Capitulo 43 - Um Prólogo?

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P.O.V Annie.

Água. Esse era o motivo por eu querer gritar de felicidade após sentir o líquido geladinho em meus lábios depois de longas horas submersa à poeira, mas então tudo me atingiu de uma vez.

O arqueiro, a explosão, Jane.

Ela havia sumido em meio àquela bomba de ácido. Ela está viva em algum lugar precisando da minha ajuda. Tenho que salvar a minha irmã agora, tirar ela de onde quer que ela esteja.

- Jane, Jane. - Murmurei me mexendo no lugar onde estava. Não sabia que lugar era aquele, mas isso não importa, só tenho que sair e achar a Jane.

- Annie, calma. - David disse. Finalmente abri os olhos para o ver coberto de fuligem. Seu cabelo estava meio cinza, eu não sei o porquê.

David me explicou que me achou por conta do rastreador, mas que essa parte não era importante. Ele me tirou dos escombros do prédio, e lá também encontrou o corpo de Liam qual queimou apenas para ter a certeza da morte dele. E me contou que fiquei apagada por duas horas, que já estávamos na fazenda dos meus pais e que Jane não havia aparecido.

Nós salvamos milhares de cidadãos de Clinton, mas não salvamos a nossa heroína. David disse que isso era besteira, pois Jane é a Veneno, ela saberia se virar. Ela tem que se virar.

Nós iremos procurá-la apenas ao amanhecer já que a noite é complicado. Queria debater sobre isso, porém eu sei que ele tem razão.

- Ela está bem, apenas descanse e amanhã iremos achar a nossa Veneno, princesa. - David usou o antigo apelido qual costumava me chamar. Meu corpo inteiro estava doendo, minha cidade está acabada​ e não quero pensar em minha irmã, mas ainda assim sorri com isso.

- Estou feliz que esteja com a Tábata. - Falei, então seu sorriso mudou para um nostálgico é apaixonado. Nunca o vi com essa expressão para mim. - Mas, como aconteceu? - Perguntei. Acho que ele não se importa de eu o estar usando para aliviar essa tensão. Falar sobre a vida dos outros ajuda contra a ansiedade de saber se sua irmã morreu ou não.

- Você se lembra do nosso primeiro encontro? - Ele perguntou.

Mas é claro que eu me lembrava do nosso primeiro encontro. Naquela época eu acreditei que David seria meu para sempre, o fiz prometer isso, e ele está cumprindo a sua parte do nosso acordo.

- Restaurante brasileiro, me entupi de açaí? - Devolvi em um tom de brincadeira. David apenas assentiu e enfim se sentou ao meu lado na cama.

- Eu te contei sobre a garota que eu fui apaixonado. A minha...

- Melhor amiga. - Completei. Mais uma vez David assentiu.

- Agora que somos adultos, nos reencontramos e eu não resisti, não pude descansar até ter ela pra mim. Ela é a minha batata. - David mais uma vez sorriu abertamente. Tinha o mesmo sorriso debochado e apaixonante de sempre, mas eu não sou mais o motivo dele sorrir, e ele não é mais o motivo do meu.

- Também estou feliz que esteja amando alguém, Annie. - Disse ele.

Isso é estranho. Meu ex me parabenizando por estar amando outro e esse outro ser o Josh. Sorri por ser o Josh.

- É. - Enfim o abracei. - Senti sua falta, Dav. Me prometa que nunca mais vai fazer isso.

- Prometo o mundo se quiser, Annie. - Ele beijou a minha testa. Sorri com seu toque. - Eu ainda amo você, loirinha, e sempre vou te amar.

Eu amei David, amei muito, mas não o suficiente. Amei Liam, mas o amei demais. Agora com Josh, eu apenas não sei, resta o futuro para descobrir.

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