P.O.V Jane
Eu só poderia estar em um pesadelo dos mais loucos depois de assistir um filme sobre gigantes, ou quem sabe em um filme que tenha Johnny Depp no elenco. Acredito que a qualquer momento ele irá aparecer para me salvar, o quem sabe roubar um pouco a cena e beber rum.
Bem, ele não iria aparecer, o que é uma pena considerando minha taxa de fangirl por Piratas do Caribe. Aquilo era real. O monstro de quase cinco metros e uns quinhentos braços sinistros e enormes era real.
Eu não lido como monstros desse tipo, não tô em um livro onde todos os capítulos aparecem essas aberrações. Eu luto com caras que têm algo diferente, que têm super-poderes e um temperamento difícil. É isso que faço, e não lutar com esse tipo de coisa sinistra.
- Ahn, Barry? - Perguntei pelo comunicador. Sequer dava para olhar aquilo. Era como uma massa humana com braços por todos os lados, não dava para identificar uma cabeça ou algo parecido. Eram apenas braços, ou coisas que pareciam braços saindo da bola rosada que parecia ser o corpo.
- Eu não sei o que é isso, mas sei que alguém andou brincando de Deus um pouquinho. - Ouvi sua voz em meu ponto eletrônico.
Naquele momento, o grande monstro sinistro esbarrou em um prédio enorme, e com isso todo aquele lugar começou a desmoronar.
Os policiais tentavam manter algum perímetro seguro. Corriam como loucos, em certos momentos atiravam quando a coisa dava algum indício de que iria atacá-los. Eu faria o mesmo se tivesse uma arma.
O estranho era que o monstro sequer sangrava com os tiros. Claro, considerando a sua maldita altura ele deve no máximo sentir cócegas.
Que raios eu estava fazendo da minha vida que não vi um monstro de quase cinco metros sendo feito? Ah sim, claro, eu estava bancando a garotinha assustada no Grupo Link.
- Veneno, têm pessoas naquele prédio. - Foi a vez de Tábata dizer bem alto, pra dizer a verdade. Mas considerando a altura das sirenes de polícia, os gritos desesperados e o prédio caindo, acho que a altura era necessária.
Tomei impulso e segui em direção ao prédio. No começo, voar era difícil e estranho, com certo treino eu consegui dominar isso, foi a melhor coisa que fiz considerando o trânsito caótico de Clinton de vez em quando.
Por fora eu poderia parecer uma mulher comum, até mesmo fraca. Bem, contando que eu estava sozinha segurando um prédio de várias toneladas, eu não parecia tão frágil assim.
- Aonde infernos está o maldito Fantasma? - Eu gritei. Poderia parecer fácil apoiar um prédio para que ele não caia, mas considerando a dor dilacerante em meus pequenos braços e a coisa assustadora que vinha em minha direção, eu precisava de David, agora.
- Veneno - Não evitei franzir o cenho ao ouvir Theo em meu ponto eletrônico. Ele não deveria ter acesso à isso, era exclusivo aos meus colegas, bem, ele era meu colega agora, entao. -, me escute, aguente mais um pouco.
- Quem foi o filho da mãe que cruzou a coisa feia com o demônio? - Aquela era a voz que eu queria ouvir. Era David, e essa era exatamente a mesma impressão que eu tive de nosso chicletão.
- Andem logo, não vou aguentar muito tempo. - Minha voz saía em um fio um tanto desesperado. Acredito que é o que acontece quando tem um prédio enorme nas suas costas enquanto o sol castiga seus olhos.
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Clinton
AdventureClinton, uma cidade harmoniosa até que pouco a pouco é tomada por inimigos além de indestrutíveis, são extremamente nocivos. A cidade está perdida, até que ela surge. Uma heroína capaz de retomar Clinton com êxito. Porém, antes de ser a heroína Vene...