Capítulo 33

1.9K 172 13
                                    

Música sugerida para leitura: Chet Faker - Terms and Conditions

O sonho começou muito bonito. Eu estava na minha cachoeira, alisando minha barriga redonda e, no sonho, eu não me sentia como uma melancia, na verdade me sentia muito sexy com meu barrigão enorme. E então ele apareceu. Se aproximou com um sorriso no rosto e caminhou lentamente até mim. Nossos olhos não se desgrudavam. Eu sentia desejo por ele. Eu sentia uma vontade absolutamente louca de tirar aquele vestido do sonho e fazer coisas obscenas com ele. Quando finalmente ele se aproximou e me tocou meu corpo se acendeu como uma maldita árvore de natal. Eu queria aquilo. Eu queria ele pra mim. Lentamente ele sussurrou no meu ouvido de uma maneira sensual.

– Eu vou tirar essas crianças de você. E depois vou matá-la.

– Você não quer isso, Lucas. Você não tem por que fazer isso – eu dizia no sonho com lágrimas nos olhos – Eu te amo.

– Mentira! Você me largou. Não uma mas diversas vezes! Você é uma mentirosa que me usou até aquele imbecil te aceitar de volta. Foi como trocar um pneu. Você não tem sentimentos por ninguém.

– Não, Lucas... Euro... não é verdade.

– Eu voltei, menina. E você vai se arrepender por não ter me escolhido.

Acordei com um pulo tentando controlar minhas respiração. Sebastian logo levantou e me abraçou.

– O que foi, amor?

– Lucas. Lucas no meu sonho.

– Isso é ruim. Muito ruim.

– Se ele está conseguindo se infiltrar nos meus sonhos é por que os poderes do enviado estão aumentando. Que merda, Sebastian!

– Você pode ver pelo lado positivo: antes você não queria matá-lo por ele ser inocente. Agora ele não é tão inocente assim, querida.

– Ele é inocente. Não tem culpa por aquela maluca ter colocado um enviado no corpo dele. Eu não posso assassinar um homem que nem sabe o motivo por trás de querer me matar!

– Você quer contratar uma terapeuta para o Lucas? Isso vai ser antes ou depois dele tentar te ferir e por em risco a vida dos nossos filhos?

– Não seja debochado. Eu já sei que preciso tomar cuidado e da última vez lidei muito bem com ele. Só estou dizendo que não é tão simples quanto "enfie uma faca no cara e vá viver sua ótima vida!".

– Ok, meu amor. Vamos tomar um café e, pelo menos por hora, esquecer o legado deixado por Martha. Tudo bem?

– Claro.

Sebastian se aproximou para me dar um beijo gentil quando a porta do meu quarto abriu de uma maneira tão abrupta que só tive tempo de levantar desajeitada com minha barriga pesada. Lara estava com uma expressão quera um misto de pânico com incredulidade.

– A Maria Clara sumiu. Ela não está no berço dela.   

EnviadosOnde histórias criam vida. Descubra agora