Capítulo 20

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  Música sugerida para leitura: The Weeknd - Earned It

Quando Sebastian voltou para o quarto eu simplesmente achei melhor deixar o assunto "Alma Perdida" de lado. Meu marido estava tão animado e empolgado com a notícia que falar qualquer coisa que pudesse diminuir aquele brilho seria um pecado.

– Você fugiu de mim, senhorita.

– Eu estava cansada. Achei melhor te deixar aproveitando a festa e me recolher.

– E em qual mundo eu vou preferir ficar em uma festa ao invés de ir pra cama com você?

Antes mesmo que eu pudesse responder Sebastian se aproximou, levantou meu corpo e me colocou montada no seu colo. O beijo começou delicado e incrível como sempre mas havia uma certa urgência. As mãos de Sebastian estavam na minha nuca e na minha cintura e meu quadril acompanhou o movimento sensual do corpo dele. Minha camisola fina saiu muito rápido do meu corpo e logo em seguida a boca de Sebastian começou a percorrer cada parte do meu corpo. Enquanto eu gemia e arqueava ainda mais minhas costas para dar todo o acesso que eu queria Sebastian continuava com seus beijos sensuais. Em algum momento ele me pegou no colo e me colocou na cama antes de começar mais uma exploração com a boca pelo meu corpo. Cada pequeno contato gerava uma descarga elétrica imediata.

– Você parece estar gostando, meu amor.

Dei um sorriso satisfeito quando Sebastian voltou a morder gentilmente meus seios. Estava quase explodindo de prazer quando ele finalmente se uniu a mim. Cada movimento era um misto de desespero e prazer. Sebastian falava meu nome baixinho enquanto eu dizia frases sem nexo diante de uma sensação tão boa. Quando alcançamos o orgasmo Sebastian caiu do meu lado na cama.

– Já cansou? – eu disse voltando a abraçá-lo.

– Eu sou um homem casado agora.

– Isso significa menos sexo?

– Significa que estou velho.

– Tecnicamente somos imortais.

– Você está me provocando para outro rodada de sexo selvagem, Dona Helen?

– Acho que a gente consegue fazer isso, meu bem.

Sair da cama no dia seguinte foi complicado. Sexo é incrível mas as dores musculares no dia seguinte são um problema a parte. Sebastian praticamente pulou da cama dizendo que precisava resolver uns problemas então eu planejei meu dia. Decidi ir até Lara e ficar um pouco com minha afilhada, Maria Clara. Achar o apartamento de Lara tinha sido a parte fácil, difícil foi encontrar um lugar menos movimentado para me dematerializar. Por sorte consegui achar um banheiro no primeiro andar. Quando bati na porta e ouvi Lara caminhando em minha direção senti um alívio enorme, um sentimento de estar em casa.

– Ai. Meu. Deus. Que saudade!

Fui abraçada daquela maneira que só uma amiga sabe fazer e logo em seguida Lara praticamente jogou Maria Clara no meu colo. Ela estava enorme! As bochechas rosas e os olhos claros. Era uma bonequinha.

– Essa menina está cada dia mais gordinha. Minha coluna anda reclamando.

– Ela está linda demais. E o Bruno?

– Ai amiga. Vem. Vamos tomar um café enquanto te conto.

Lara me levou pra cozinha enquanto falou um pouco do apartamento. Era um lugar bem grande e confortável. A cozinha tinha várias cadeiras altas então escolhi uma delas e subi com Maria Clara no colo enquanto Lara me servia.

– Eu não tive coragem de falar com ninguém mas acho que o Bruno está tendo um caso.

– Oi?

– Ele só chega tarde. Vive cansado. Não quer mais fazer sexo. Passa mais tempo fora do que aqui. Acredita que até nos finais de semana ele diz que precisa ir para o escritório?

– Amiga, pode ser que realmente tenha muito trabalho. Você já comentou com ele sobre seu desconforto?

– Várias vezes! Ele sempre diz que está sobrecarregado e pede para que eu seja razoável. Acontece que eu estou com a Maria Clara 100% do meu tempo e ele nunca pode me ajudar em nada aqui dentro de casa.

– Eu acho que você deveria ter uma conversa com um tom mais definitivo. Explica que cuidar da casa e de uma criança é complicado. Além disso ele está perdendo uma fase incrível da filha, essa fase nunca mais vai voltar.

– Eu sei! Vou tentar falar com ele mas nada me tira da cabeça de que ele tem outra.

– E se você confirmar essa história? O que você faria com essa informação?

– Ai, Leni. Eu não sei. Amo o Bruno, de verdade, você sabe que sempre fui completamente louca por ele. Mas esse Bruno que não me dá atenção e parece sempre perdido em outro universo é um pé no saco.

– Eu poderia te ajudar. Conheço um detetive. Se você se sentir confortável em ter alguma resposta eu posso pedir pra ele dar uma olhada no Bruno. Mas, digo mais uma vez, você precisa ter muito claro em como lidará com essas respostas.

– Eu sei, amiga. Adoraria ter um detetive mas as condições financeiras também não estão muito boas.

– Sem problemas. Eu pago. No melhor dos casos você vai descobrir que o Bruno só está realmente trabalhando demais e, finalmente, vai tirar essas paranoias da cabeça.

– Eu te amo, sabia?

– Eu também amiga, eu também.

Conversamos até perto do anoitecer. Conversar com Lara era simples por que ela amava completar as conversas enquanto eu brincava com Maria Clara. Nos despedimos e eu fiquei de dar notícias sobre o detetive. Assim que sai da casa dela voltei para o banheiro do primeiro andar e me desmaterializei no escritório de Bruno. Ele de fato ainda estava trabalhando embora o andar estivesse praticamente vazio. Fiquei quase uma hora esperando ele se movimentar até que finalmente ele desligou o computador que estava usando e começou a se dirigir a saída. A expressão de Bruno era cansada e visivelmente abatida. Ele não parecia estar se encaminhando para um encontro extraconjugal mas decidi segui-lo para confirmar. Bruno caminhou até um bar perto do trabalho, entrou, bebeu duas cervejas e saiu. O acompanhei até ele entrar na portaria do prédio dele. Naquela noite aparentemente ele estava completamente íntegro apesar de visivelmente abatido. Mandei uma mensagem para Lara explicando o que o suposto detetive tinha descoberto e decidi entrar em uma cafeteria. Assim que entrei no lugar meu corpo todo pareceu ter recebido uma carga de energia. Comecei a tentar descobrir a fonte e quando olhei para o centro do lugar fiquei completamente paralisada. Ali. No meio de uma cafeteria há alguns metros da casa da minha amiga eu sabia que estava vendo Euro. Ele estava em um corpo visivelmente mais novo que o seu. Sua pele era de um tom bronzeado, seus cabelos loiros estavam amarrados em um coque e seus músculos eram praticamente 90% da sua estrutura corporal. Quando aquele corpo olhou na minha direção e eu vi os olhos verdes eu tive a certeza de que estava olhando para a alma de Euro.

– A senhora está bem?

Euro me perguntou mesmo estando a uma distância enorme de mim. Comecei um movimento para sair da cafeteria mas alguma coisa parecia me prender naquele lugar. Euro. Euro estava ali.

– Senhora, você precisa de ajuda?

Vi quando Euro saiu da bancada de trabalho e seguiu na minha direção praticamente correndo. Em seguida eu desmaiei.

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