Nate

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O vôo do hospital até o lago não demorou, eu apenas pisquei e já estávamos aterrizando, Liam estava olhando fixo para mim e eu com o olhar perdido no lago, me lembrando de uma vida inteira com Rose ali. Quando percebi, já havia um carro nos aguardando e uma criança na janela, com um sorriso imenso, eu não sabia como agir, uma voz me tirou do transe:
- Oi bela adormecida, esteja onde estivermos, chegamos. Era Liam, eu inspirei bem fundo e falei.
- Sim, chegamos.
- Animem-se crianças, temos uma semana de férias num lago e uma criança para entreter.- Kary disse tentando aliviar minha tensão.
-Hei, Kary como achou este lugar? É incrível. Comentou Liam na cadeira de rodas a caminho do carro.
- Se você gostou disso papai, imagine quando olhar o resto, eu estava com saudades. -Nate estava eufórico e abraçou o pai, quando olhou em minha direção piscou e disse:
- Também senti sua falta- hum- mamãe. Eu engasguei.

Quando chegamos na Rosegarden tia Lucy veio me abraçar fungando, trocamos abraços carinhosos, lágrimas escorreram e ela me puxou para cozinha, disse que estava me achando um tanto doida, mas, engraçada essa história, ela se adiantou e levou os porta retratos meus com Rose e meus pais para o quarto principal, o seu cozido já cheirava muito bem e havia uma cozinheira preparando uma dieta para Liam.
Ela me pediu para ficar um pouco com ela em sua casa, assim que conseguisse. Claro que iria, percebi naquele momento que também  precisava ser Eu.

Na sala fui apresentada a Arthur marido de Kary, um homem alto, eu arriscaria pelo menos 1.90m, cabelos castanhos, olhos escuros e doce, um belo homem, Kary também era alta, loira e bem esguia, com seus olhos azuis bem penetrantes. Combinavam.
Liam e Nate já estavam no quarto o que fica ao lado do meu pela porta de acesso.
Arthur me contou que fez um trato com Nate, ele deveria me chamar de mamãe por uma semana, para Liam ficar bom e ele ganhar um presente por dia, achei graça do suborno e pelo visto ele seguiu as instruções direitinho.

Nate desceu as escadas correndo e gritando, mamãe, mamãe o meu pai esta chamando. Naquela hora entendi que precisava de uma taça de vinho.
Me servi e chamei Nate.

- Venha cá garotinho, já que vamos brincar eu preciso conhece - lo.
- Tá bom, mas, eu quero mais um pedaço do bolo de cenoura da tia Lucy e um copo de suco, aí podemos negociar. -Ri alto, já vi que me daria bem com o pestinha. Aliás, ele se parecia comigo quando pequena, louca pelo bolo de cenoura, e um grilo falante, olhos e cabelos da mesma cor, nos daríamos bem.

- Já se satisfez Nate?
- Hum hum- Com a boca cheia.
- Você já sabe que sou Cristina, eu cresci neste lugar, minha avó que cuidou de mim quando minha mãe morreu, eu também era pequena como você, também gosto de desafios, detesto perder, adoro jogos e ler, gosto de sentar no pier e ver as estrelas, tenho 26 anos a idade que teria sua mãe, não conheço nada sobre seu pai, vou precisar muito de sua ajuda. -Falei.
- Tudo bem, sou bom ajudante e quero que ele se cure. Eu gosto de tudo que você gosta Cristina, só nunca fiquei vendo as estrelas, ele é legal, você vai gostar dele, não conte pra ele, mas, eu não gosto de suas músicas. -Rimos os dois, conversamos mais pouco e combinamos de olhar as estrelas mais tarde.
- Cris, só uma coisa! Ele é bem beijoqueiro.
- Obrigada por me avisar.- Ele foi encontrar a babá. Kary e Arthur foram aguardar no quarto o anúncio do jantar.

Subi as escadas, virei a direita e lá estava ele, descalço, de jeans, sem camisa, um abdômen digno dos anúncios da Calvin Klein, agradeci a Deus por estar corada pelas duas taças de vinho, porém, ainda desconcertada.

- Oi linda. -Corei mais.
- Oi lindo. -Da onde saiu isso- me perguntei?
- Vem cá. -Ele me puxou segurou minha nuca e me beijou, não ofereci resistência e logo nossas bocas se fundiram e nossas línguas se entrelaçaram e ficamos ofegantes demais, quando abri os olhos, estávamos dentro do quarto, a porta fechada e eu esconstada contra ela. E entre nós havia algo fálico e ereto, eu úmideci e ele com os lábios grossos percebendo meu corpo avançou pelo meu pescoço enquanto suas mãos firmes tateavam pela minhas costas, por baixo da minha blusa, meu Deus, em menos de 12 horas eu já havia dito o nome Deus não sei quantas vezes.

- Senti sua falta linda, embora tenha algo diferente, você continua me deixando louco, Nate precisa dormir cedo, parece que fiquei anos sem te ver, quero entrar em você sem pressa.
- Liam, não acho que é uma boa ideia dormirmos no mesmo quarto e acho que talvez, ainda, hum, você não possa, entrar eu digo estar comigo.
- Besteira, viu o nosso corpo? O amor cura tudo linda, "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." já dizia Shakespeare - Ele sussurrou em meu ouvido com aquela voz rouca, continuou.
- Quando Nate dormir eu vou beijar você até que não possa resistir a mim, eu já mandei trazerem suas coisas pra cá, não vou dormir separado de você, nenhum médico sabe melhor que eu do que meu corpo precisa para voltar ao normal.
- Liam.
- O que aconteceu com o lindo? Beba mais vinho, eu adorei o sabor. Venha deite aqui comigo, eu abri a porta viu, prometo me comportar, Nate deve subir daqui a pouco, adorei ouvir ele rindo com você na cozinha.- Eu não conseguia falar-
- Ele é o melhor de nós dois.
- Vocês dois estão aqui! - Kary entrou seguido de Arthur e Nate. Começamos a falar do lago e dos barcos e descemos todos para ver o por do sol no pier.

Isso foi novo, tremendamente impactante eu diria que surreal, por um momento eu entrei no jogo e imaginei que vida teria tido Cristina, com um homem lindo e com lábios doces, e um filho inteligente e engraçado, com amigos queridos e por um instante fiquei triste, não sei dizer se por mim ou por ela. UMA SEMANA, SOMENTE.

Tia Lucy nos chamou e Nate correu gritando.
Eu ganhei, eu ganhei

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