CAPÍTULO TRINTA E DOIS

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Não revisado.

DÉBORA NARRANDO





— Vai aonde Filipe? — era sábado a noite e eu estava no tédio deitada no sofá zapeando os canais da TV

— Na balada com um amigo.

Levantei do sofá e sentei.

— Vai aonde? — disse desacreditada.

— Vai me dizer que não sabe o que é uma balada? — disse se olhando no espelho ajeitando a manga da blusa e passando a mão por cima do cabelo.

— Por saber o que é uma balada que eu não acredito que você vai a uma tendo sua mulher em casa.

— Esse casamento é uma fachada não é assim que você chama?  — me Olhou com o olhar desafiador — e se minha mulher não me satisfaz vou procurar na rua o que faz falta em casa. — pegou as chaves do carro.

— Vai então ué. — disse sorrindo cínica não transparecendo a minha frustração real por dentro.

Ele virou as costas batendo a porta.

— Vai querer mais alguma coisa Patroa? — disse Jessica entrando pela porta da cozinha.

— Muito obrigada Jessica, mais não. Pode ir dormir. — sorri fraco pra ela.

— quer conversar? — perguntou com um sorriso fraco

— Não. — me virei pra frente da TV como uma criança pirracenta.

Ouvi os passos de Jessica ficando mais perto.

— O que está acontecendo menina? — disse parando em minha frente.

Jessica é como Ana. Tanto como fisicamento, como espiritualmente.

— Ele foi pra uma balada em quanto eu estou aqui nessa enorme casa carente, com meus hormônios a flor da pele, do porque eu nem sei de estar assim e ele foi pra uma balada, ficar com umas quengas? E esse casamento? — disse rápido que quase nem eu entendi. Ela riu.

— Isso porque não queria falar né? — disse me olhando de forma tão carinhosa que ali eu já me senti um bichinho abandonado que achou um dono maravilhoso. Ela pediu licença e se sentou no sofá comigo.

— Eu não sei o que está acontecendo. Tudo está fora do controle. Na verdade eu tô tão sem noção do que está acontecendo que, eu... Eu... — ela me abraçou forte o suficiente pra eu querer nunca mais sair daquele abraço gostoso.

— Vocês são duas cabeças duras tentando algo juntos. Porém se continuarem desse jeito não vai dar certo. — disse no meu ouvido.

Me soltei dela com lágrimas nós olhos já e a olhei sem entender.

— Eu nunca quis isso — disse olhando pra casa. — eu nunca quis esse casamento. — suspirei. — Mais agora que já estamos aqui, como você diz que não vai dar certo? — minha voz afinou e falhou por causa do choro. — tem que dar certo.

— Não é assim Débora. Não é por ai que se tenta ser feliz. Um casamento não é uma empresa que tem que ter tudo funcionando corretamente, ou os produtos tem qie sair perfeito.— ela olhou pra casa e riu, voltou o olhar pra mim e sorriu de canto. — Um casamento é muito mais que sorrisos,isso você está vendo nesse casamento. Na verdade pra se ter sorrisos é necessário muita renúncia. As vezes você vai estar certa mais tem que dar o braço a torcer. Se quer ter razão então lute até o fim, mais se quer se feliz, tem que deixar de querer ter a razão. Não se pode ter o dois.

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