Os dias voaram, e logo o mês estava chegando ao fim, as aulas iriam começar e eu mal podia esperar para encontrar todo mundo de novo. Ta bem, nem todo mundo. Por mais que Sarah dissesse como a Lívia estava diferente, eu ainda não conseguia acreditar. É ver para crer, não é? Sarah e eu passávamos quase todos os dias juntas. Ela me mostrou como a cidade havia mudado, mas ainda assim continuava a mesma. A velha ponte do parque, onde meu pai e meu irmão pescavam no pequeno rio, o parquinho aonde íamos depois da aula, a escola que, tirando o fato de terem pintado a fachada, continuava igualzinha. Então o grande dia chegou.
Acordei antes mesmo de o despertador tocar, por causa da ansiedade. Tomei banho, me troquei, coloquei meus cadernos novos em minha bolsa e estava pronta para começar minha nova vida. Antes de descer as escadas, parei em frente ao grande espelho para ver como estava (como de costume). A garota do espelho estava usando uma calça jeans, uma camiseta que deixaria todo o ombro exposto se não fosse por um top que ela usava por baixo. Nos pés, um all star cinza com detalhes em rosa que eu mesma desenhei por que sempre gostei de dar um toque pessoal as minhas roupas. Seus cabelos estavam soltos e seus olhos tinham um brilho diferente. Não usava maquiagem, esse brilho era felicidade e ao mesmo tempo um pouco de nervosismo. Sorri para essa garota e me virei para sair do quarto. Mas algo me deteve.
Minha janela ficava de frente para um das janelas da casa ao lado. Os vizinhos já tinham se mudado, mas eu ainda não os tinha conhecido. O que me chamou atenção foi o movimento que a cortina do quarto da minha frente, como se alguém a tivesse fechado rapidamente, como se alguém estivesse me observando. Disse a mim mesma que devia ser coincidência e fui tomar café da manhã.
- Alguns de vocês devem se lembrar da Anna, ela estudou aqui até os 7 anos e agora voltou. É um prazer recebê-la novamente, espero que se sinta a vontade.
Sorri para a professora de Literatura, uma senhora com olhos muito gentis por trás dos óculos de lentes grossas. Eu me lembrava dela, mas sempre achei que era bibliotecária, considerando o tempo de passava na biblioteca.
No intervalo, sentei com Sarah, que me apresentou para todos que eu não conhecia e fez questão de que visse todos os que eu já estudei. Sim, o João mudou para melhor. Sim, eu lembrava da minha colega de laboratório. Não, eu não sabia se iria entrar para o jornal da escola. Nossa, quanto tempo que não te via. É um prazer conhecer vocês. Olá Lívia... Essa frase foi seguida por um segundo de silencio em que não tive reação quando ela me abraçou.
- ANNA! QUE SAUDADES DE VOCÊ!- disse Lívia, na verdade ela praticamente gritou – Eu sei que não nos dávamos bem quando éramos pequenas, mas acho que podemos deixar tudo para traz e sermos grandes amigas!
- É, Sarah me disse que vocês são amigas, então, porque não?- eu disse com um sorriso forçado. Nos abraçamos de novo e eu disse que precisava ir ao banheiro e neguei quando Sarah disse que iria comigo, eu só queria ficar sozinha um minuto.
Lavei o rosto e respirei fundo. Eram muitas pessoas e muita coisa para absorver. Depois de um tempo, saí do banheiro, mas dei de cara com uma jaqueta azul marinha e quase caí sentada, se não fosse por dois braços me segurando.
- Desculpe. Você está bem? –disse o cara com quem eu tinha trombado
Eu estava prestes a brigar com ele, dizendo para olhar por onde anda quando meus olhos encontraram os dele. Dois olhos verdes brilhantes olhavam para mim com um olhar preocupado. E o resto do rosto... Sacudi a cabeça para lembrar o que eu ia dizer:
- Eu... Claro! Não foi nada.
- Quem bom, mas me desculpe de qualquer forma – ele disse sorrindo e continuou andando.
Fiquei parada por um tempo, sem saber o que fazer, quando me lembrei de Sarah me esperando na cantina. O resto do dia continuou normalmente e quando fui para casa nem me lembrava mais do cara de olhos verdes. Minha mãe disse, assim que cheguei, que devia me arrumar, pois os novos vizinhos iriam jantar lá em casa. Arrumei-me e parei na frente do espelho. Eu estava com um vestido florido de alças finas, na frente ele chegava até o joelho e atrás era mais comprido. Calçava um par de sapatilhas simples e meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, de forma que alguns fios de minha franja ficassem soltos. Sem conseguir evitar, olhei pela janela e a luz do quarto da frente estava apagada. Eles já devem estar aqui, pensei.
Desci as escadas ouvindo vozes estranhas, mas uma delas, e não era dos meus pais, era familiar. E descobri o motivo tarde de mais. Parei faltando apenas alguns degraus para chegar à sala. Estava considerando se devia voltar e me trancar no meu quarto quando minha mãe me viu e disse:
- Ah, essa é minha filha Anna. Venha cumprimentar nossos vizinhos, o Senhor e a Senhora Fells e seu filho Dylan.
Então eu desci os degraus que faltavam e cumprimentei o garoto dos olhos verdes e seus pais. Meus novos vizinhos.
Desculpa a demoraa Kkkk Quem puder me "indicar" eu agradeço mt, comentem o q acham da hist até agr e votem ... espero que gostem <3 Bjs
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Um bilhete para meu vizinho// Concluída
Romance#65 em Romance dia 29/01 Anna volta para seu antigo bairro, reencontra suas velhas amigas e faz novas amizades. Depois do que aconteceu com seu último namorado, ela prometeu a si mesma que não se apaixonaria por um bom tempo. Mas ela não contava com...