Nossa Família parte I

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Deixei o hospital um pouco insegura, Liam segurou minha mão com emoção, sei que não foi apenas por Rose e sim por nós, como um todo, posso até divagar e dizer pela nossa família, vi amor em seus olhos, naquele momento não era raiva.
Não posso negar que fiquei chocada com as imposições dele quanto minhas limitações, meu advogado sugeriu eu que contestasse, mas, se eu quisesse aquele homem de volta, tinha que fazer seu jogo, de nada adiantaria medir forças, se há uma coisa coisas que Rose me ensinou sobre qualquer relacionamento é que "O primeiro a pedir desculpas é o mais corajoso. O primeiro a perdoar é o mais forte. E o primeiro a esquecer é o mais feliz " eu estava colhendo o que plantei, meu ego ficaria em segundo lugar, eu poderia ser corajosa e forte para sermos felizes.

Pedi para Sarah deixar um jantar simples pronto, eu não estava com apetite e me doía pensar em mudar o nome de Rose, no ultrason ainda não víamos o sexo, porém, lá no fundo tinha certeza de que o exame de sangue e minha intuição estavam certas, e eu queria muito homenagear a forte mulher que me criou.

Fiz meu ritual de maneira ímpar, optei por um longo estampado com um belo decote, meias mangas, ele abria a partir da cintura num leve evase, vestidos sempre deixam a mulher feminina e elegante, caprichei no conjunto de lingerie e no todo. Tinha pouco tempo e quando estava colocando os brincos a campainha tocou.

O porteiro foi avisado da chegada do meu possível convidado e estava liberada sua subida, medidas para evitar o assédio e reconhecimento do famoso rapper Gail, abri a porta num misto de ansiedade e medo, havia um belo homem sorridente, tão ou mais inseguro que eu e um menino atrás de um imenso pacote.

- Papai, não estou enxergando.- Nate falou bravo, embora, eu não estivesse vendo seu rosto, conseguia imaginar a carranca.

- Também você quis o maior urso da loja! - Exclamou Liam num sorriso lento e caprichado.

- Olá rapazes, sejam bem vindos! - Disse tirando o pacote das mãos de Nate. Ele me abraçou pelas pernas e disse.

- Linda senti muitas saudades, prometa, por favor, prometa que você não vai mais viajar! - Liam fechou a cara, Nate fungou. -Eu fiquei de joelhos o abracei, ele enterrou seu rosto no meus cabelos, eu falei.

- Nate, eu prometo, que não irei mais à lugar nenhum sem você ou seu pai se ele quiser, ok? - Liam falou com voz grave.

- Não prometa nada à uma criança se não puder cumprir Cristina. - Eu assenti.

- Papai a chame de Linda, Linda e Rose. - Eu pisquei.

- Tinha mesmo que ser uma irmã? Eu queria um Huck, meninas são frágeis.
Ela não poderá participar das minhas aventuras. - Ele falou ainda grudado em mim. Eu emendei a resposta e Liam nos olhava com admiração.

- Como não Senhor Tom, acaso eu não brinco com você?

- Mas, você não é minha irmã, papai disse que a partir de agora eu tenho uma grande responsabilidade, tenho que cuidar dela e bebês caem e colocam tudo na boca.

- Meninos bebês também são assim.

- Tá bom, mas, podem também pedir um menino para cegonha? Eu gostaria também de um menino. - E só conseguia sorrir.

- Vamos entrar, pensamos nisso outra hora, essa promessa já não posso fazer, depende também do desejo do seu pai. - Sentamos no sofá.

- Liam, tem vinho no balcão da cozinha, fique a vontade. - Ele assentiu e agradeceu, por favor traga um suco para Nate.

- Nate preste atenção no que vou dizer agora, está bem? -Falei.

- Sim, Linda.

- Eu sinto muito por tê -los deixado, as vezes nós adultos fazemos as coisas sem pensar, fiquei muito assustada com nosso acidente, e fugi, mas, não poderia fugir por mais tempo, mesmo sem a bebê - Ele me interrompeu.
- Não a chame assim, ela vai ficar brava, não gosto que me chamem de menino, a chame de Rose está bem?- Eu olhei para Liam.

