Um bilhete para meu vizinho// Concluída

Capítulo 18

    Os dias foram passando e eu não falei com o Dylan desde sábado. Ele me cumprimenta no corredor e é só. Eu sei que estou agindo que nem uma criança, mas não sei por que eu estou brava com ele. Comentei com as meninas da festa, mas elas não querem ir. Vão no shopping comprar vestidos.

Na quinta me arrumei e parei no espelho. Meu reflexo estava com uma saia preta e uma blusinha florida, como estava frio coloquei um casaquinho rosa por cima e meia-calça preta grosa (roupa foto). Passei uma maquiagem básica e chamei o taxi.

Chegando lá, escuto a música alta antes mesmo de sair do carro. Pelo menos não está tão cheio. Acho uma mesa de comida e bebida e pego um refrigerante. As pessoas me olham como se eu fosse doida, mas eu não gosto de álcool.

Sento em um sofá e logo vou reconhecendo alguns rostos. De vez em quando param para falar comigo e umas garotas da aula de educação física até me chamaram para ir para a pista de dança, mas eu fingi que tinha acabado de sentar e estava cansada. Até que finalmente alguém que eu podia conversar chegou e veio falar comigo.

- Anna? Pensei que não gostasse de festas. – disse João, rindo

- É mas pensei em me divertir um pouco.

- Então vamos dançar!

Ele me puxou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Pelo menos a música era boa. Dançamos e rimos bastante por que erámos péssimos! Mas ele era legal e éramos amigos antes de eu ir. Até que fomos pegar bebidas e ele perguntou:

- Hey, hum ... a Sarah não veio? Quer dizer ... você veio sozinha?

Ah, então ele queria saber da Sarah?

- Vim sozinha. Mas acho que a Sarah gostaria de estar aqui.

- Ela vai no baile? – ele perguntou tentando fingir que perguntava só por educação mas dava para ver sua curiosidade.

- Sim, mas ninguém convidou ela, se era isso que você queria saber.

Ele me olhou e riu.

- Está tão na cara assim?

- Olha, se você quer saber o que eu acho, convide ela! Tipo, agora! Toma,  o número dela. – Digo entregando um papel para ele – Não diga que fui eu que te passei.

- Você acha que ela aceitaria?

- Tenho quase certeza – eu disse

Ele sorriu, agradeceu e saiu correndo. Fiquei sorrindo e pensando qual seria a reação dela se soubesse.

Passou um tempo e eu estava começando a ficar entediada. Até que eu a vi. Uma cabeleira loura que só podia ser falsa. Mariana estava conversando com alguém, segurando o braço dele. Não conseguia ver daqui quem era, até que ele se virou. Ah não! Já não bastava ir com ela no baile, tinha que ficar se esfregando com ela em todo lugar? Não pensei que o Dylan fosse assim. Levantei e fui correndo para a porta. Tentei ligar para o taxi, mas não atendia. Que droga!

Antes que percebesse, estava com lágrimas nos olhos. Como eu fui burra! Estava tentando ligar para o taxi de novo quando ouvi alguém assobiando. Virei para trás e vi dois garotos, claramente bêbados, olhando e sorrindo para mim.

- Já vai, gatinha? – Disse um, ele estava usando um moletom preto.

- Por que não fica aqui com a gente? – Perguntou o outro.

- Não, obrigada. – eu disse, me afastando – Tenho mais o que fazer.

Comecei a andar, não estava muito longe de casa. Porém uma mão segurou meu braço. Era o de moletom.

- Ah, por favor. Só um pouquinho!

Ele começou a rir e eu estava quase dando um soco nele para sair correndo quando ouvi outra voz.

- Ela disse que não! Então acho melhor deixa-la ir – disse Dylan

O de moletom me soltou e andou na direção dele. O outro devia ter ido embora porque não o vi em nenhum lugar.

- E o que você vai fazer se eu não deixar? – Disse o garoto

Ele ia bater no Dylan! Mas ele foi mais rápido, desviou do cara e deu um soco no nariz dele. Ele veio na minha direção e me levou até o carro dele e fomos para casa. No caminho, lembrei que estava com raiva dele.

- Você está bem? – Ele perguntou

- Sim, e não precisava ter feito tudo aquilo. Eu sei me defender sozinha.

Ele parecia confuso, como se esperasse outra resposta.

- Como assim? Eu te ajudei!

- É, mas eu não pedi! Agora, para o carro! Eu quero descer!

Nossa, eu parecia uma criança! O que deu em mim?

- Não vou deixar você no meio da rua! Estamos chegando...

Viramos a rua e ele parou em frente à casa dele. Desci do carro e andei até minha casa. Parei quando ouvi ele gritando meu nome.

- ANNA! Espera, o que deu em você hoje? Por que está agindo assim?

Boa pergunta. Será que eu estava de TPM? Idiota!

Ignorei Dylan, entrei em casa e bati a porta. Meus pais já tinham ido viajar e eu estava sozinha. No meu quarto recebi uma mensagem da Sarah, dizendo que o João chamou ela para o baile. Eu não estava afim de responder então fui dormir.

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