Somente Uma Semana

Tudo aqui tem a presença dela

No dia anterior fiquei horas olhando aquele bilhete, desci para jantar e me recolhi novamente, só fui ao quarto de Nate para lhe desejar boa noite, tia Lucy fez cara de poucos amigos para Julie e me levando na cozinha me disse:
- Meu bom moço, não sei o que está tentando fazer, mas, tome cuidado essa mocinha não é confiável, viu os olhos dela? Minha menina gosta muito de você e ela voltará, acredite.
- Tia Lucy, fique tranquila não há nada entre mim e Julie e não haverá, e tudo que eu mais quero é que nossa menina volte.
- Ah Liam, não me faça chorar, sou uma velha, não aguento fortes emoções, apenas tome cuidado, Nate já me contou o plano, ainda sim, é nela que não confio.
- Confie em mim. - Eu a abracei ternamente.
Naquela noite estava inquieto, aquele quarto tinha recordações demais, cada milímetro do seu corpo em minhas mãos, nossa luta em vão para não se perder até se achar, coloquei uma playlist dela e fiquei olhando o teto, minha porta abriu e Julie entrou.
- Liam, está acordado?
- Sim Julie o que faz aqui?- franzi a testa me sentindo incomodado, a luz estava fraca, mas, ela estava com um baby doll transparente mostrando todas as curvas.
- Não conseguia dormir, fui buscar uma garrafa de vinho e ouvi a música, você bebe comigo?- Ela falou com voz manhosa e sentou- se aos pés da cama.
- Não. - Disse secamente. - Nós já tivemos nossa cota de bebedeira juntos.
- Não entendo, qual o propósito de me trazer aqui se você não me quer? - Ela disse se debruçando para a frente quase mostrando os seios.
- Ela foi embora Liam, e eu estou aqui, eu aceito sexo casual, não quero matrimônio, sei que sou uma mulher atraente, posso ajuda - lo esquecer. - Ela virou a taça de vinho e depositou no chão e veio engatinhando em minha direção.
- Julie, pare com isso. - Minha voz saiu aspera- Ela recuou.- Você é uma cliente, uma mulher sexy eu confesso, mas, sair de mãos dadas do bar, foi uma brincadeira, publicidade para você e um motivo para enciumar Cristina, convida - lá para vir é apenas continuação da encenação e você sabia disso, caso queira voltar eu digo ao motorista para leva-la na hora que quiser. - Ela levantou os braços em sinal de paz.
- Ok boss* entendi. Mas, você não pode me culpar por tentar. O lugar é incrível fico mais um dia e depois volto. - Ela repetiu com voz manhosa.
- Mas, se mudar de ideia eu prometo que não irá se arrepender.
- Boa noite Julie- Me despedi a acompanhando até a porta.

Sexo casual nunca foi meu tesão e mulheres como Julie, que fazem de tudo para atingir seu objetivo também não. Sua intenção comigo era apenad sair em revistas, e para isso sexo não seria moeda de troca, meu coração e corpo estavam em algum maldito lugar e eu descobriria onde e a traria de volta. Esta manhã, fiz uma retrospectiva de meu plano e ele pareceu tão tolo, me perguntava o que fazer além disso, ela pensava em mim?
Desci para o café, todos já estavam a mesa e Nate comandava a platéia, vestido de expedicionário, ele faria escavações em busca de fósseis, todos riam do meu menino fantasioso, Marcus já estava conosco.
- Papai você demorou, eu já estava saindo, Any, eu e tio Arthur vamos escavar a floresta, você sabia que está região tem fósseis? Tia Kary vai tomar sol, não quer sujar as mãos, este é Marcus, ele é amigo da Linda, quero dizer da Cris.
- Nate respire, você está ficando vermelho. - Kary o advertiu. - Ele revirou os olhos- Todos rimos.
- Eu vou tomar sol com Julie e você Liam vai revisar uns documentos enquanto faço isso, depois do almoço programei de sairmos de barco para aproveitar o por do sol.
- O que faríamos sem você doce Kary.
- Fiz sinal de continência*- Arthur caiu na gargalhada e ela o atirou uma maçã.
- Nada, vocês não viveriam sem mim.
- Disse ela rindo, Marcus nos olhava com curiosidade, eu estendi a mão.
- Bem vindo Marcus, é um prazer ter você conosco. - Eu precisava ser simpático se quisesse sua ajuda - Ele estava distraído olhando para Julie sem piscar.
- Ah sim, desculpe. O prazer é todo meu, espero não atrapalhar, vou ficar no meu quarto e devo voltar pra casa no máximo amanhã depois do almoço. - Meu quarto pensei, fiz força para não me irritar e tentar lembrar que ele é Cristina eram como irmãos.
- A casa é quase sua Marcus nós que deveríamos pedir licença. - Disse de modo mais simpático possível.
- Que isso, eu frequento a casa desde que nasci, mas, só passei a ter um quarto com seis anos. A casa é de Cristina eu e Tati só temos passe livre.- Eu teria que me acostumar com isso.
- Depois se tiver um momento estarei no escritório e gostaria de falar com você.- Julie percebendo seus olhares já se incinuou.
- Marcus, venha para o Lago conosco depois do almoço, seria agradável ter sua presença. - Kary revirou os olhos para mim e acrescentou.
- Claro que seria Julie, uma vez que Arthur é casado e Liam cego de amor, e você carente de atenção.
- Isso foi indelicado até para você Kary! - Ela falou sem muito ênfase e Arthur fuzilando Kary com o olhar, logo mudou de assunto.
- Vamos Nate para nossa expedição, Kary comporte - se tomando sol, Marcus e Liam nos vemos no almoço e cada um de nós seguiu seu curso.

