia desenho.
Logo me levantei e segui o som de suas risadas para vê-la.
Milla não tinha pai.
Senti todo meu ar escapar de meus pulmões ao ver a cena que de forma alguma esperava.
Certo, certo. Aonde estão as câmeras e um apresentador gato dizendo que caí na pegadinha?
Milla estava no colo de seu pai abraçando-o com o mesmo ânimo que me abraçava. Seu pai, seu legítimo e terrível pai.
Lee fazia cócegas no pescoço de Milla fazendo-a ter toda aquela gargalhada gostosa que eu tanto era apaixonada.
- Não vai me dar meu beijo, amor? - Arqueou as sobrancelhas com uma ponta de diversão olhando diretamente para mim.
Eu o encarava atônita, mas mesmo assim caminhei em sua direção para em seguida ele me agarrar com aquela pegada. Milla sorria mais feliz do que nunca enquanto observava seus pais apaixonados.
Já ele me olhava sorrindo da mesma forma de anos atrás, aquilo fez meu coração se aquecer de forma em que pensei que nunca mais fosse possível.
Então ele me beijou e tudo voltou, a mesma Annie apaixonada e idiota que faria tudo pelo homem que amava. Seu beijo era quente e quase profundo, afinal não podíamos esquecer de nossa pequena filha que assistia tudo com uma careta no rosto murmurando vários "ecas" contínuos.
Nossa filha, isso soa tão perfeito. Minha filha com o Lee, o homem que amo, o único homem que amo e para sempre irei amar.
Então abri os olhos e ele estava lá por mim e para mim com seu sorriso que tinha poder de aquecer minha alma.
Soa ridículo, terrivelmente ridículo, mas é o que sinto por esse homem.
- Eu amo você, Lee. - Eu disse. Não dava para medir o quanto de sentimentos haviam naquelas palavras. Mas sim, eu o amava.
- Eu amo você, Annie. - Seus olhos estavam realmente intensos. Sua voz rouca arrancou um suspiro imediato de mim.
Eu sorri.
- E eu? - Milla resmungou de braços cruzados fingindo estar zangada.
- Amamos muito você, princesa. - Ele disse observando-a em seu colo antes de beijar sua bochecha gorducha.
Aquilo era lindo, a interação entre pai e filha, eu me segurava para não chorar de emoção.
Juro que dava pra ouvir aquelas musiquinhas irritantes de comercial de margarina enquanto a família feliz interage entre si.
- Annie, Annie, anos e anos e você continua assim, idiota. - Franzi o cenho com a súbita mudança de tom.
Seu sorriso estava estranho, como o de um psicopata. Imediatamente saí de seu abraço assustada.
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Clinton
ПриключенияClinton, uma cidade harmoniosa até que pouco a pouco é tomada por inimigos além de indestrutíveis, são extremamente nocivos. A cidade está perdida, até que ela surge. Uma heroína capaz de retomar Clinton com êxito. Porém, antes de ser a heroína Vene...