CAPÍTULO 18

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DÉBORA NARRANDO



O silêncio era apavorante. Eu não tinha mais o que falar, só esperar eles se prontificarem a falar alguma coisa. Olhei pra minha mãe e ela estava se derramando em lágrimas silenciosamente. Só se ouvia os resmungos. Meu coração se despedaçou em mil pedaços por ver minha mãe naquele estado e saber que a causa era eu.

- Meu Deus, eu não acredito que o Filipe fez isso com você. - disse a Paula chorosa.

- Eu sabia que trazer o Filipe pra cá não iria dar certo. - disse o Presbitero Mateus.

- A culpa não foi só ele. - disse meu pai sério sem olhar pra mim.

- Os dois contribuiram, digamos assim. - disse Mateus.

- Eu não acredito que você fez isso Débora. - disse minha mãe me fulminando com os olhos.

Eu encolhi meus braços, abaixei minha cabeça e Fechei os olhos deixei as lágrimas rolarem. Eu não podia questionar nada.

- Vamos marcar o casamento no cívil. - disse meu pai autoritário.

- concordo Isaque. - concordo Mateus.

QUE? COMO ASSIM EU ME CASAR? EU ME CASAR COM ALGUÉM QUE ME TRATO COMO LIXO E AINDA DIZ QUE O FILHO NÃO É DELE? NUNCA.

- NÃO, NÃO. EU NÃO VOU ME CASAR COM O FILIPE. NÃO VOU. - DISSE GRITANDO EM DESESPERO.

- Você não está em condições de querer nada. - disse meu pai, ríspido. - Vocês irão se casar e pronto. Pensasse antes de arrumar uma barriga. - disse por fim.

- Mais ele nem acredita que esse filho é dele. - disse com uma voz baixa, mais pra mim do que pra ele.

- Eu também não acreditaria. Uma menina que foi fácil, qualquer um duvidaria. - disse meu pai.

Como meu pai pode me tratar desse jeito? Meu pai? Sério isso? Eu não estou acreditando.

- Isaque. - repreendeu Mateus. - Não trate a menina assim. - olhou caridozo pra mim.

- Você fala isso porque não é a sua filha que agora vai ficar mal falada. Que está desonrada. - disse imponete mais com frustração na voz

- O meu filho está nesse história também. E por mais que você pense que não tem comparação, também dói não poder ver meu filho se casar como o Senhor quer.- disse autoritário.

- Temos que fazer os exames dela - disse minha mãe como se eu fosse uma ninguém. - e confirmar.

- Amanhã vamos com ela no médico pra fazer os exames e já começamos a preparar o casamento no cívil. Ninguém pode saber dessa gravidez. Eles tem que se casar logo.

- Eu posso muito bem criar esse filho sozinha. Eu não vou me casar com um idiota feito o Filipe. - meu pai riu sem humor.

- Criar um filho sozinha? Realmente você pensa que isso é uma brincadeira? Se você não se casar, na minha casa você não fica mais. Eu não vou ficar com uma filha desonrada em casa.

- Isaque. - repreendeu minha mãe.

- não venha me repreender porque você sabe que ela está errada Roberta. - disse autoritário.

A FILHA DO PASTOR Onde histórias criam vida. Descubra agora