09. - ☼

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Ficar na praia com o Renato era um dos meus programas preferidos. Só nós dois e aquele mar infinito, sentindo aquela brisa gostosa e o cheirinho da maresia, era indescritível. Renato e eu ficamos nos namorando o restante do dia, até que meu celular tocou.

— Oi mãe. – ela ainda estava surtando. — Já vou pra casa, tá certo? Eu sei que o papai não gosta de viajar de noite, mas são somente duas horas de estrada. – rolei os olhos. — Já estou indo, dona Ana. Tô perto de casa já.

Desligo o telefone e faço carinha de choro pro Renato.

— Que cara é essa? – ele sorri.

— Precisamos ir. Minha mãe tá louca.

— Não fale assim. – ele levanta e me estende a mão. — Vamos logo antes que sogra lhe mate.

Fomos caminhando pela orla e logo chegamos na minha rua. Meu prédio ficava numa transversal da avenida que dava pra orla. Era bem movimentada, tinha uns barzinhos de esquina e a segurança naquela área era redobrada. Paramos na frente do meu prédio e Renato me puxou pra ele.

— Não quero me despedir. – ele roça o nariz no meu. — Mas, não vou ficar prendendo você aqui, pra não levar bronca. – sorrimos.

— Te mando notícias sempre. Se voltarmos antes do ano novo do sítio, te aviso. Mas, sabe que se quiser, pode passar lá. Meus avós te adoram e a Lelê também!

Falando na Letícia...

— Você ia embora sem se despedir de mim, Alina Tavares Cardoso? – ela vinha da esquina, pisando forte. — Você não vale nada!

Dei um abraço na louca, um beijo no Renato e entrei no prédio.

(...)

— Tá de tpm, dona Ana? – falo pra minha mãe e levo um beliscão. — Ai, isso doeu!

— Me respeita, menina.

Vou pro quarto e termino de arrumar minhas coisas. Fecho a mala e a levo pra sala. Olho meu celular e tem uma mensagem da Joana avisando que o Iago foi de ônibus, mais cedo, pra casa da vó. Junto às coisas do Téo as minhas e me sento, esperando meus pais.

Joana chega em casa, termina de fazer a mala dela e se junta a mim na sala. Ninguém fala nada sobre o lance do campeonato. Descemos as malas pro carro, carregamos tudo e nos ajeitamos no carro. Coloco o Téo na cadeirinha e ponho meu cinto. Tudo pronto. Partimos para Leoberto Leal.

Sobre o Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora