Capítulo 10

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Música sugerida para leitura: Civil Twilight - Teardrop


Os raios de sol entravam tímidos pela cortina e um deles atingia diretamente o olho de Euro deitado na beira da cama. Ele já estava acordado e me senti exposta com a camisola azul celeste de seda e os cabelos pendendo sobre o decote generoso da peça.

– Adoro te observar dormindo.

– Você disse que não iria me apressar.

– Só estou comentando! Deixa de ser injusta.

Lancei um sorriso tímido e sai da cama, contudo quando dei dois passos o mundo ficou escuro e eu me vi atingir o chão com um som duro.

– O que você fez com ela?! – o grito de Berilo me assustou e eu me vi cercada por quatro homens maravilhosos e sem camisa. Aquilo ali era melhor do que qualquer grupo de modelos.

– Minha cabeça...

– Menina, você consegue respirar? Sente dor? Quer água?

– Aceito... nossa, não sei o que aconteceu. Acho que preciso comer melhor. Euro, você pode pegar água e trazer uma pitada de sal? Pode ter sido queda de pressão.

Senti Euro passando meu peso para os braços de Berilo e percebi o quanto ele estava resistindo. Céus, minha cabeça doía! Senti o corpo rígido de Berilo e pude sentir o quanto ele estava tenso.

– Estou bem, só foi uma tontura. Não tem nenhum Enviado chegando.

– Senhorita, isso pode ser algo pior.

– Como assim?

– Berilo, talvez não seja uma boa ideia falar isso nesse momento – André falou me olhando com preocupação.

– Falar o que? O que está acontecendo comigo? – disse tentando me levantar e vendo o mundo girar ainda mais.

– O seu vínculo com os Enviados pode estar te debilitando. Como uma doença, como um câncer. Você está sendo infectada pela magia de Martha. Ao invés de ser morta por um monstro ela está te envenenando aos poucos.

Quando Berilo parou de falar eu respirei fundo e decidi relaxar. Envenenada. Eu estava sendo envenenada pela magia de Martha. Tentei falar alguma sobre dormir um pouco mas o meu peito estava pequeno demais. Fui me entregando a escuridão tranquila enquanto me deixa ser envolvida por um certeza: Eu estava morrendo...

Tentei abrir os olhos e senti todo o meu corpo doer, como se eu tivesse acabado de sair de uma sala de ginástica com equipamentos especiais. Consegui identificar que alguém alisava meu rosto e que outra pessoa segurava minha mão com delicadeza. Mesmo sem enxergar quem cuidava de mim consegui ouvir o que falavam.

– Eles vão demorar muito? Ela não pode ficar nesse estado por muito tempo.

– Euro, é a terceira vez que você me pergunta isso. Já disse que eles já estão chegando. Alessandro já deu o recado e avisou que eles já estavam a caminho. Tente relaxar ok?

Senti a mão de Euro apertando a minha com um pouco mais de força, ele não estava relaxando. Eu tentei mexer meu corpo com intuito de avisar que eu estava bem, mas nenhum membro respondia meu comando. Eu estava petrificada. Poder ouvir a preocupação e o carinho deles e não poder gritar "Ei, estou bem" me deixava ainda mais irritada. O que estava acontecendo comigo? Será que o veneno fazia isso? Me paralisar completamente, me fazendo ser uma vítima fácil para o próximo Enviado? Em todos os ataques eu tinha lutado, mas sem meus movimentos eu seria uma presa fácil para o demônio enviado por Martha.

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