Não revisado.DÉBORA NARRANDO
— Vai aonde Filipe? — era sábado a noite e eu estava no tédio deitada no sofá zapeando os canais da TV
— Na balada com um amigo.
Levantei do sofá e sentei.
— Vai aonde? — disse desacreditada.
— Vai me dizer que não sabe o que é uma balada? — disse se olhando no espelho ajeitando a manga da blusa e passando a mão por cima do cabelo.
— Por saber o que é uma balada que eu não acredito que você vai a uma tendo sua mulher em casa.
— Esse casamento é uma fachada não é assim que você chama? — me Olhou com o olhar desafiador — e se minha mulher não me satisfaz vou procurar na rua o que faz falta em casa. — pegou as chaves do carro.
— Vai então ué. — disse sorrindo cínica não transparecendo a minha frustração real por dentro.
Ele virou as costas batendo a porta.
— Vai querer mais alguma coisa Patroa? — disse Jessica entrando pela porta da cozinha.
— Muito obrigada Jessica, mais não. Pode ir dormir. — sorri fraco pra ela.
— quer conversar? — perguntou com um sorriso fraco
— Não. — me virei pra frente da TV como uma criança pirracenta.
Ouvi os passos de Jessica ficando mais perto.
— O que está acontecendo menina? — disse parando em minha frente.
Jessica é como Ana. Tanto como fisicamento, como espiritualmente.
— Ele foi pra uma balada em quanto eu estou aqui nessa enorme casa carente, com meus hormônios a flor da pele, do porque eu nem sei de estar assim e ele foi pra uma balada, ficar com umas quengas? E esse casamento? — disse rápido que quase nem eu entendi. Ela riu.
— Isso porque não queria falar né? — disse me olhando de forma tão carinhosa que ali eu já me senti um bichinho abandonado que achou um dono maravilhoso. Ela pediu licença e se sentou no sofá comigo.
— Eu não sei o que está acontecendo. Tudo está fora do controle. Na verdade eu tô tão sem noção do que está acontecendo que, eu... Eu... — ela me abraçou forte o suficiente pra eu querer nunca mais sair daquele abraço gostoso.
— Vocês são duas cabeças duras tentando algo juntos. Porém se continuarem desse jeito não vai dar certo. — disse no meu ouvido.
Me soltei dela com lágrimas nós olhos já e a olhei sem entender.
— Eu nunca quis isso — disse olhando pra casa. — eu nunca quis esse casamento. — suspirei. — Mais agora que já estamos aqui, como você diz que não vai dar certo? — minha voz afinou e falhou por causa do choro. — tem que dar certo.
— Não é assim Débora. Não é por ai que se tenta ser feliz. Um casamento não é uma empresa que tem que ter tudo funcionando corretamente, ou os produtos tem qie sair perfeito.— ela olhou pra casa e riu, voltou o olhar pra mim e sorriu de canto. — Um casamento é muito mais que sorrisos,isso você está vendo nesse casamento. Na verdade pra se ter sorrisos é necessário muita renúncia. As vezes você vai estar certa mais tem que dar o braço a torcer. Se quer ter razão então lute até o fim, mais se quer se feliz, tem que deixar de querer ter a razão. Não se pode ter o dois.
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A FILHA DO PASTOR
EspiritualDébora, uma jovem cristã de 17 anos resolve fazer escolhas contrária da palavra de Deus. Sua consequência é casar-se com um cara sem o ama-ló e ter sua vida arruinada por uma antiga namorada de seu marido.