Fui para o escritório não queria parecer ansioso para falar com Marcus que subiu e se trancou no seu quarto.
Revisei os documentos que já haviam passado pelas mãos criteriosas de Arthur, os assinei e coloquei um disco do Pai de Cris para tocar. Meus emails continuavam voltando, ela não tinha Facebook e eu também não, tentei pela milésima vez o Instagram e caí duro na cadeira com os punhos cerrados. Quem era aquele cara e por qual motivo ele estava com a mão em sua cintura e olhando pra ela com devoção, e qual era o motivo daquele sorriso? Olhei a frase e petrifiquei.
Queria ver se eu não iria abrir aquela PORTA eu iria arromba - lá se fosse preciso.
Cliquei na marcação de fotos e Londres, região Chelsea.
Eu iria até o inferno, eu a traria para casa.
Subi as escadas de 2 em 2 degraus e esmurrei a porta.
- Marcus abra a porta agora, eu quero uma explicação sua?- Ele abriu a porta e fez sinal para que eu entrasse, mostrei o celular pra ele.
- Quem é esse cara? Gritei. - E não diga que não sabe, sei que ela conta tudo para vocês.
- Eu também gostaria de saber. - O agarrei pelo colarinho.
- Calma lá bonitão, Cristina gosta de você e eu sou um cara legal, mas, corre sangue nas minhas veias. Agora me solte e vamos conversar como pessoas civilizadas, estou mais do seu lado do que você pensa. - O soltei, passei a mão pelo cabelo, mas, não me desculpei.
- Vi pela marcação da foto que ela está em Londres. - Ele sorriu.
- Ela queria que você visse a foto, tenho certeza, mas, ela não me disse quem é o cara e não atendeu minha ligação desde que cheguei, suspeito que seja o guia que passou a semana com ela na Escócia, isso é o máximo que terá de mim. - Eu me sentei.
- Ela já seguiu em frente.
- Eu a conheço muito bem e duvido disso, mas, você a convenceu que sim, e a julgar por Julie aqui eu começo a me perguntar, eu já disse a ela para voltar, ela não tem se sentido bem.
- O que há com ela? E quanto a Julie, não há nada.- Perguntei preocupado.
- Ainda não sei, ela foi ao médico pela manhã, ainda não nos falamos. - Ele tinha o número dela e me daria.
- Eu quero falar com ela Marcus.
- Desculpe parceiro, se ela quisesse falar com você teria te dado o número, posso pedir a ela e só isso, mais que isso só direi se ela está bem. - Eu quero notícias. - Saí batendo o pé para não soca - lo, eu teria que conquista - lo de alguma forma.
Escrevi embaixo da postagem.

Eu vou até a China e abrirei a porta, não preciso de chave.
Seu Liam

Boss*
chefe

*Continência é a saudação militar e uma das maneiras de manifestar respeito e apreço aos seus superiores, pares, subordinados e símbolos.