- Isso vai depender também de seu pai, agora deixe eu terminar, eu o amei desde o primeiro dia que o conheci e me arrependo de não estar a seu lado neste último mês, mas, se você deixar isso não acontecerá de novo. - Disse tudo sem olhar para Liam, mas, ele entendeu que eu dizia mais para ele que para Nate.

- Vocês vão se casar? - Liam engasgou e falou.

- Pequeno chega de perguntas. Vamos jantar.

- Mas, papai. Você gosta dela, ela gosta de mim e de você, e todos gostaremos de Rose, isso é uma família e famílias moram juntos, não moram?

- Algumas sim e outras não, mas, vamos falar disso outra hora.

- Agora abra este pacote e mostre a Cristina o seu presente. - Ele abriu e havia uma ursa linda com um vestido creme de com pequenas rosinhas estampadas. - Fiquei emocionada.

- Viu papai eu disse que mulher gostam destas coisas!

- É pequeno eu tenho muito que aprender com você. - Eu agradeci com um beijo e abraço carinhoso e Liam me fitava como se fosse um juiz em busca de algo para me reprovar.

- Agora vamos nos sentar, temos salada, torta de palmito, aspargos, e spaguete e de sobremesa torta de maçã com sorvete de creme.

- Hum, posso comer todos esses, eu gosto. - Liam se sentou ao meu lado e Nate na ponta da mesa. Os servi com sorriso de uma ponta a outra.

- Está tudo gostoso Cristina. -Liam disse em tom formal.

- Obrigada. - Quando será que este homem cederia?
- Você não vai comer? Ele me questionou.

- Sim, apenas os aspargos, tenho enjôos e estou um pouco tensa, gostaria de resolver sobre o nome.

- Pensei sobre isso e RoseMary é um belo nome, eu gosto, mas, pensei que talvez poderíamos homenagear sua avó e minha mãe, que aliás, estará na cidade na próxima semana. - Eu fiquei tensa na cadeira, eu estava com as mãos nas pernas, ele levou a mão em cima da minha, percebendo que estava gelada.

- Cristina, eu não tenho objeção quanto a Rose, já até me acostumei, mas, pensei que poderia ser Rose Natalie Duncan, assim teríamos o nome de sua avó, de minha mãe e meu sobrenome. - Ele segurou minha mão com mais força. Eu deixei lágrimas rolarem, não estava triste, me emocionei por ele não querer mudar Rose, Natalie era um nome bonito e combinava com Nate que também era uma forma de Liam homenagear a mãe, que como Rose o criou sem ajuda.

- Veja bem, eu que você entenda que tenho este direito. - Ele falou com rispidez. Me levantei pedi licença e saí em direção a sala, fiquei olhando para o horizonte, o senti se aproximando de mim, perto o bastante para que sentisse sua respiração, sem me virar comecei.

- Você pode por favor baixar está guarda, não vê que estou tentando, errei Liam, errei feio, não fiquei brava que pediu para homenagear sua mãe, me emocionou você não fazer objeção a Rose. Eu voltei Liam, você não precisa voltar para mim se não quiser, mas, ao menos tente me tratar com cortesia, sei que o que vivemos foi rápido, mas, acho que mereço um tratamento amigável, afinal estaremos ligados para
sempre.- Sua mão tocou meu braço, mas, ele a puxou.

- Lin. Cristina quero dizer, desculpe, você está certa, apenas tenho receio de você magoar Nate de novo.

- Não Liam, você está com receio de me amar e eu mágoa- lo de novo. - Me virei. Ele deu passo para trás. - Eu não vou desistir, concordei com todas suas imposições, não vou desistir. - toquei seu rosto - Não vou. - Falei e voltei para mesa.
- Nate, estava bom?
- Sim Linda, muito gostoso. Quero um pedaço grande de torta e duas bolas de sorvete. - Eu ri, Liam voltou para mesa.
- Sim, meu querido você pode comer o quanto quiser, certo papai?
- Sim Nate, pode. Terminando vamos embora. - Meu sorriso se esvaiu.

Terminamos o jantar em silêncio, eu podia dizer que estava feliz, poderia demorar, mas, eu conseguiria.
Nate se despediu de mim com um beijo melado e Liam com um me meio de cabeça.
Ele se foram, me agarrei ao urso na sala e fiquei perdida em pensamentos, tirei meu vestido me joguei no sofá.

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Desculpem a demora para postar este capítulo não estava passando bem estes dias.
Agradeço o carinho dos amigos leitores.
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