Paparazzi

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Eu realmente gostaria de mudar este dia.
Acordamos com muito carinho e beijos, quando descemos tomamos café com Nate que curioso questionou porque eu estava tão cedo na sua casa e com roupa de ontem, preferi não mentir, falei que havia ficado muito tarde para voltar para casa e que acabei dormindo por lá, assim aproveitaria para o deixar na escola hoje manhã, ele adorou.

Nosso beijoqueiro preferido nos beijou e fomos para o carro, acomodei Nate no banco de traz com sinto e me distrai conversando com ele, ajustei o GPS para o colégio dele e seu segurança nos seguiria logo atrás.

Saímos da casa e viramos a direita da casa, rindo e falando dos amigos e professores seguimos animados, no farol seguinte um carro parou ao nosso lado e abaixou seu vidro batendo no meu, nos assustamos, era um fotógrafo com um máquina, sem saber o que fazer acelerei, foi minha reação instintiva, foi tudo um flash eu só ouvi o barulho, os vidros, as buzinas, o carro em seguida rodou várias vezes até bater em mais dois carros e parar.

As pessoas começaram a se aproximar e flash no meu rosto, Nate, eu só pensava em Nate, não conseguia gritar, o airbag me comprimia  o peito, eu queria gritar não conseguia, olhar para trás não conseguia, ouvia um choro de criança, não sabia de onde vinha, ouvi sirenes, alguém abriu a porta e tudo ficou escuro.

O que se seguiu foi rápido, o segurança que estava atrás, começou afastar as pessoas, a ambulância chegou, quando avancei o sinal o carro que vinha acertou a lateral do carro em cheio, Nate foi levado primeiro que eu, estava apagando e voltando, quando cheguei no hospital só queria saber dele não queria ser examinada, foi quando Kary chegou gritando:

- O que você fez! O que você fez!- Arthur a segurava e a mandava se calar. Eu sentia as lágrimas escorrerem, os médicos tentando me deitar.
- Nate, Nate, Nate onde está Nate. Deus eu sinto muito, Nate. -Eu gritava desesperada, me levaram para uma sala e me apagaram.

Quando voltei a si minha cabeça latejava, meu peito doía, e no quarto já estavam Marcus e Tati, comecei a chorar e eles também, eu só pensava no pior, onde estava Liam, eu queria levantar mais não conseguia me mexer, tudo pesava, Tati se aproximou e disse:
- Cristina, se acalme. Você estava muito agitada te sedaram, você está com uma costela trincada, e precisava usar o colar cervical por causa do tranco, vai se sentir melhor em algumas horas - Minhas lágrimas escorriam- E iremos te levar para casa.

- Nate, e Nate. Tati diga alguma coisa eu gritei. - Marcus se aproximou, pegou na minha mão e falou.
- Nate acabou de sair de cirurgia, ele se machucou bastante, as próximas horas serão cruciais.
- Não, não, Deus o que eu fiz.- Eu gritava e chorava.
- Você não fez nada de errado se apavorou. Ninguém a esta culpando, o fotógrafo foi detido, todas as imagens estão em todos os canais. Muitos teriam reagido da mesma forma.
- Marcus, a culpa é minha - Eu dizia freneticamente - quanto tempo eu fiquei apagada?
- Mais de 8 horas. - Tati falou-
- Liam, onde está Liam? Eu preciso ve-lo - tentei levantar e não conseguia.
- Quando avaliaram os danos de Nate ele foi transferido para o hospital infantil com especialistas em tórax infantil, Liam foi no helicóptero.
- Ele me pediu para dizer que não foi sua culpa, e que ele viria assim que possível, foi ele que ligou para avisar do término da cirurgia de Nate, sabia que você ficaria preocupada. - Isso não mudou meu desespero.

Tentei ligar várias vezes no celular de Liam e só caia na caixa postal, deixei vários recados, mandei mensagens, pedi desculpas, chorei, não iria me perdoar se algo acontecesse aquele lindo garotinho, ele não me perdoaria, como eu poderia viver com isso? Tentei o telefone de Kary e Arthur o atendeu.
- Cristina, como você está?
- Estou bem Arthur, apenas dolorida, mais inteira. Gostaria de notícias de Nate e se possível falar com Liam.
- Estamos no andar de espera, Liam está com Nate na U.T.I ninguém o tira de lá. Tenho certeza que assim que possível ele ligará, esta muito preocupado com você.
- Por favor Arthur eu agora não sou importante, apenas Nate. Assim que falar com ele diga que liguei e que sinto tanto. E diga a Kary também.
- Quanto a ela Cristina, por favor a desculpe, ela ficou apavorada, eles são nossa família. Ela está mais calma agora, darei seu recado a eles. Fique bem logo, Liam precisará de você.
- Obrigada Artur, assim que possível me junto a vocês. - Nos despedimos e eu relaxei um pouco a tensão.

Deixamos o hospital com a promessa de iria direto para casa por recomendação dos médicos, eu havia ficado 24 horas internada, não teve jeito, havia vários hematomas no meu tórax e rosto, muita dor no corpo, recebi uma mensagem de Kary dizendo que Nate estava fora de perigo, não havia falado com Liam ainda, por mais que quisesse estar a seu lado neste momento resolvi dar espaço para ele e Nate, e foi no meio da tarde que meu telefone tocou:
- Linda, como você está? Eu gostaria muito de abraça-la agora, você está realmente bem?
- Sim Liam, mas, eu não importa, quero saber de Nate - Minhas lágrimas escorriam, sua voz estava terna e generosa.
- Linda, não chore. Nosso menino está bem. - chorei mais ainda.
- Mesmo sabendo que ele está fora de perigo, só não consigo deixa-lo aqui, espero que entenda.
- Liam, claro que entendo. Eu posso ir para o hospital para ficar com você.
- Melhor não linda, a porta está cheia de fotógrafos, não quero que você seja matéria de paparazzi.
- Entendo, Liam. Liam, eu o amo.
- Eu também linda.

Desligamos, e eu deitei em minha cama e só conseguia pensar naquelas malas. A imagem do acidente passava em todos os canais amplamente, uns diziam que minha imprudência quase havia matado Nate, outros que a "distração"(eu) do pai quase havia matado o filho, outros que a culpa era da perseguição de "tudo por uma foto", eu fiquei enjoada. Eu não me imaginava naquele circo. Definitivamente não!
Olhei as mala e me decidi. Eu viajaria amanhã. Chorei por horas seguidas, pela fraqueza, pela falta de determinação, pelo amor que eu perderia. Chorei pelo luto, pelo quase luto. Chorei por tantos anos atrás e por hoje. Adormeci, e no meu sonho eu estava ao lado de Liam, que perdia Nate e me repudiava.

Arrumei minha bagagem de mãos e adormeci novamente, não avisei ninguém além de Sarah, passaram -se quatro horas e eu estava acomodada na primeira classe a caminho de Londres, sem me despedir de ninguém e deixando meu amor para trás.

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