CAPÍTULO VINTE E OITO

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DÉBORA NARRANDO

- Eu nunca mais te desafio. Eu juro. Não faz mais isso de me levar a uma merda de cinema pra ver "Dory" - disse Filipe furioso.

SE EU FIZ ELE VER DORY? MAIS É CLARO. ELE QUIS DISAFIAR, NUM TÔ ENTENDENO.

Eu sô sabia rir da cara dele.

- Tá rindo sua estranha. Eu desse jeito vou perder minha moral. - disse fingindo enfurecimento.

- Que moral? Você não tem mais moral garoto. - disse ainda gargalhando. Paramos em um banco. Olhei pra ele e ele Já estava me observando.

Ficamos nós observando até que o meu sorriso se desfez e eu fiquei olhando sua expressão curiosa. Filipe parecia perdido em mim. Loucura.

Ele pôs a mão no meu queixo e subiu pra minha bochecha fazendo carinho com o dedão Fechei os olhos e mordi o lábio inferior sô sentindo a catástrofe que era quando ele me tocava. Ah esse toque. Meu corpo como um choque elétrico ficou. Parecia que eu tinha levado um choque de 110 volts por minuto Meu coração estava batendo forte, minhas mãos estavam suando e quando eu abri meus olhos, eles foram logo em sua boca. Mordi meu lábio inferior de novo, ele se inclinou pra se aproximar mais e me beijar, e por um impulso eu voltei meu corpo pra trás não deixando ele continuar.

- E-eu acho que -que a chuva tá mais fraca. Va-vamos? - disse vacilando. Meu corpo ainda estava em choque com essa aproximação.

NÃO POSSO ME DEIXAR LEVAR POR ELE, NÃO POSSO, NÃO POSSO. ISSO DÉBORA, VOCÊ NÃO PODE.

- vamos. - disse passando a mão pelos cabelos sem graça.

Fui caminhando na frente dele e desci as escadas não rápido, porque eu não posso correr risco nenhum com minha ervilinha.

- Espera. - disse ele descendo as escadas me alcançando.

Andamos lado a lado, e eu sentia o peso do olhar dele algumas vezes em mim. Entramos no carro e ele deu partida.

O caminho todo eu evitei de olhar pra ele e fiquei olhando pra janela.

[...]

- Pronto, entregue. - disse Filipe sem olhar pra mim.

- Valew. - virei da cintura pra cima pro lado pra abrir a porta do carro. Filipe me puchou num empulso rápido e nossos lábios se encontraram em questão de segundos. Aquele lábio, aquele beijo, aquele gosto, ahhhh....

NÃO, EU NÃO POSSO.

- Para Filipe. - disse empurrando seu corpo até ecostar no banco com força. Ele passou a mão nervoso pelos cabelos.

- Parar com o que Débora? - disse exaltado.

- De querer me beijar. Eu não quero. - disse

- Nós vamos nós casar e você não quer me beijar? A Débora. - disse batendo a mão com força no volante.

- Você é engraçado né Filipe? Você mesmo disse que você ia se casar comigo só pelo filho e pelo seus pais. E outra, você disse que não ia mudar em nada nossa convivência. E agora você quer me questionar. Quer reclamar? - disse aos berros dentro do carro e articulando com as mãos. "Sou favelaaa"

- Você me deixa confuso. - disse com cara de poucos amigos.

- Porque eu te deixo confuso? Nós nem nós falamos direito. Você me evita mais que tudo. Como eu te deixo confuso garoto?

- Você foi a Primeira com quem eu fiz amor e não uma simples tranza. Eu... Eu, quero você. - disse com a cabeça baixa.

OI?

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