Sapatinhos parte I

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Ele me encarava com tensão, um misto de amor e ódio, nas suas mãos os sapatinhos que deixei no banco, ele cheirava a wisky, seus cabelos estavam desgrenhados e ainda assim, sexy, seu cheiro sobressaía ao odor de álcool, Deus como eu amava aquele homem e pensar que tão rápido e tão forte. Quando num tom áspero ele me tirou do transe.

- Você estava dormindo e falando para eu não os deixar, deixar ? nós quem?- Sua voz saiu trêmula e eu me levantei para toca - lo, ele estendeu a mão e me parou.

- Não Cristina, não será tão simples ou tão rápido, você não tem mais a chave desta porta, diga logo o que me trouxe aqui ou irei embora, cansei de me deixarem para trás.

- Você não está sendo justo Liam, não me compare a Cristina, ela não está aqui, eu estou, eu errei, eu voltei. - Ele me mostrou os sapatinhos, estava visivelmente alterado de álcool e com as emoções a flor a da pele, começou a andar de um lado para o outro do quarto. Eu ascendi as luzes, seus olhos estavam vermelhos e ele franziu a testa, sua mandíbula estava tencionada deixando sua linda boca em lábios retos, numa expressão tristemente feroz.

- Vamos Cristina, comece a falar. - Ele gritou. Eu me acuei e ele percebeu.

- Não se preocupe eu não irei toca - la, depois da nossa conversa achei que não a veria mais e então você voltou. Estou nervoso, não sou um monstro.

- Que conversa Liam? Aquela que você não deixou eu abrir a boca, que disse que estava me tirando da sua vida? Aquilo não foi uma conversa foi um monólogo.- Eu gritei entre lágrimas que escorriam, ele continuava mantendo a distância entre nós.

- Eu queria te contar que estava voltando, apenas precisava aguardar 3 semanas, e depois jamais iria me separar de você e Nate novamente, mas, você sequer me deu o direito de falar.

- Eu te dei tudo Cristina, te dei meu coração, meu amor, meu filho, vivemos em quase 3 semanas o que não vivi em anos com Cristina ou depois de sua morte, e assim como se troca de roupa você nos abandonou num hospital, com Nate perguntando por você e eu sem poder deixa-lo.

- Eu tive medo Liam, medo de lutar por nós, medo de ter matado Nate, acabado com sua vida. - Eu tentava me aproximar e ele estendia a mão, eu precisava vencer aquela barreira, abraça -lo, convence-lo do nosso amor.

- Você teve medo, medo. Medo tive eu Cristina de perder vocês dois, medo que depois e reencontrar o amor e uma figura materna para Nate que se importasse com ele, que aquele acidente os levasse, quando Kary me avisou da batida e eu corri pra lá e vi o carro meu coração parou, eu enlouqueci não sabiá para qual hospital vocês tinham sido levados, quando tive notícias de que você não corria risco eu só pensava em deixar tudo e te acalmar, e quando cheguei você havia partido. Assim, sem demora, como entrou, saiu. - Tudo que saia da sua boca era ressentimento e mágoa.

- Liam, por favor deixe - me toca - lo. - Eu preciso, nós precisamos, por favor.
- Ele manteve a distância.

- Não Cristina, não ouse. -Percebi que ele tocava a chave, minha chave.

- Liam, dei à você a chave do meu coração, não só dele mais da minha alma, quando cheguei a Londres após uma semana comecei a me sentir mal, achava que era pelo acidente, Marcus me convenceu a procurar um guia para dirigir para mim na viagem da Escócia, achava impridente dirigir depois de tudo, foi então, que conheci Paul, durante a viagem eu passei muito mal e voltamos à Londres para uma consulta.

- Você dormiu com ele Cristina? - Ele perguntou num tom agressivo e desafiador, com o punho cerrado.

- Seu, seu, seu idiota o que pensa que sou? Uma alpinista musical querendo atenção da mídia? Eu me respeito, eu respeito meus sentimentos por você. - Fui em direção dele com o dedo apontado em sua cara.

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