DÉBORA— Bença mãe? —digo assim que jogo minha mochila no sofá. Não ouço resposta — mãe? — insisto. — MÃE? — grito pela última vez.
Pego o telefone e ligo pra ela.
LIGAÇÃO ON
~ Mãe? Bença?
~ Oi Débora, Deus te abençoe.
Pelo tom de voz, Já sei que ela não tá nos melhores dias.
~ liguei porque cheguei em casa e não tinha ninguém, estranhei, só.
~ estou no médico fazendo meu exame de rotina, e seu pai foi trabalhar.
~ A, tabom. Tchau!
~ Ajeita a casa. Tchau.
CHAMADA ENCERRADA
— Arrumar casa não. — me joguei no sofá resmungando.
Não tinha escolha mesmo.
Coloquei o som no último volume tocando minha playlist gospel e comecei a arrumar a casa.
Passei um pano pela casa toda e lavei a louça enorme que tinha na pia.
— Ufa — me joguei no sofá exausta.
Ouvi o destranque da porta.
— Mãe?
— Sou eu! — era meu pai.
— Ah, bença pai?!
— Deus te abençoe. — me deu um. Beijo na testa. — vou ir me arrumar pra reunião na igreja do meu amigo em Cristo.
— Tudo bem!
A rotina aqui de casa tem sido essa. Meu pai por causa da inauguração da igreja não tem parado em casa.
Minutos depois meu pai passou de volta arrumado com uma roupa diferente bem rápido por mim.
— Fala pra sua mãe que o dinheiro pra pagar a conta tá no escritório. Beijos, Te amo!
— Também te amo. — falei com tanta preguiça que nem sei se ele ouviu.
[...]
— Meu pai disse que o dinheiro pra pagar a conta tá no escritório.
Disse assim que avistei minha mãe passando pra cozinha.
— Seu pai é demais. Eu tinha pedido pra ele me dar quando eu fosse pra clínica, mais não, ele deixa o dinheiro agora. — ouvi ela indo reclamando pra algum cômodo
— DÉBORA!!! — escutei chamarem no portão.
Levantei do sofá indo até a porta. Era o Andrew.
— Porque não puxou a cordinha do portãzinho? Já sabe o macete. - Andei de volta e ele me seguiu.
— Nossa mal amada, que horror seu humor heim. — Revirei os olhos.
— Fala Drew! — Sentei de volta no sofá.
— Já pediu sua mãe pra sair hoje? — disse se jogando no pufe enorme do lado do sofá.
— Qualquer dia você estoura esse pufe. — ele fingiu não me escutar. — Não, ainda não falei com ela.
— Meu Deus, você é demais em Maria chiquita. Cadê ela?
— Na cozinha.
— Vai falar com ela então logo Débora!
— vai lá falar você, talves se você pedir ela deixe. — Ele revirou os olhos.
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A FILHA DO PASTOR
SpiritualDébora, uma jovem cristã de 17 anos resolve fazer escolhas contrária da palavra de Deus. Sua consequência é casar-se com um cara sem o ama-ló e ter sua vida arruinada por uma antiga namorada de seu marido.